A notícia caiu como uma bomba para os planos do Santa Cruz em realizar as eleições do triênio 2021-2023. O cancelamento do pleito desta quarta-feira (10), em recomendação da Secretaria de Saúde de Pernambuco, foi tratado pelo presidente do Conselho Deliberativo coral, Paulo Borba, como ‘surpresa’. Fato que adia a decisão dos sócios sobre quem vai gerir o clube no começo da década, e levanta o questionamento sobre quando será a nova data escolhida. De acordo com o dirigente, o clube deve ter uma resposta para a nova data a partir do dia 25 de fevereiro, quando encerra a vigência do decreto nº 50.025, que norteia a decisão do secretário André Longo.
Ao NE45, Paulo Borba atribuiu ao Governo a recomendação do cancelamento das eleições e explicou o processo da forma que foi realizado, com consultas prévias do próprio Conselho Deliberativo. “A resposta foi em torno das 11h da manhã. Fizemos uma consulta no último dia 4 à Secretaria de Saúde, e tínhamos feito outra no dia 28 de janeiro à Dircon (Diretoria Executiva de Controle Urbano). O ofício da Secretaria de Saúde cancela o pleito. O evento espera o número de 2 mil pessoas, que é o das eleições passadas. O decreto cita que os ambientes não podem ter acima de 30% da capacidade máxima do local”, indicou.
“Fora os eleitores temos os funcionários do clube, os terceirizados, as pessoas das chapas que são em média 21 pessoas pra cada grupo. Só aí é uma engenharia de mais de 200 pessoas inicialmente, fora os eleitores. O governo vetou”, completou, antes de se defender.
“Se eu tivesse feito as eleições sem consultar o Governo, o clube poderia ser lacrado e fechado, e eu poderia ser vítima e ser indiciado por desobediência civil. A responsabilidade de quem faz é muito maior de que a de quem participa. Se eu não fizesse a consulta e o clube fosse fechado, a oposição me acusaria de incompetência, porque com tudo eles criticam.”
Governo não consultou o clube
Ainda de acordo com Paulo Borba, o clube não apresentou as diretrizes sanitárias que norteariam a realização das eleições porque o Governo não solicitou. “Nós fizemos a consulta. Se eles tivessem devolvido a consulta de como a gente iria proceder, explicaríamos. Porque temos um plano diretor. Ele cancelou. Não nos consultou ou nos suscitou como seria feito, apenas cancelou. E temos que acatar. É a força da Lei por decreto. Possivelmente, a Secretaria de Saúde vai resolver provocar o clube para saber como vão ser feitas as eleições. Estamos tomando todas as medidas restritivas. Mas o Governo não quis consultar ou provocar o clube”, reiterou.
E quais serão os próximos passos?
A partir disso, o clube traça os próximos passos a seguir. O decreto estadual de nº 50.052, que norteia a decisão da Secretaria de Saúde, tem validade até o próximo dia 25 de fevereiro, quando o Santa Cruz deve voltar a ter uma posição oficial.
“A gente vai informar oficialmente no site, publicar a carta (e o cancelamento) em jornal de grande circulação amanhã, e tem que ser feito. Chamar as chapas e ver o entendimento. Provocar o Governo para saber quando teremos as eleições a partir da data. Vai depender muito dos hospitais estarem cheios e de todas as outras questões da pandemia”, apontou Paulo Borba.
“Até lá, fica suspensa (a eleição) até o fim do decreto, e vamos provocar o Governo para saber quando vamos realizar as eleições. Além de dar conta do clube, temos que dar conta das eleições também. O nosso coirmão Sport está com o mesmo problema”, completou o presidente do Conselho.
Eleições remotas
Uma alternativa que o clube também chegou a estudar é a possibilidade de realização das eleições de forma remota, sem a necessidade de reunir os sócios votantes em um único ambiente. Medida que, entretanto, demanda um esforço financeiro do clube. “Ela é muito cara, porque a eleição tem um custo e tem acima dele a auditagem da segurança do voto secreto. Dá por volta de uns R$ 100 mil, e nessa pandemia estamos com o pires na mão”, argumentou o presidente.
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