A Olimpíada acabou. Depois de duas intensas semanas, foram 21 pódios conquistados pelo Brasil, com uma série de recordes quebrados pelo país e, também pelo Nordeste. Diretamente responsável por quatro ouros e duas pratas em Tóquio, além de participar de um ouro coletivo, o Nordeste viveu, de longe, sua melhor edição de Jogos Olímpicos e voltou da Ásia com oito novos medalhistas de ouro.
Os números do Nordeste são tão positivos que, se ele fosse um país, seria a 16ª delegação no quadro de medalhas de categorias individuais, recorte importante, uma vez que a região só teve representação 100% caseira em uma prova coletiva: a canoagem velocidade C-2 1000m, que terminou na quarta colocação. No “se o Nordeste fosse um país”, outros esportes de duplas e equipes também teriam representação e poderiam brigar por medalha.
Desconsiderando esse recorte e olhando para o quadro geral de medalhas, se contarmos o ouro do futebol, que teve quatro representantes nordestinos no elenco, o Nordeste seria o 17º colocado do quadro de medalhas. Neste cenário, estaríamos à frente de países com larga tradição esportiva, como Polônia, Suíça, Noruega e Jamaica, além do Quênia, que foi campeão olímpico nas duas provas da maratona.
No primeiro recorte, contando apenas os desempenhos individuais, o Nordeste seria ultrapassado pelos quenianos – como é de costume em uma prova de fundo – mas estaria à frente, também da Nova Zelândia e da Coréia do Sul. Além disso, o Nordeste ganharia, inclusive, do desempenho do Brasil sem os nordestinos, que foi de apenas um ouro, três pratas e sete bronzes, algo que não deixaria o país nem perto de um top-20 dos esportes individuais.
Os Times Brasil
Comparando com o Brasil, inclusive, esses cenários de 16ª e 17ª colocação mostram como é relevante o feito nordestino no Japão. De todas as 22 campanhas olímpicas anteriores do Brasil, apenas três terminaram em uma posição melhor do que esses recortes nordestinos: Antuérpia-1920 (15º), Atenas-2004 (16º) e Rio-2016 (13º), isso claro, desconsiderando a campanha brasileira em Tóquio, que foi a 12ª no quadro de medalhas.
Além disso, o Nordeste também se superou em números brutos. Dessas 22 campanhas olímpicas do Brasil, apenas Atenas-2004 (5 ouros, 2 pratas e 3 bronzes) e Rio-2016 (7 ouros, 6 pratas e 6 bronzes) traçaram um caminho mais vitorioso que o que o Nordeste conseguiu em Tóquio.
Nas Américas
Traçando o recorte do continente americano, o Nordeste ficaria apenas das nossas principais potências esportivas: Estados Unidos, Canadá, Brasil e Cuba, à frente de países como Jamaica, República Dominicana e Bahamas.
Na América do Sul, o domínio é tão grande que os quatro ouros individuais nordestinos superam todos os títulos olímpicos dos demais 11 países do continente, que terminou com dois ouros para o Equador, um para a Venezuela e nenhum para Uruguai, Argentina, Chile, Paraguai, Bolívia, Peru, Colômbia, Suriname e Guiana.
Medalhas nordestinas em Tóquio
Individuais
OURO – Ítalo Ferreira (Surfe) – Baía Formosa/RN
OURO – Ana Marcela Cunha (Maratona aquática) – Salvador/BA
OURO – Isaquias Queiroz (Canoagem velocidade – C-1 1000m) – Ubaitaba/BA
OURO – Hebert Conceição (Boxe – médio) – Salvador/BA
PRATA – Rayssa Leal (Skate – street) – Imperatriz/MA
PRATA – Beatriz Ferreira (Boxe – leve) – Salvador/BA
Coletivos
OURO – Santos (Futebol) – Campina Grande/PB
OURO – Daniel Alves (Futebol) – Juazeiro/BA
OURO – Nino (Futebol) – Recife/PE
OURO – Matheus Cunha (Futebol) – João Pessoa/PB
Quadro de medalhas (individuais)
1 – Estados Unidos (30 O |29 P |27 B) – Total: 86 medalhas
2 – China (26 O | 23 P | 14 B) – Total: 63 medalhas
3 – Japão (23 O | 10 P | 14 B) – Total: 47 medalhas
4 – Comitê Olímpico Russo (13 O | 16 P | 19 B) – Total: 48 medalhas
5 – Grã-Bretanha (13 O | 13 P | 18 B) – Total: 44 medalhas
6 – Austrália (11 O | 4 P | 13 B) – Total: 28 medalhas
7 – Países Baixos (8 O | 8 P | 11 B) – Total: 27 medalhas
8 – Alemanha (7 O | 5 P | 9 B) – Total: 21 medalhas
9 – Itália (6 O | 8 P | 13 B) – Total: 27 medalhas
10 – Cuba (6 O | 3 P | 5 B) – Total: 14 medalhas
11 – Hungria (5 O | 7 P | 3 B) – Total: 15 medalhas
12 – Brasil (5 O | 5 P | 7 B) – Total: 17 medalhas
13 – Canadá (5 O | 4 P | 6 B) – Total: 15 medalhas
14 – França (4 O | 7 P | 5 B) – Total: 16 medalhas
15 – Quênia (4 O | 4 P | 2 B) – Total: 10 medalhas
*16 – Nordeste (4 O | 2 P | 0 B) – Total: 6 medalhas
16 – República Tcheca (3 O | 4 P | 2 B) – Total: 9 medalhas
17 – Suíça (3 O | 3 P | 5 B) – Total: 11 medalhas
18 – Polônia (3 O | 2 P | 4 B) – Total: 9 medalhas
19 – Nova Zelândia (3 O | 2 P | 1 B) – Total: 6 medalhas
19 – Noruega (3 O | 2 P | 1 B) – Total: 6 medalhas
Quadro de medalhas (geral)
1 – Estados Unidos (39 O | 41 P | 33 B) – Total: 113 medalhas
2 – China (38 O | 32 P | 18 B) – Total: 88 medalhas
3 – Japão (27 O | 14 P | 17 B) – Total: 58 medalhas
4 – Grã-Bretanha (22 O | 21 P | 22 B) – Total: 65 medalhas
5 – Comitê Olímpico Russo (20 O | 28 P | 23 B) – Total: 71 medalhas
6 – Austrália (17 O | 7 P | 22 B) – Total: 46 medalhas
7 – Países Baixos (10 O | 12 P | 14 B) – Total: 36 medalhas
8 – França (10 O | 12 P | 11 B) – Total: 33 medalhas
9 – Alemanha (10 O | 11 P | 16 B) – Total: 37 medalhas
10 – Itália (10 O | 10 P | 20 B) – Total: 40 medalhas
11 – Canadá (7 O | 6 P | 11 B) – Total: 24 medalhas
12 – Brasil (7 O | 6 P | 8 B) – Total: 21 medalhas
13 – Nova Zelândia (7 O | 6 P | 7 B) – Total: 20 medalhas
14 – Cuba (7 O | 3 P | 5 B) – Total: 15 medalhas
15 – Hungria (6 O | 7 P | 7 B) – Total: 20 medalhas
16 – Coréia do Sul (6 O | 4 P | 10 B) – Total: 20 medalhas
*17 – Nordeste (5 O | 2 P | 0 B) – Total: 7 medalhas
17 – Polônia (4 O | 5 P | 5 B) – Total: 14 medalhas
18 – República Tcheca (4 O | 4 P | 3 B) – Total: 11 medalhas
19 – Quênia (4 O | 4P | 2 B) – Total: 10 medalhas
20 – Noruega (4 O | 2 P | 2 B) – Total: 8 medalhas
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