Diante das bombas que explodiram na Ilha do Retiro, com a não inscrição de três reforços e a escalação irregular do zagueiro Pedro Henrique, a Direção Executiva do Sport convocou uma entrevista coletiva para a manhã desta terça-feira para se pronunciar sobre os fatos. No auditório do Conselho Deliberativo (CD), na sede da Ilha do Retiro, o presidente Leonardo Lopes e o vice Yuri Romão falaram por cerca de meia hora.
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Primeiro, o mandatário abordou o procedimento da gestão durante a segunda-feira, onde estiveram reunidos com toda a cúpula de futebol, que acabou destituída por conta da crise vivida no departamento. Dentre as saídas, o vice-presidente Nelo Campos e todos os diretores (Gabriel Campos, Augusto Moreira, Enrico Milet e Guilherme Falcão) não fazem mais parte do clube. E mais gente também não vai ficar.
“Tanto eu como Yuri viemos analisando todos os procedimentos entre os setores específicos. E verificamos alguns eventos tanto na questão da cobrança do que estava sendo feito, mas em algumas situações de orientação que não seriam de atribuição aos diretores de futebol. Fomos minuciosos para que pudéssemos chegar em uma conclusão justa e razoável até porque o nível do que aconteceu não é permitido em um clube da nossa grandeza e isso nos chamou atenção”, iniciou.
“A implantação (inscrição) já era uma coisa que vinha sendo praticada há muito tempo pelas mesmas pessoas, uma coisa até rotineira e simples. E diante desse fato que apuramos, a diretoria de futebol entregou os cardos. E, em paralelo, haverão mudanças também nos cargos administrativos para que os erros, simples, que geraram esse turbilhão de coisas negativas, não voltem a acontecer”, seguiu Léo Lopes.
“Então fica o nosso agradecimento a toda a nossa diretoria de futebol, que se dedicou com muito suor, tempo e determinação. Por mais que os resultados não estejam vindo, não foi por falta de comprometimento. Infelizmente, sabemos que a situação chega em um momento e precisamos tomar um norte. E o norte que tomamos foi identificar os gargalos e também faremos intervenção no administrativo porque é inadmissível”, acrescentou o presidente.
Agora, depois da saída de toda a diretoria de futebol, o Sport vai em busca de uma reposição para o setor, fundamental para o andamento do clube. E mais uma vez a Direção Executiva, por meio de Yuri Romão, abriu as portas para quem se disponibilizar a ajudar o clube – ao mesmo tempo que pediu uma trégua política.
“A gente não conversou com ninguém ainda, logicamente a partir de hoje iremos conversar com algumas pessoas, pessoas que possam querer ajudar o Sport. Precisemos desarmar o palanque. Porque os ataques que a diretoria de futebol recebeu ao longo dos 90 dias é surreal. Não há como fazer um trabalho bem feito dessa forma. Precisamos desarmar os palanques. Gente que não faz parte nem da rotina do clube passa o dia e o tempo atacando as pessoas. As pessoas que quiserem ajudar o clube, receberemos”, disse o vice-presidente.
Confira outros trechos da entrevista coletiva com Leonardo Lopes
Planejamento e escolhas da direção
“Ontem passamos o dia todo em reunião para entender e tomar a decisão de maneira justa e respeitosa. Sabemos o que essas pessoas, Nelo, tiveram de importância no processo eleitoral, então tínhamos que ter todo o cuidado para atuar e procuramos entender a situação e não achar culpados. Fizemos a substituição em virtude do pedido deles na entrega dos cargos, mas também iremos intervir onde o problema aconteceu, onde não deveria acontecer porque isso foi uma atividade rotineira. O departamento já estava cansado de fazer, o administrativo remunerado. E não conseguimos entender o que aconteceu até. Então entramos para intervir porque isso não vai poder efetivamente repetir. Quanto à questão da ajuda, qualquer grande rubro-negro, como Nelo ou qualquer outro, sempre terá as portas abertas para ajudar o Sport. A gente precisa de ajuda”.
Qual o real motivo da destituição dos cargos?
“O motivo pelo pedido de desligamento da diretoria não foi especificamente esse fato dos jogadores. O que falhou foram coisas até mais mecânicas, não era responsabilidade do ‘’dono do escritório’’. O que motivou foi um conjunto de coisas, a questão da ausência de resultados, principalmente também a questão do momento que o time passa, a pressão, cobrança. Então saíram os cinco diretores. O motivo, mais uma vez, não é específico dos jogadores, mas um conjunto. Eles entenderam que era o momento de entregar os cargos. Mais duas ou três pessoas também sofrerão as consequências (deixarão o clube) pelos atos simples que não foram feitos”.
A diretoria acredita em sabotagem?
“Essa questão de sabotagem é um termo que só pudemos usar quando temos prova do que aconteceu. Mas atividades tão simples, rotineiras, chamam a atenção que tenham ocorrido em episódios recorrentes, simples e em uma situação de mais de 40 dias. Então isso que vamos entender para que não aconteça mais porque é inadmissível”.
O que faz a diretoria acreditar que vai dar certo?
“Temos que acreditar no trabalho das pessoas e principalmente na intenção de ajudar. Precisamos trazer ao lado desses diretores uma simbiose para que tenhamos melhores resultados também dentro de campo”.
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