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Bahia: Para além do Manchester, conheça mais sobre o Grupo City

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Por Vítor Aguiar

Por Vítor Aguiar

Postado dia 21 de setembro de 2022

Holding britânica tem capital árabe e tem ações de 11 clubes de futebol

O Bahia acertou todos os passos da venda da sua Sociedade Anônima do Futebol (SAF) para o Grupo City. Hoje, a negociação depende da aprovação da assembleia de sócios, que acontece já nesta sexta-feira. Assim, o NE45 explica mais sobre o grupo, muito além do Manchester City.

Como surgiu o Grupo City?

O Grupo City foi fundado em 2013, para facilitar a gestão dos investidores sobre o Manchester City, seu principal clube, e os novos investimentos que começavam a existir na empresa. A sede do grupo fica em Manchester.

Hoje, a Abu Dhabi United Group (Emirados Árabes) detém 75,1% das ações do grupo, que tem três outros sócios: Silver Lake (Estados Unidos – 14.5%), China Media Capital Football Holdings Ltd (China – 8.3%) e Vega FZ (Emirados Árabes – 2.1%).


O principal investidor – e fundador – do grupo é o sheik Mansour bin Zayed Al Nahyan. Ele é o primeiro-ministro e Ministro de Assuntos Presidenciais dos Emirados Árabes Unidos e irmão do presidente do país, além de fazer parte da família real dos EAU.

Sheik do Grupo City e treinador Pep Guardiola, do Manchester City
Sheik Mansour poderá ser novo investidor do futebol do Bahia – Divulgação

O que significa fazer parte do Grupo City?

No mesmo ano da fundação do grupo, surgiu o New York City, primeira expansão para fora do futebol inglês. E, nos nove anos sequintes, o grupo já ampliou seu leque para 11 times, com representação em Austrália, Japão, Uruguai, Espanha, China, Índia, Bélgica, França e Itália.

Uma característica em comum para os times do Grupo City é o investimento em estrutura e em futebol de base. Os times tem um planejamento voltado para o desenvolvimento e revelação de jogadores, criando, inclusive, uma rede de empréstimos para os jovens do grupo.

Vários clubes também trazem similaridades quanto a nomenclatura e escudo, com os times de Manchester, Nova Iorque, Melbourne, Montevidéu e Girona usando o mesmo padrão para os seus brasões. Isso além de cinco levarem o nome City.

Além do desenvolvimento do futebol profissional e de base, o Grupo City também tem trabalhos consolidados no futebol feminino de alguns dos seus clubes. Na Inglaterra e na Austrália, inclusive, isso já rendeu vários títulos.

Time feminino do Melbourne City, do Grupo City
City é tetracampeão feminino na Austrália – Divulgação/Melbourne City

Clubes parceiros

E além de ter a posse de ações de 11 clubes – 12 se acertar com o Bahia. O Grupo City também tem parcerias com dois outros clubes: o Bolívar, maior clube da Bolívia, e o Vannes, da 4ª Divisão da França. Nenhum dos dois pertence ao grupo, mas tem parcerias técnicas.

Os clubes do Grupo City

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Reprodução/CFG

1 – Manchester City (100% – Inglaterra)

Sob comando dos árabes desde 2008, o Manchester City é o carro chefe do grupo. O time não era campeão inglês há 40 anos e não tinha um título relevante desde 1972. Mas um grande investimento reestruturou o futebol e as instalações dos Citizens.

Assim, o time, que vinha sendo intermediário na Premier League, se firmou, fortaleceu as categorias de base, contratou grandes craques e somou títulos sob comando de Pep Guardiola. Hoje, o time é um dos gigantes do futebol europeu e um dos mais ricos do mundo.

Títulos no Grupo City

  • Campeonato Inglês (6): 2011/12, 2013/14, 2017/18, 2018/19, 2020/21 e 2021/22
  • Copa da Inglaterra (2): 2010/11 e 2018/19
  • Copa da Liga Inglesa (6): 2013/14, 2015/16, 2017/18, 2018/19, 2019/20 e 2020/21
  • Supercopa da Inglaterra (3): 2012, 2018 e 2019

Vices

  • Liga dos Campeões da Europa (1): 2020/21
  • Campeonato Inglês (3): 2012/13, 2014/15 e 2019/20
  • Copa da Inglaterra (1): 2012/13
  • Supercopa da Inglaterra (4): 2011, 2014, 2021 e 2022
Time do Manchester City, do Grupo City
Atacante norueguês Erling Haaland é o principal destaque do City – Divulgação/MCFC

2 – New York City (80% – EUA)

O braço estadunidense do grupo foi fundado em 2013, em uma sociedade com o time de beisebol New York Yankees, que, por sua vez, também é sócio do Milan. Assim, o NYCFC estreou em 2015, na disputa da Major League Soccer, principal liga de futebol no país.

E nomes bastante estrelados já passaram pelos Pingeons, como David Villa, Frank Lampard e Andrea Pirlo. O atual elenco tem alguns brasileiros como Thiago Martins, ex-Palmeiras, e Talles Magno, ex-Vasco. O time é um dos mais fortes da liga, sempre presente nos playoffs.

Títulos no Grupo City

  • MLS (1): 2021
  • Conferência Leste – Temporada Regular (1): 2019
  • Campeones Cup [Supercopa EUA-México] (1): 2022

Vices

  • Conferência Leste – Temporada Regular (2): 2016 e 2017
Time do New York City comemora título da MLS
NY City é o atual campeão da MLS – Divulgação/NYCFC

3 – Melbourne City (100% – Austrália)

Em 2013, o Grupo City expandiu sua lista de clubes para a Austrália, comprando o Melbourne Heart, depois renomeado para Melbourne City. Também no esquema de franquias, como é nos EUA, o clube disputa a A-League, principal liga de toda a Oceania.

O time, que até então brigava na parte de baixo da tabela do campeonato nacional, cresceu, virou presença constante nos playoffs da liga e já soma três títulos comemorados nas últimas duas temporadas. Assim, o time se firmou como uma das forças do futebol na Austrália.

Títulos no Grupo City

  • Campeonato Australiano – Playoffs (1): 2021
  • Campeonato Australiano – Temporada Regular (2): 2020/21 e 2021/22
  • Copa da Austrália (1): 2016

Vices

  • Campeonato Australiano – Playoffs (2): 2020 e 2022
  • Campeonato Australiano – Temporada Regular (1): 2019/20
  • Copa da Austrália (1): 2019
Time do Melbourne City comemora título da A-League
Melbourne venceu sua 1ª A-League há pouco mais de um ano – Divulgação/Melbourne City

4 – Yokohama F. Marinos (20% – Japão)

Logo no ano seguinte, em 2014, o Grupo City anunciou a sua entrada no Yokohama F. Marinos, tradicional clube japonês. Essa, porém, é uma participação minoritária, com 80% do clube ainda sob controle da fabricante de automóveis Nissan.

Os primeiros anos da nova parceria foram de meio de tabela, mas o Marinos cresceu e conseguiu voltar a brigar por títulos nas últimas temporadas. O atual elenco tem alguns brasileiros, inclusive os atacantes Élber e Léo Ceará, conhecidos da torcida do Bahia.

Títulos no Grupo City

  • Campeonato Japonês (1): 2019

Vices

  • Campeonato Japonês (1): 2021
  • Copa do Japão (1): 2017
  • Supercopa do Japão (1): 2020
Atacante Élber, ex-Bahia, do Yokohama F. Marinos
Ex-Bahia, élber está jogando no Yokohama – Divulgação/Marinos

5 – Montevideo City Torque (100% – Uruguai)

Depois de Europa, América do Norte, Oceania e Ásia, chegava a vez do 1º investimento do Grupo City na América do Sul. Em 2017, os árabes compraram o Atlético Torque, depois renomeado. O time estava na 2ª Divisão Uruguaia, mas já estreou na Libertadores.

O time sofreu com um rebaixamento em sua estreia na elite, mas logo se firmou na briga pelo topo na Primera División. Ainda investindo em estrutura, o Torque já chegou a enfrentar o Bahia, na Copa Sul-Americana de 2021.

Títulos no Grupo City

  • 2ª Divisão Uruguaia (2): 2017 e 2019

Vices

  • Torneo Intermedio [2º de 3 turnos do Uruguaio] (1): 2018
Meia Rodriguinho, ex-Bahia, em jogo contra o Montevideo City Torque
Torque enfrentou o Bahia em 2021 – Divulgação/EC Bahia

6 – Girona (47% – Espanha)

Também em 2017, o Grupo City ampliou suas posses nas grandes ligas europeias. A entrada no futebol espanhol veio com a compra de 47% das ações do Girona. Os árabes são os maiores acionistas do clube, que acabara de subir pela 1ª vez à elite do seu país.

Desde então, o Girona teve um rebaixamento e precisou de mais três anos na 2ª Divisão local para buscar um retorno a La Liga, onde reaparece nesta temporada, com alguns reforços no elenco, como os brasileiros Yan Couto e Reinier e o uruguaio Christian Stuani.

Títulos no Grupo City

  • Supercopa da Catalunha (2019)
Atacante Reinier, do Girona
Ex-Flamengo, atacante Reinier é outro brasileiro no Grupo City – DIvulgação/Girona

7 – Sichuan Jiuniu (28% – China)

O próximo mercado no alvo do Grupo City seria o futebol chinês. Em 2019, pouco antes da pandemia da Covid-19, os árabes acertaram a compra de uma fração minoritária do Sichuan Jiuniu, que subiria à 2ª Divisão do Campeonato Chinês pela 1ª vez naquela temporada.

Desde então, o time teve duas campanhas intermediárias na Segundona do país e ainda luta para conseguir se firmar como protagonista na disputa pelo acesso à Superliga.

8 – Mumbai City (65% – Índia)

Também em 2019, o Grupo City acertou a compra das ações majoritárias do Mumbai City, equipe que disputa a ISL, principal liga do subcontinente. A equipe já era uma das principais da liga antes mesmo do acordo com o City.

Nomes como Anelka, Forlán e o ex-Bahia Rafael Bastos já tinham passagens pelo clube indiano antes do acordo. Mas o títulos só viriam depois da diminuição do acesso dos clubes da ISL a jogadores de destaque internacional e da chegada do Grupo City.

Títulos no Grupo City

  • Superliga Indiana (1): 2020/21
  • Superliga Indiana – Temporada Regular (1): 2020/21

Vices

  • Copa da Índia (1): 2022
Time do Mumbai City FC comemora título da ISL
Franquia indiana é outra com título nacional no grupo – Divulgação/Mumbai City

9 -Lommel (99% – Bélgica)

Entrando nas aquisições mais recentes, o Lommel, da Bélgica, faz parte do Grupo City desde 2020. Desde a compra, o clube disputa a 2ª Divisão local e ainda não conseguiu buscar uma vaga na elite do país.

10 – Troyes (100% – França)

Também em 2020, o Grupo City acertou a compra do Troyes, tradicional clube francês que já tinha um vice na Copa Intertoto, antigo 3º nível continental do futebol europeu. Desde então, o time conseguiu ganhou a 2ª Divisão, voltou à Ligue 1 e busca se firmar de novo na elite.

Títulos no Grupo City

  • 2ª Divisão Francesa (1): 2020/21

11 – Palermo (80% – Itália)

Antes de encaminhar o acordo com o Bahia, a última aquisição do Grupo City foi o tradicional Palermo, do Itália. Refundado em 2019, após problemas com dívidas, a equipe entrou para o grupo em julho, logo após conseguir o acesso à Serie B Italiana.

Representantes do Grupo City e do Palermo
Palermo foi o último time a entrar no Grupo City – Divulgação/Palermo

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