Náutico: Elano chama responsabilidade por derrota, não culpa torcedor por protestos e explica bate-boca com Jean Carlos

Treinador do Timbu chamou para si a responsabilidade sobre a derrota, falou sobre o clima quente, mas também disse: “nenhum torcedor sofre mais do que eu”

Após a derrota para o Vila Nova, de virada, nos Aflitos, o clima esquentou no Náutico. A torcida protestou bastante, tem pedido a saída do técnico Elano, que tem 5 jogos no comando do Timbu, sendo 1 vitória e 4 derrotas neste período.

Na entrevista coletiva, o treinador chamou para si a responsabilidade da derrota e dos problemas apresentados dentro de campo. Disse que, se o torcedor quiser descontar a frustração nele, pode fazer. Mas destacou que tem trabalhado muito para melhorar o rendimento da equipe.

“Escolhi uma profissão que ela não é do dia para a noite. Quando os resultados não vêm, eu assumo o compromisso da derrota, da situação. Estou aqui há um mês. Será que tudo isso que está acontecendo é só nesse mês? Eu assumo o compromisso, não tem problema. Graças a Deus tenho as costas largas, com uma careira de muito sofrimento”, disse.

“Eu não escolhi ser treinador para condenar torcida ou coisa dessa situação. O torcedor ama e quer o bem do Náutico, assim como eu, que estou aqui trabalhando todo dia para ganhar os jogos. Todos nós temos que ter nossas responsabilidades e eu tenho a minha. Foi mais uma noite muito triste”, acrescentou.

Na coletiva, o treinador ainda falou que tem sofrido mais do que o torcedor por este momento do Alvirrubro. Isso porque tem vivido o clube 24 horas desde que chegou e, por isso, não consegue ficar em paz por conta dos problemas.

“Tenho certeza que nenhum torcedor do Náutico sofre mais do que eu. Ele torce, ama e vive o Náutico mais do que eu. Mas o que eu faço, faço com muito amor. Quando essas coisas acontecem, não consigo ficar em paz nem em casa porque decidi viver a minha vida no futebol”, afirmou Elano.

Desentendimento entre o técnico do Náutico e Jean Carlos

Durante o 2º tempo, após o gol de empate do Vila Nova, houve um desentendimento entre o treinador do Náutico e o meia Jean Carlos. Elano cobrou pelo jogador ter ficado no chão no lance, onde pediu falta, e não voltou para recompor o time.

Assim, houve um desentendimento maior entre os dois, e Jean foi contido por jogadores do Vila Nova. Elano falou sobre isso, disse que tem uma boa relação com o atleta, mas que foi desrespeitado. Daí o tom mais alto entre os dois. Mas que a cobrança é uma situação normal.

“O Jean é meu jogador. Fora de campo temos essa boa relação. Não acho normal, porque não desrespeito jogador nenhum. Falei que era uma situação normal, precisava dele ali numa situação de contra-ataque para defender. Eu não posso cobrar? Eu tenho que cobrar, sou o treinador. E não estou culpando o cara por situação nenhuma”, contou o técnico do Náutico.

Além disso, Elano também comentou novamente que a responsabilidade do momento é para si, mas que se o próprio Jean o xingasse e o resultado viesse, não teria nenhum problema para ele.

“Antes de começar o jogo, eu disse a eles que o jogo era mais de Série B do que nunca. Era um time que sabe jogar a Série B, era um time fisicamente muito forte. Não tem nada com o Jean. Falo assim como falo com todo mundo. Sou o treinador e não vou voltar atrás daquilo que eu acho”, pontuou.

“O time tem que voltar a ganhar. Se eu sou o culpado, não tem problema nenhum. Vou continuar trabalhando do mesmo jeito, procurando a saída, porque sou o comandante do time. Se o Jean brigar comigo, me mandar à merda, e a gente ganhar, show de bola. Estamos todo mundo no mesmo barco”, concluiu Elano.

Confira o que mais Elano falou na coletiva

Atuação do Náutico

O momento, depende de qual análise que você faz. O 1º tempo que não teve tantas finalizações, mas estávamos ganhando de 1 a 0. Muitas vezes o que a gente combinou não sai por conta da equipe adversária. Então quando não se ganha, muita coisa não é analisada. Contra o CRB teve muitos erros, mas ganhamos, então vocês (imprensa) não vão falar sobre isso. A análise do treinador é diferente, a de vocês é em cima do resultado, e eu respeito.

Acho que temos que incorporar o que é Série B. Não podemos perder 3 ou 4 jogos com gols aos 45 do 2º tempo. Poderíamos ter mais 3 ou 4 pontos. Eles (Vila Nova) têm 5 ou 6 empates, e quando ganham hoje, valoriza os pontos que tiveram. Então quando digo de incorporar a Série B, é nisso.

Eu sou o culpado, não tem problema nenhum. Eu não estou preocupado com o meu emprego. No dia em que eu pisei no Recife para trabalhar no Náutico, vim para fazer meu trabalho. Tudo que você fala no futebol parece que está dando desculpas. Estou aqui sozinho, sem a minha família. Minha filha fez uma cirurgia e nem lá eu estou. Minha filha vai viajar e vou passar 6 meses sem vê-la.

Estou morando no CT para poder resolver um monte de coisa. No campo de treinamento a gente está com problemas. Não estou dando desculpas para ninguém. Eu sou o treinador, eu assumo. Só que o problema vem de 1 mês para cá ou do início do campeonato. A gente precisa analisar, entender. O torcedor quer me xingar, que o alvo seja eu? Pode me xingar. Deixa o jogador jogar.

Protestos da torcida e resposta em campo

A situação não é com o torcedor. É com a gente mesmo. O torcedor vem torcer, ele quer o melhor para o Náutico. Nós, enquanto grupo, temos que dar resultado. Temos que vencer. Eu não aprovo nunca a questão da violência. Agora, a torcida é apaixonada. Não vou condenar o torcedor, de maneira alguma.

Amanhã é um novo dia, temos que trabalhar, se motivar de novo e voltar. O que podemos fazer de diferente é insistir e melhorar para trazer um pouco mais de sossego para o torcedor a para a gente também.