Símbolo da reconstrução do Fortaleza, Marcelo Boeck anuncia aposentadoria após goleada sobre RB Bragantino

Aos 37 anos, o goleiro e ídolo do Fortaleza deixa a carreira profissional, mas se coloca à disposição para seguir trabalhando pelo clube

Um adeus em grande estilo. No último jogo do Fortaleza diante do seu torcedor em 2022, quando bateu o RB Bragantino por 6 a 0, na penúltima rodada da Série A, um dos jogadores mais longevos no clube anunciou sua aposentadoria. Ídolo do Leão do Pici, o goleiro Marcelo Boeck apontou que não seguirá a carreira após o final do Brasileirão.

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Personagem fundamental da reconstrução do clube, Marcelo Boeck chegou ao Tricolor do Pici em 2017, após passagem pela Chapecoense. O jogador, inclusive, fez parte do elenco vencedor da Copa Sul-Americana, contudo, não foi relacionado para a partida e, por isso, não estava no avião que vitimou 71 pessoas em acidente aéreo na Colômbia.

Assim, o jogador chegou ao Leão após um evento traumático em busca de reconstrução e encontrou um clube que buscava se reinventar. Assim, foi personagem da ascensão a Série B, do título nacional da equipe, em 2018, das diversas campanha na Série A e de títulos da Copa do Nordeste e do Campeonato Cearense.

“Eu fico feliz pelo dia, ainda mais sendo como foi hoje. A gente fica marcado na história do clube, viemos de uma Série C e confesso que a ideia era sempre ter uma era antes e uma era depois. Chegamos com títulos estaduais a menos, Copa do Nordeste a menos e não tínhamos o nacional, quem dirá uma competição internacional. Tivemos todos esses acessos, todos esses títulos e todas essas participações. Não só entramos na Libertadores como passamos de fase”, disse.

“Fazer parte dessa história desde a Série C em que a gente ficava nos hotéis em beira de estrada e, hoje, termos o Centro de Excelência, como temos hoje. Quem viu o Pici antes e vê agora. Quem viu o Fortaleza e vê agora… Acho que é daqui para cima. Aquilo que conseguimos construir precisa ser o chão das novas gerações. Que a gente possa cada vez fazer mais. Fica o legado. Esse ano foi o último jogo em casa e provavelmente vou me aposentar. O Fortaleza é a minha casa e vamos ver o que temos pela frente”, apontou Boeck.

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— Fortaleza Esporte Clube 🦁 (@FortalezaEC) November 10, 2022

A briga pela Libertadores 2022

Em busca de vaga para disputar a segunda Libertadores de sua história – sendo a segunda em sequência -, o Fortaleza deu um passo importante ao vencer o RB Bragantino nesta quarta-feira. Com o resultado, o time alcançou os 52 pontos e ocupa momentaneamente a 8ª colocação, precisando de uma derrota do Atlético-MG, na quinta-feira, para depender só de si na última rodada.

Assim, segundo o goleiro, a intenção do elenco é buscar a vaga na última rodada, diante do Santos, no domingo, às 16h, na Vila Belmiro. Vale lembrar que o Tricolor já está matematicamente classificado ao menos para a disputa da Copa Sul-Americana no ano que vem.

“Eu acho que esse é o nível. Uma coisa é fazer o Fortaleza subir de divisão e se manter. Outra é conseguir que o clube se mantenha com participações frequentes em competições sul-americanas. Nós temos um sonho muito claro que é ir para a Libertadores. Gostamos e apreciamos muito essa experiência. O clube merece e nós vamos lutar de novo, até o último minuto, para conseguir essa vaga. Cabe a nós, no último jogo, fazermos tudo para estar lá, mesmo sabendo que dependemos de outros resultados”, explicou.

O futuro será no Fortaleza?

Por fim, questionado sobre seu futuro, Marcelo Boeck fez questão de apontar que deseja seguir contribuindo com o Fortaleza mesmo que fora de campo. Contudo, Boeck salienta que a vontade tem de partir do clube, uma vez que, segundo ele, nenhum jogador pode achar que está acima da instituição.

“Eu acho que tem o lado fora de campo que eu posso contribuir, se assim for da vontade do Fortaleza. Mas o Fortaleza tem que ser soberano sempre. Nenhum jogador pode ser maior que o clube. Minha casa é o Fortaleza. Minha família é Fortaleza. Foram seis anos intensos e agora eu vou poder descansar e ver essa história daqui 20 ou 30 anos. É algo memorável, inesquecível”, ponderou.

“A gente conversa aqui que apenas ser o melhor não é o bastante, pois uma hora ou outra você deixa de ser o melhor. Você precisa ser único, pois quando você é único, você é inesquecível. Foi dessa maneira que eu procurei trabalhar”, finalizou.