Os bastidores da renúncia: o fim da linha para Robinson de Castro no Ceará

Robinson de Castro esteve à frente do clube por sete anos

Por Lel Fontenele

FORTALEZA – Robinson de Castro relutou o quanto pôde, mas não resistiu a pressão externa e interna. Politicamente enfraquecido, assinou, enfim, na última terça-feira, a carta de renúncia que põe fim ao ciclo de sete anos do histórico presidente à frente do Ceará.

Até o preto no branco, o fato consumado, muito se passou nos agitados bastidores alvinegros. Já há algumas semanas, já era sabido que uma composição para chapa única nas eleições do Conselho Deliberativo, marcadas para esta quinta-feira, dependia da renúncia do atual presidente do executivo.

Tudo deverá ser esclarecido esta noite. As torcidas estão sendo convocadas a comparecerem na sede do clube. Conselheiros conservadores como Humberto Aragão e Carlos Moraes (que assume a presidência interinamente até a convocação das novas eleições pra executiva) tentaram melar o acordo para renúncia de Castro até os 49 do segundo tempo, mas não conseguiram pela força do Evandro Leitão.

A entrada do antigo presidente – e antes um dos principais fiadores políticos de Robinson de Castro – como apoiador da oposição foi o que pesou nessa composição.

O grupo de situação estava irredutível, inclusive em um acordo onde ocupava três dos quatro cargos da mesa do Conselho. Com a entrada de Evandro na campanha, entretanto, o cenário virou em horas e a oposição já tinha 150 assinaturas de apoio, o que facilmente a faria vencedora.

Nesse caso, diante da derrota iminente, a situação cedeu e se esfacelou.

Não existem ainda nomes despontando para a presidência do Ceará. Mas isso deve ser costurado também em consenso. Com calma. Todos evitam em falar nisso nesse momento. O futuro político do clube, por ora, está em aberto.