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Ao NE45, Hélio dá detalhes do retorno ao Náutico e fala em buscar o acesso à Série A

Foto: Tiago Caldas/CNC

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Aos 63 anos e com uma extensa carreira no futebol, o técnico Hélio dos Anjos vai viver uma experiência nova no Náutico. Isso porque o treinador, pouco mais de um mês após a sua saída, está de volta ao clube. E enquanto arrumava as malas para seguir ao aeroporto onde irá embarcar para encontrar o elenco em Belém, onde o time enfrenta nesta sexta-feira (24) o Remo, pela 26ª rodada da Série B, o treinador atendeu por telefone a reportagem do NE45.

Em uma conversa de aproximadamente 10 minutos, o treinador confirmou ter sido procurado por vários jogadores que pediram seu retorno. E também que isso teve um papel importante na sua decisão. Mas revelou que não esperava retornar ao Náutico nesse momento. Além disso, Hélio dos Anjos disse que volta com a sensação de completar um trabalho que não havia sido terminado e que ainda acredita na recuperação da equipe e no acesso à Série A.

Quando deixou o Náutico, na 19ª rodada, o Timbu estava na sétima posição da Série B, com 30 pontos, a três do G4. Agora, o técnico volta com a equipe na nona posição, a nove do grupo de acesso à Série A.

Confira a entrevista completa

O senhor volta com a sensação de terminar um trabalho incompleto?
Exatamente. Eu não esperava isso. Estava com minha vida planejada com a minha família até o final do ano. Mas a partir que começaram algumas conversas, e a partir da saída do Chamusca, eu senti que estava acontecendo alguma coisa diferente. Os jogadores começaram a ligar para o meu filho (Guilherme dos Anjos, assistente técnico), assim como várias pessoas do clube, e a coisa foi crescendo. Ai ei pensei: ‘poxa, se acontecer o convite estou com a responsabilidade de retornar em função de toda a comoção’. E não falo comoção me achando o melhor do mundo, mas pela atitude das pessoas. E ai veio o torcedor e alguns dirigente importantes do clube até culminar de ter uma conversa mais próxima com as pessoas que de fato definem , que são o presidente (Edno Melo), o Diogenes (Braga, vice-presidente) e o doutor Bruno (Becker, vice jurídico). E quando foi hoje à tarde, a coisa começou de fato a acontecer porque eu recebi uma ligação de um grande alvirrubro e que foi muito importante, que foi o Paulo Pontes (ex-diretor). O presidente já tinha conversado com ele e ai eu senti que as coisas estavam caminhando. Eu dei o ok que retornaria e a partir daí, da parte de contrato, da parte jurídica, deixei o Guilherme à frente disso, junto com minha advogada. E quando ele disse que o contrato novo estava fechado, resolvidos os problemas passados, é quando eu digo que todos tiveram sua importância. A minha advogada e a diretoria jurídica do Náutico resolveram isso em meia hora.

Como ficou a situação da ação que o senhor movia na Justiça contra o Náutico e o acordo para o pagamento dos atrasados?
Foi resolvido tudo. Essa parte quem tem conhecimento é a minha advogada e o departamento jurídico do Náutico. Mas a partir do momento em que ela me deu o ok, estava tudo resolvido. Eu tenho muita confiança nela, que trabalha comigo há 18 anos, eu nem perguntei a ela o que ficou resolvido. Até porque a partir daí passei a me envolver com o que eu mais gosto, que é o meu trabalho com o futebol. Mas está resolvido, tanto que estamos retornando.

Quais os jogadores que entraram em contato com o senhor pedindo o seu retorno?
Eles são próximos de mim, mas ao mesmo tempo são distantes porque sempre tem aquela coisa de achar que estão incomodando. Mas o Kieza, o Vinícius, o Jean (Carlos), o Bryan…..vários jogadores, vários jogadores. E outros também mandaram mensagens e ligaram para o Guilherme perguntando se tinha um jeito da gente voltar. Eles pensaram que eu estava chateado com o Náutico, mas eu nunca estive chateado com o Náutico. O meu processo de saída foi algo normal dentro do futebol, são coisas que acontecem. Não quer dizer que estou chateado com o Náutico, com o presidente, com o Diógenes, nada disso. Pra mim, toda saída tem um certo desgaste, um desacerto financeiro, mas nada que tenha deixado essas pessoas como inimigas minhas, em momento algum.

Técnico Hélio dos Anjos confirmou ter sido procurado por atletas para voltar (Foto: Tiago Caldas/CNC)

Nesse pouco mais de um mês em que o senhor esteve fora do Náutico entrou em campo seis vezes e venceu apenas uma. Além disso, o clube contratou jogadores, como o lateral esquerdo Júnior Tavares e o atacante Jacob Murillo e perdeu outros, como Bryan que lesionou o joelho e só retorna em 2022. Como o senhor acompanhou o Náutico nesse período?
Nem todos os jogos eu acompanhei, sinceramente. Porque estava aproveitando bem a minha vida aqui, até porque passei muito tempo longe da família. Fui muito para praia e para o interior. Então não acompanhei todos. Mas concidentemente, eu já estava em casa, esse último jogo da terça-feira (derrota para o Londrina) eu pude acompanhar. Assisti o primeiro tempo, mas no segundo não pude mais porque tive um compromisso. Assim como também o de sábado, contra o Botafogo, porque também tive um compromisso.

Mas agora, de volta, como o senhor analisa o momento do time? E ainda pior do que quando o senhor saiu? O senhor foi contratado ainda pensando no acesso ou apenas em livrar o Náutico de qualquer risco de rebaixamento?
Matematicamente o momento é mais complicado porque passaram-se seis jogos. Então está muito mais complicado. Mas acima de tudo nós temos total confiança na recuperação e vamos trabalhar em cima disso. Cada treinador tem sua filosofia, sua maneira de pensar e agir. Eu acredito que esse grupo está preparado para a minha maneira de agir. Eles sabem que da mesma forma que eu abraço, eu cobro demasiadamente. E eles sabem que eu não vou mudar e agora vou exigir muito mais do que eu exigia antes. Eu acredito sim (no acesso). Tanto que estou voltando com muita motivação nesse sentido.

No ano passado senhor foi contratado também em uma situação muito difícil, mas para livrar o Náutico da zona de rebaixamento. Agora, retorna com a missão de colocar o time de volta ao G4. Tem como comparar as duas situações? Qual a mais difícil?
Eu acho que não tem como comparar. Acho que os momentos são distintos, mas cada um com a sua dificuldade. Mas tenho total confiança nesse elenco.

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