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Diretor de futebol aponta Retrô como candidato ao acesso para a Série C e diz que time se prepara para virar SAF

PE, Série D, Últimas

Por Portal NE45

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Postado dia 8 de junho de 2023

Em entrevista exclusiva ao NE45, Gustavo Jordão reafirmou também o compromisso da equipe com a formação de jogadores

O Retrô é uma equipe jovem e que foi profissionalizada em 2019 após alguns anos de um projeto social. Com sua sede localizado em Camaragibe, em Pernambuco, a Fênix teve um início de bom início de temporada no Pernambucano, alcançou a segunda fase da Copa do Brasil e segue invicta na Série D do Campeonato Brasileiro.

Pelo segundo ano consecutivo, o Retrô foi finalista do campeonato estadual. Das duas vezes, foi vice-campeão contra o Náutico, em 2022, e Sport, em 2023. Considerando a tradição das equipes pernambucanas, o time recém formado se colocou bem nos confrontos e ganhou ainda mais destaque.

Na Série D 2023, a equipe iniciou sendo comandada por Dico Woolley e após dois empates ele foi desligado e um treinador com mais experiência foi contratado: Marcelo Martelotte. E após cinco jogos, a equipe não perdeu na competição e é a única invicta do Grupo A4.


Em entrevista exclusiva para o NE45, o diretor de futebol, Gustavo Jordão falou sobre o Retrô estar sendo preparado para ser uma Sociedade Anônima de Futebol (SAF), a importância de ser um clube formador de atletas e se acredita que a Fênix é favorita ao acesso para a Série C.

Entrevista com Gustavo Jordão, diretor do Retrô

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Gustavo Jordão é diretor de futebol do Retrô. Foto: Reprodução

NE45: O Retrô é um clube jovem, considerando os outros mais tradicionais de Pernambuco. Mas desde o início vocês já falavam sobre a venda da SAF. Queria saber se isso é uma ideia que ainda está nos planos do clube.

“O Retrô nasceu como um projeto social e quando Laercio [o presidente] resolveu profissionalizar o clube, transformando em negócio, ele já tinha em mente que essas coisas no futebol brasileiro iam se organizar. O clube já nasceu com a mentalidade do negócio, estrutura de governança parruda, com profissionais definidos desde a base. As capacitações de receitas já estruturadas, planejadas. O nosso modelo de gestão é diferente dos clubes sociais. Juridicamente está preparado para ser uma SAF, mas tecnicamente ainda não somos”.

NE45: Você acredita que ainda há uma resistência entre as equipes nordestinas em relação ao SAF?

“Talvez seja uma resistência, mas se você parar para perceber o futebol brasileiro nunca vai perder a hegemonia do talento dos jogadores brasileiros. Nas últimas pesquisas, o Brasil continua sendo o maior exportador de matéria-prima do futebol mundial. E o futebol brasileiro precisa se organizar do ponto de vista até tático, estrutural, logística. A gente deixa muito a desejar em relação a Europa. Se você pega esse exemplo, a primeira SAF do mundo surgiu em 2002 quando o russo compra o Chelsea e transforma em uma potência. E esse “gap” é um atraso para o futebol brasileiro em relação a Europa. Se você pega o último título mundial brasileiro faz 28 anos, e é esse atraso, digamos assim, que se tem e outras coisas do futebol que o Brasil ainda sofre. Hoje não é só tecnicamente que o futebol precisa evoluir. É estrutura, mentalidade, taticamente e físico”.

NE45: Como disse, o Retrô tem uma boa estrutura e que serve de exemplo para outros times do Nordeste, por exemplo quando o América-RN fez a intertemporada no CT. Queria que você falasse um pouco sobre essa característica do clube.

Quando Laercio estudou, ele criou o Retrô pensando nisso. Nós somos integrados com a Universidade, a Unibra. Eles estão produzindo ciência o tempo inteiro com projetos de pesquisas. Nós já tivemos três pesquisas que foram apresentadas em congressos mundiais. O Retrô vem também com esse conceito de ser também uma extensão da Universidade porque esporte de alto rendimento sem ciência não vai andar. O Retrô tem outra filosofia, por enquanto a gente não tem uma torcida gigante, ainda somos um clube novo. Mas temos uma excelente formação de atletas no cenário. Nós formamos atletas com excelentes perfis para atender o mercado. Para se ter ideia, tem mais de 600 clubes no Brasil, somente 32 são certificados com a formação da CBF [de Clube Formador], sendo cinco do Nordeste e o Retrô é um deles e o único de Pernambuco. E isso comprova a nossa excelência na formação dos atletas.

NE45: Sobre a Série D, o Retrô é a única equipe invicta no Grupo A4 e vive um bom momento e continuou com a chegada de Martelotte. Queria saber o que você está achando do desempenho da equipe no momento.

“Há duas semanas atrás, o Retrô era o time que não ganhava, eram dois empates consecutivos, e alguns setores da mídia falavam: “O Retrô fez um excelente Estadual e tem um elenco recheado de estrelas e ainda não ganhou na Série D”. Então se a gente não tivesse consciência do trabalho que estávamos fazendo, poderíamos tomar decisões precipitadas e erradas. A história mudou, mas praticamente não se mudou nada. Entendemos que precisávamos fazer uma mudança no comando técnico, e não por estar mal porque precisávamos montar um perfil do que o grupo pedia. Precisávamos de alguém mais experiente, até porque Dico fez duas temporadas excelentes, mas precisávamos de outro perfil de treinador, como o de Martelotte.

NE45: Martelotte chegou a pouco tempo e a equipe correspondeu, foram duas vitórias e um empate. Ele pediu algum reforço para o resto da temporada?

“Estamos muito felizes com a chegada de Martelotte. A gente já acompanhava e ele sempre esteve nos nossos planos de contingência para possível troca de comando. Em 2021 a gente quase trouxe ele, e veio Milton Mendes na época, e agora conseguimos encaixar bem. O primeiro diagnóstico do elenco, ele pediu para ver todo mundo e se mostrou satisfeito com que temos e o que podemos chegar com esse elenco. Martelotte fez algumas ponderações e basicamente indicou um setor que é possível trazer alguém e estamos trabalhando para atender ele o mais breve possível. Mas nada de urgência ou que precisamos fazer de última hora.

NE45: Você acredita que o Retrô é o favorito para o acesso na Série C?

“Favorito não, mas um dos candidatos. Existem muitos clubes que estão disputando a Série D, e apesar de ser a última divisão do futebol brasileiro, é uma competição muito forte com clubes tradicionais. É uma competição difícil, até pela forma de jogar. No ano passado, nós fomos a melhor equipe da primeira fase, mas na segunda, em um jogo decidimos o nosso futuro. Ela é muito injusta, por isso se torna difícil. Nem sempre as melhores equipes atingem o objetivo, às vezes um jogo que você não vai bem vai tudo por água abaixo. Nós entendemos que somos um dos candidatos a subir, mas não o favorito.

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