Yuri Romão também não deu pistas sobre o futuro de Luciano Juba

Presidente do Sport para o biênio de 2023/2024, Yuri Romão, em entrevista exclusiva ao NE45, falou sobre seu sentimento em relação à política do clube pós-eleição, trouxe detalhes sobre o investimento que vem sendo feito nas divisões de base, e detalhou situações como o caso de Luciano Juba, retrofit da Ilha do Retiro, e a questão do coordenador técnico, promessa de eleição bastante cobrada pela torcida do Sport.

Yuri Romão venceu o candidato de oposição, Luciano Bivar, com quase 100% de aprovação na eleição que aconteceu em dezembro, na Ilha do Retiro.

Eleito, o então mandatário do Sport segue realizando um bom trabalho administrativo. A política de “salários em dia, e reorganização financeira” são um marco da gestão, que continua honrando com as promessas feitas ao torcedor.

Na votação de 2021, Yuri Romão havia sido empossado como vice da chapa de Leonardo Lopes, que terminou anunciando uma licença e, posteriormente, renunciou ao posto por questões familiares. Dito isso, o atual mandatário está no cargo desde outubro de 2021.

Na atual temporada, foi campeão pernambucano, chegou à final da Copa do Nordeste – onde foi vice, perdendo o título na Ilha para o Ceará, caiu nas oitavas de final da Copa do Brasil e na Série B vem fazendo um campeonato interessante, estando perto do G4 mesmo tendo dois jogos a menos. Confira abaixo a entrevista com Yuri Romão.

NE45 – Balanço do início de temporada do Sport: Título estadual, vice da Copa do Nordeste, Copa do Brasil, início de Série B.

“Estamos entrando no mês de junho, disputamos 40 partidas este ano, e tivemos apenas quatro derrotas. Duas delas, inclusive, achamos injustas. A primeira contra o Ceará, e contra o São Paulo, devido as circunstâncias. Mas, do ponto de vista desportivo, acho que o clube vem demonstrando uma capacidade boa, e eu diria até que grande de competir. Estamos competindo de igual para igual com grandes equipes, então, isso nos deixa bastante alegres”.

“Esse ano tivemos bem mais acertos nas contratações do que no passado, e o contexto geral é muito bom. É óbvio que a gente precisa melhorar cada vez mais, até porque a régua começa a ser maior, a expectativa da torcida cresce também proporcionalmente ao êxito, então a gente tem que ficar atento a possíveis melhoras”.

NE45 – Acerto na contração do técnico Enderson Moreira.

“Já disse isso várias vezes: é um profissional que a gente já buscava há bastante tempo, mas não tínhamos tido ainda a oportunidade de conseguir contratar. Porém, o universo conspirou para que no final do ano passado, pudéssemos fazer uma proposta, dentro de um projeto, e ele decidiu aceitar”, destacou.

“Considero isso um ponto fundamental no desempenho do ano. O grupo aceitou bem a proposta de trabalho dele, e têm dado certo. O conjunto do elenco com o comandante, isso tudo têm sido bem favorável para que obtivéssemos os resultados. Falta muita coisa ainda, o Campeonato Brasileiro é extenso, porém estamos tomando um caminho interessante”.

NE45 – Busca do Sport por contratações visando o restante da temporada.

“Eu ainda não tenho essa demanda por parte do Departamento de Futebol. Eles conversam, mas a minha participação, de fato, é validar a demanda, e tentar fazer com que o Departamento Financeiro consiga suportar qualquer demanda vinda do futebol. Os dois departamentos tem que andar de forma integrada, para não haver colapsos financeiros como tínhamos no passado”.

NE45 – Como anda a questão do retrofit da Ilha do Retiro. Quais as novidades?

“Está na mãos do arquiteto e da empresa, a “Pontual Arquitetos”. Acredito que nos próximos 30 dias eles devem apresentar o projeto. Eles nos solicitaram algumas informações de cunho mais técnicos do estádio e do próprio terreno, e isso já foi repassado, contratamos também uma empresa pra fazer esse levantamento. Dito isso, em breve teremos a apresentação do projeto”, iniciou.

“Em função da taxa de juros que estamos vendo no país, devemos começar essa reforma de forma parcelada. Devemos dividir de duas a três fases, e talvez essa primeira fase seja maior do que as demais, mas terá que ser parcelada. Não tem como fazer tudo de uma vez”, completou.

NE45 – O Sport ainda trabalha para a chegada de um coordenador técnico?

“Em uma conversa interna, a gente resolveu para este ano, não trazer. A gente não conseguiu os nomes que desejávamos, por razões distintas entre elas, não puderam vir no início da temporada. Então, passado o tempo a gente ficou receoso, já que estava dando certo o trabalho, de pegar uma pessoa no meio da temporada. Então, em comum acordo, juntamente com a comissão técnica, resolvemos deixar esse assunto para o final do ano visando a próxima temporada”.

NE45 – Em relação a política do Sport. Como está o cenário pós-eleição?

“Sendo bem sincero, eu não perco muito tempo com isso. Todo oposição é válida, é importante que se tenha, desde que seja um oposição criteriosa. Não fique ‘bradando aos quatro ventos’ coisas que não existem, ou assuntos que não são importantes. De vez em quando a gente vê algumas críticas tão infundadas, tão fora da realidade, que até penso: ‘será que essa pessoa está no mundo real?’. Porque são coisas tão fora de contexto que a gente chega até a duvidar da seriedade e do caráter propositivo mesmo”.

“Eu nunca fiz parte de grupo político dentro do clube, sempre transitei bem em várias correntes, nunca tive briga com ninguém, sempre tratei todos com muito respeito, mas algumas pessoas, de fato, não merecem essa aproximação nossa. Mas, na esmagadora maioria, quase na totalidade, eu me dou bem com todo mundo. Agora, mais uma vez, reafirmo que é importante que haja a oposição, que tenha, sim, críticas a nosso trabalho. Agora, que sejam criticas sinceras, críticas embasadas, porque isso ajuda a criar um clube maior, um clube mais sólido, não criticas jogadas ao vento, visando apenas para estar no poder”.

NE45 – Em relação a Luciano Juba, alguma novidade sobre o futuro do atleta?

“Não temos novidade nenhuma. Eu tinha convidado um dos empresários a vir ao Recife, acho que ele tem quatro ou cinco, mas eu tenho mais proximidade com um deles que mora fora, mas acabou que ele não veio, não mandou mensagem. Então, infelizmente, não tem muito o que comentar não”.

NE45 – Em relação a base do Sport. Também fazendo um balanço sobre o que vem acontecendo. O senhor trata como positivo?

“Eu não sou tão próximo assim do futebol, deixo isso mais com Jorge Andrade (Executivo) e com Augusto Carreras (Diretor de competições), mas eu me aproximo, sim, da base. A chegada de João Marcelo Barros (Diretor), lá atrás, veio com uma missão de profissionalizar o dia a dia do futebol base, e isso têm sido feito, com a própria chegada de Rafael Fernandes (Diretor de base), um rapaz que tem um conhecimento grande de futebol de base, e têm feito um trabalho excepcional. A gente também têm investido em vários aspectos. Desde os aspectos físicos dos atletas, além de investir em alojamentos, em campos, inclusive, a base vai ganhar agora um campo de grama sintética. Tudo isso visando, em um médio prazo, a melhoria e o engrandecimento da nossa base”, destacou.

“No que se refere a participação do presidente, eu tenho colocado como objetivo sempre a melhoria da infraestrutura. A gente agora está buscando uma forma de financiar uma academia exclusiva para a base. Estamos estudando as possibilidades para viabilizar isso. Recentemente, compramos vários equipamentos para a base, como ar-condicionado, instalamos televisões nos quartos dos atletas que residem no CT. E, por fim, estamos aguardando somente uma questão burocrática por parte da prefeitura, que é o alvará de funcionamento do CT para que a gente possa ter, definitivamente, o Certificado de Clube Formador. No caso, retomar esse certificado, e isso pra gente vai ser muito importante”.

“A gente tem conversado com vários clubes europeus no sentido de firmar parcerias, inclusive técnicas. Nós estamos atentos ao que tem de mais moderno, observando o que os clubes ao redor do mundo estão implementando para a gente possa implementar aqui. Acabamos com isso de encher a base de diretores abnegados, ou diretores que ajudavam financeiramente. Isso acabou. Não cabe mais isso. Então, isso faz parte de um projeto maior, da profissionalização. Já temos um orçamento dedicado para o Departamento de Base. Não são coisas que a torcida ou sócio veem diariamente, até porque é uma coisa muito administrativa, mas as mudanças são reais e positivas”.

NE45 – Como anda o andamento da SAF no Sport? Novos investidores procuraram o clube?

“O projeto de SAF tem que se iniciar pelo Conselho Deliberativo do Sport, em pautar a mudança do estatuto. A gente depende muito do conselho, não é o executivo que dita as pautas das reuniões. Tenho tentado falar com o Dr. Silvio Neves Batista (Presidente do Conselho), para que em breve, ele possa pautar as mudanças do estatuto. Entre elas, obviamente, colocar a possibilidade de uma SAF, e depois, lá na frente, se fazer a assembleia de sócios para que possam deliberar se são a favor ou contra uma possível SAF”.

“A gente tem conversado… De vez em quando surgem fundos interessados a conversar com o Sport, e eu digo a mesma coisa: ‘aguardem um pouquinho, para que a gente tenha a possibilidade de conversar algo concreto”. Não adianta eu conversar com um fundo se eu não tenho autorização para tal. Vai perder tempo o executivo do fundo, e a gente. Mas a expectativa é de que esse ano a gente já tenha autorização para as conversas”, finalizou.

SÉRIE B – LONDRINA 1 X 2 SPORT – 45 MINUTOS