O novo treinador do Bahia é Diego Dabove. Argentino de Lomas de Zamora, na Grande Buenos Aires, o técnico chega para quebrar uma escrita de 42 anos sem nenhum treinador estrangeiro assumindo o Tricolor em definitivo, sendo o quarto argentino e o oitavo estrangeiro a ter essa oportunidade.
Dabove chega a Salvador com o status de ter levado dois times intermediários da Superliga Argentina à Copa Libertadores, desejo antigo do Esquadrão, que não disputa o torneio continental desde 1989. E a primeira participação do Bahia no torneio foi, justamente, sob comando de um porteño, com Carlos Volante, de Lanús (Grande Buenos Aires).
Icônico jogador com passagens de sucesso em clubes de Argentina, Itália e França, além do Flamengo, onde foi ídolo e multicampeão, Volante deu o nome usado no Brasil para a posição de meia defensivo. Enquanto treinador, ele passou pelo Vitória entre 1953 e 1955, mas foi no Bahia que conseguiu a maior graça, garantindo o primeiro título brasileiro da história, em 1959.
Ao longo de toda a campanha daquela Taça Brasil, o Bahia foi conduzido por Geninho, que deixou o clube antes do terceiro jogo da final, contra o Santos. Assim, Volante assumiu a equipe e selou o título. Ele passou 60 anos como o único estrangeiro a treinar um time para o título brasileiro. No Bahia, ele também ganhou os baianos de 1960 e 1961, em uma passagem de 94 jogos.
Ele, porém, não foi o primeiro argentino à frente do clube. Entre 1947 e 1950 e, novamente, entre 1955 e 1956, o clube foi comandado do Carlos Bianchi, natural de Córdoba, na região central do país vizinho. Multicampeão no futebol nordestino, Bianchi iniciou sua carreira de técnico no Esquadrão, mas acumulou passagens por Vitória, América-PE (10x), Sport (4x), Santa Cruz (2x), Centro Limoeirense-PE, Fortaleza, Náutico, Ceará, Ferroviário-PE, Central-PE, Treze, ABC e América-RN.
À frente do Tricolor em quase 200 jogos, Bianchi é o mais longevo treinador estrangeiro do clube. No total, ele ganhou três Estaduais (1940, 1944 e 1945) como atleta do clube e cinco (1947, 1948, 1949, 1950 e 1956) como treinador.
Entre Bianchi e Volante, o uruguaio Ricardo Díez, natural de Rivera, cidade fronteiriça com o Brasil, esteve no clube em 1954, participando da campanha do título baiano de 1954, mas saindo antes do fim do torneio. Díez também passou por todo o Trio de Ferro do Recife.
Nos anos 60, depois da saída de Volante, outros três estrangeiros passaram no Tricolor. O primeiro foi o húngaro Janus Tatray, em 1967, que também passou por Auto Esporte-PB, Santa Cruz, Treze e Campinense, além do Ceará, onde segue sendo o único treinador estrangeiro da história.
Entre os vários títulos na região, Tatray foi campeão baiano daquele ano e, até este sábado, será o único europeu a ter treinado o Bahia. Isso acontece porque, contra o Grêmio, o Esquadrão será treinado por Bruno Lopes, português que comanda o time de aspirantes do clube e assumirá a equipe principal de maneira interina.
A passagem de Bruno será breve, assim como foi a do chileno Juan Herrera, em 1969. Foram apenas três jogos com o treinador antes da chegada do paraguaio Manuel Fleitas Solich, paraguaio de Assunção. Ex-treinador do Real Madrid e com seis passagens na Seleção Paraguaia, Solich ganhou os Baianos de 1970 e 1971, ao longo de uma passagem de 114 jogos, a segunda maior entre os estrangeiros, findada em 1972.
Depois dali, o Bahia só voltaria a apostar em um estrangeiro em 1979, com Armando Reganeschi, argentino da pequena cidade de Capitán Sarmiento, na província de Buenos Aires. O hermano passou pelo Bahia e pelo Sport, mas com pouco tempo de clube e pouco sucesso obtido em ambas as oportunidades.
Treinadores estrangeiros do Bahia
1947-1950 – Carlos Bianchi (ARG) – 4 Baianos
1954-1954 – Ricardo Díez (URU)
1955-1956 – Carlos Bianchi (ARG) – 1 Baiano
1959-1961 – Carlos Volante (ARG) – 1 Brasileiro e 2 Baianos
1967-1967 – Janus Tatray (HUN) – 1 Baiano
1969-1969 – Juan Herrera (CHL)
1969-1972 – Fleitas Solich (PAR) – 2 Baianos
1979-1979 – Armando Reganeschi (ARG)
2021-2021 – Bruno Lopes (POR) (treinador interino)
A partir de 2021 – Diego Dabove (ARG)
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