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Do Bahia, presidente Guilherme Bellintani e técnico Diego Dabove Do Bahia, presidente Guilherme Bellintani e técnico Diego Dabove

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Bellintani critica trabalho de Dabove no Bahia e vê contratação do argentino como um erro

Foto: Bahia/Divulgação

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Apenas seis jogos e 50 dias desde a contratação, o técnico Diego Dabove foi demitido do Bahia. Na tentativa de achar um “tiro certo” no mercado estrangeiro, os planos do Bahia foram por água abaixo. E, em entrevista concedida a jornalistas através da plataforma Sócio Digital, o presidente do Tricolor, Guilherme Bellintani, admitiu que foi um erro ter contratado o treinador argentino. E, além disso, criticou abertamente a forma de trabalhar do comandante e como ele vinha armando a equipe nas partidas.

“Mesmo que seja estranha (a saída) pelo tempo de Dabove no clube, a gente entendeu que o Tomamos a decisão com convicção, compartilhando, dividindo opiniões. Entendemos que houve erro na chegada de treinador estrangeiro no campeonato, demora para conhecer o elenco, a competição. E a gente entendeu que foi necessário corrigir o rumo e a demissão teve objetivo de trazer correção de rumos buscando treinador com mais conhecimento do elenco, competição, entendendo que o momento requer atitude imediata, urgente”, disse o mandatário do Bahia.

Bellintani foi contundente ao criticar a forma do Esquadrão jogar com o treinador argentino. Para ele, com um estilo de jogo focado na ligação direta, é inaceitável que o Bahia não tivesse uma estrutura bem montada para ganhar as disputas de bola pelo alto e nos rebotes. Para o presidente, a defesa tricolor também é um grave problema que precisa ser sanado pelo próximo treinador. Apesar de não confirmar, Guto Ferreira está apalavrado com o Bahia e falta poucos detalhes para ser anunciado pelo clube.

“Não tenho nada contra um treinador que escolha taticamente um modelo de jogo de ligação direta. O que não posso concordar é uma ligação direta que a gente perca toda primeira e segunda bola dentro de campo. Acho que o treinador que execute bem as suas ideias, Cuiabá, Juventude, América-MG, Fortaleza, que têm elencos equivalentes ao nosso. O Ceará, que investiu mais que a gente… Atlético-GO… São clubes que jogam de maneiras diferentes. Mas todos jogam com uma defesa protegida. Não posso admitir que a gente vai escapar da Série B com a segunda pior defesa do campeonato. O treinador que vier tem que corrigir. Nossa defesa está muito exposta. E aí não falo da qualidade da defesa. É o sistema defensivo como um todo, forma de proteger”, acrescentou.

Confira outros tópicos da entrevista do presidente do Bahia

Mudança de planos tão rápida com o treinador

Se a gente entendia que ele (Diego Dabove) era um bom treinador, uma boa opção, há um ou dois meses, por que uma convicção diferente em tão pouco tempo? Tem coisas que a gente só conhece quando faz. É sempre arriscado trazer alguém que não conhece o elenco, nem do nosso time nem dos adversários. A gente entendia que valia a pena trazer outra escola de treinador, porque estávamos com um excesso de tentativa com treinadores brasileiros, com uma cultura específica. Achamos que valia a pena o movimento, com seus riscos. Mas há coisas que só se descobre quando se faz. Faz parte do risco. E de cada diagnóstico, de saber corrigir e voltar atrás. Poucos treinadores do Bahia recentemente tiveram quatro ou cinco semanas abertas sem jogo na quara para trabalhar. Poucos tiveram oportunidade desse tempo. Isso é muito relevante. Mas a cultura que vinha da escola de Dabove, de onde ele se origina, fazia com que esse tempo não fosse convertido em benefício técnico ou tático. Ele preferiu focar na parte física e fazia o tático na véspera ou antevéspera dos jogos. É uma cultura, uma forma diferente da que trabalhamos aqui.

Bahia sem padrão de jogo

Outra questão importante, o tempo que ele usou para testar e conhecer nossos atletas. Foram 26 ou 27 atletas usados em seis partidas. Isso faz parte do processo do treinador que está chegando, mas dificulta ter um padrão, um sistema de jogo. Quem acompanhou as partidas viu que a gente foi perdendo uma característica que tinha sob o comando de Dado Cavalcanti, que era um time com padrão, que vinha de trás com saída de bola, jogo construído desde a origem. Dabove veio com outra característica, priorizou um jogo mais físico, mas não converteu em resultado. Tem coisa que a gente só descobre de perto. E a gente tem que ter sabedoria de reconhecer voltar atrás e corrigir.

Regra de troca de treinadores na Série A

Na época em que essa regra foi votada, eu fui quem mais discordou e criticou. Fui, de certa forma, tido como alguém que era contra a permanência longa dos treinadores. Não sou contra a limitação, mas, do jeito que foi aprovada, não vai adiantar. “Comum acordo” virou chacota no Brasil. Todo mundo coloca isso nas divulgações. O Bahia faz seus acordos de demissão, desligamento, comum acordo… Vira uma ficção ficar divulgado isso. Fazemos de uma forma que nos proteja, que o treinador esteja de acordo e que a gente consiga fazer o que quiser com o tempo. O Bahia paga suas próprias contas. Fica esse fingimento de comum acordo. Não vamos participar disso. Não vamos fazer nota de fingimento geral sobre os termos. Mas o torcedor pode ficar tranquilo, que, quando tiver treinador, ele vai poder treinar o time.

O que pode se esperar com a mudança de técnico

A gente não consegue escalar nosso time titular, e isso é muito grave, muito ruim. Espero que, daqui a duas ou três partidas, o torcedor possa escalar o nosso time titular de cabeça. Acho o elenco limitado, mas ele é condizente com o investimento que tivemos condição de fazer. Mas estamos numa posição da tabela abaixo do nível técnico do nosso elenco. O treinador tem que buscar o lugar em que nosso elenco tem que estar, que é, no mínimo, meio de tabela. A busca por um novo treinador é para que ele consiga colocar o nosso elenco num nível mais próximo do patamar que ele tem. A questão de equilíbrio mental… Quando o Bahia toma um gol, os jogadores baixam a cabeça. Isso não é resultado de culpas individuais, mas de formação coletiva. Tenho a expectativa de que o novo treinador mexa com ânimo, organize taticamente, consiga ter performance para permanecer na Série A, que infelizmente é nosso objetivo. Reconhecer esse objetivo é fundamental para que a gente o alcance.

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