Após partida marcada por protestos contra presidente no Arruda, técnico do Santa Cruz pede união pelo acesso

Felipe Conceição apontou que insatisfação política pode respingar no elenco se tornando impaciência com os jogadores em partidas do Santa Cruz em casa

Apesar da vitória em casa, que manteve os 100% de aproveitamento do Santa Cruz no Arruda na Série D, o jogo diante do Sousa, no último sábado, ficou marcado pelos fortes protestos da torcida contra o presidente do clube, Antônio Luiz Neto.

O estopim para as manifestações vistas nas arquibancadas do José do Rêgo Maciel foi a decisão tomada pelo TJ-PE na última sexta-feira que afastou os presidentes do Conselho Deliberativo do clube, Marino Abreu, e da comissão formada para a análise do processo de formação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), Eduardo Cavalcanti.

Dessa forma, com o afastamento dos dois conselheiros da vida política do clube por 60 dias, o juiz Arnóbio Amorim nomeou Ricardo de Paula – aliado político do presidente – como interventor, o que causou grande insatisfação na torcida do Santa Cruz.

Assim, questionado sobre os tensos bastidores políticos do Tricolor, o técnico Felipe Conceição pediu união entre os torcedores e os protagonistas da vida política do Santa Cruz para que haja tranquilidade na luta do elenco para a conquista do acesso e, consequentemente, de um calendário com competições nacionais para a temporada 2024.

“Sem a união da torcida é impossível, não vamos conseguir. Ela, mais uma vez, nos ajudou a ganhar, estamos invictos em casa, três gols, não tomamos nenhum. Que as pessoas se unam, não deixem de ajudar o clube que está lutando. E pode ter certeza que, quando não lutar, eu vou puxar de volta. Já disse para torcida, quem não correr não joga”, disse Felipe Conceição.

“Estou falando dessa questão de se unir em todo mundo para elevar o Santa Cruz. Porque toda essa cobrança da torcida acaba, de certa forma, respingando no seu trabalho, no vestiário. Essa cobrança forte, porque hoje foi muito forte, em relação ao presidente, eu não vou entrar no mérito, pois é fora da minha esfera. A única questão que eu tô pedindo da união é porque interfere na equipe. É preciso ter um ambiente saudável, como foi nos outros dois jogos”, refletiu o comandante coral.

O treinador voltou a atribuir a vitória do último sábado aos quase 18 mil torcedores que estiveram presentes no Arruda. Entretanto, Felipe alertou que a insatisfação com a política institucional pode afetar nos atletas, o que, segundo ele precisará passar pelo crivo da sensibilidade coral, de modo a não atrapalhar o bom desempenho do Santa Cruz em casa.

“Não vou me envolver com nada, pois eu vim para trabalhar para o clube e para as pessoas que trabalham aqui dentro. Até outro cenário, é essa a minha missão aqui dentro. A minha preocupação é com o time e os atletas. Essa carga nos jogadores, na hora do jogo, não é boa. Ganhamos de novo por conta da torcida. É por ela e para ela”, ressaltou.

“O que eu peço é que ela (torcida) entenda é que na hora dos 90 minutos é importante ajudar os atletas que estão dentro de campo, às vezes a insatisfação com outras coisas deixa a paciência com um jogador menor, pois já está chateado com outras coisas, com contextos que a gente – treinador e jogadores – não controlamos”, continuou Felipe.

“Eu não tô defendendo ninguém, pelo amor de Deus, eu não sou assim. Não é para parar não. O torcedor tem o direito de fazer o que ele quiser, mas que também tenham essa sensibilidade com pessoas que estão ali dentro de campo buscando o melhor pro clube”, finalizou o técnico do Santa Cruz.

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