Ex-presidente do Santa Cruz revela negociações com empresa ligada ao Newcastle para assumir SAF: “Não vingou”

Presidente do Santa Cruz entre 2003 e 2004, Zé Neves disse que atual gestão precisa modernizar o clube e quebrar o isolamento para gerir o Tricolor

A implementação da Sociedade Anônima do Futebol no Santa Cruz voltou a ser assunto nesta terça-feira. O tema voltou à tona após declarações do ex-presidente do clube, Zé Neves, que disse ter feito o elo entre o Tricolor do Arruda e uma empresa inglesa ligada ao Newcastle.

Segundo o ex-dirigente, a ponte não foi efetiva. De acordo com o chefe do executivo coral entre os anos de 2003 e 2004, a negociação não terminou de modo positivo, o que teria levado o grupo europeu a conversar com os rivais do Trio de Ferro.

“Nós colocamos uma empresa inglesa que está vinculada ao Newcastle para buscar fazer a SAF do Santa Cruz, mas não vingou. Hoje, Náutico e Sport já conversaram com este grupo e eu não sei como estão as negociações. Sei que com o Santa não vingou. Quem colocou esse grupo em contato com o clube fomos nós, eu e meu filho, além de alguns amigos dele que têm contato com esse braço da empresa ligada ao Newcastle”, revelou Zé Neves, em entrevista ao programa Jogo Aberto Pernambuco.

“Estou dizendo isso agora porque o barco já passou. Na época, inclusive, houve um termo de confidencialidade que foi assinado, mas não aconteceu. Não sei qual foi o motivo. Fiz o intermédio por amor ao Santa, mas não participei de nenhuma negociação, por isso, não sei o porquê de não ter vingado”, complementou.

O ex-presidente do Santa Cruz ainda aproveitou o espaço para criticar a atual gestão do clube encabeçada por Antônio Luiz Neto, atual mandatário coral. Segundo Neves, o Tricolor do Arruda precisa de um choque de gestão que o leve à modernização dos processos para habilitar a instituição a se recuperar.

“O problema do Santa Cruz é gestão. Desde 2006 para cá é sempre a mesma coisa. Subiu em 2005 e caiu em 2006. Subiu em 2015 e caiu em 2016. Um país se recupera em 10 anos. Um Estado se recupera em 10 anos. Um clube e está aí o Flamengo, que foi recuperado pelo Eduardo Bandeira Melo, e hoje é a potência que nós vemos. É hora de quebrar o retrovisor. Sempre ficam falando do passado e tem que se acabar com isso. Precisa se modernizar.

Por fim, outro ponto abordado pelo ex-mandatário foi o isolamento político da atual gestão. De acordo com Zé Neves, há tricolores dispostos a ajudar o atual presidente na condução do clube, entretanto, para isso seria necessária uma descentralização de poderes.

“Ajuda ele (Antônio Luiz Neto) tem. Basta apenas querer. Contudo, precisa ser uma gestão compartilhada. Não pode ser como está aí, pois está mais do que provado que não deu certo”, finalizou.

A situação da SAF do Santa Cruz

De acordo com informações publicadas anteriormente pela reportagem do NE45, a SAF do Santa Cruz estaria com negociações avançadas – com direito a assinatura de um documento vinculante, algo equivalente a um pré-contrato que prevê exclusividade- com um grupo formado pelo presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, o empresário Paulo Pitombeira e o ex-jogador Ricardo Goulart.

À época, em nota enviada ao portal, o mandatário do Tricolor de Aço afirmou que não iria negociar com clubes até deixar o Bahia, mas que teria prestado consultoria ao Santa Cruz e que ficaria “honrado” em ser um dos investidores.

O Santa Cruz, por sua vez, também através de nota, afirmou que o grupo encabeçado por Bellintani seria um dos interessados, mas que estaria negociando com outras investidores dispostos a adquirir a SAF coral.

No momento, o Santa Cruz se prepara para a convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) dos sócios, com o intuito de dar maior descentralização ao processo, uma vez que, atualmente, a competência sobre a negociação e aprovação do modelo da SAF para o clube é de atribuição exclusiva do presidente do Executivo, Antônio Luiz Neto.

Blog de Cassio: As bandeiras vão voltar a tremular em Pernambuco. Antes tarde do que nunca