Após petição dos advogados, Timbu se posiciona, explica caso e se diz tranquilo sobre a situação
Ex-jogadores do Náutico, o meia Jefferson Renan, o zagueiro Walter, o atacante Wallace Pernambucano e o zagueiro Cris, além do advogado Filipe Rino, alegaram, por meio de petição, uma suposta fraude na Recuperação Judicial do Timbu. A manifestação, conforme consta no processo acessado pela reportagem do NE45, é de que o Alvirrubro omitiu a ‘Capibaribe Gestora’ ao apresentar a sua RJ.
O Timbu, representado pelo advogado Rodrigo Cahu Beltrão, que cuida da Recuperação Judicial do clube, afirmou ao NE45 que a petição é frágil do ponto de vista jurídico e também disse que o Timbu está tranquilo sobre o assunto, além de explicar a situação da Capibaribe Gestora com o Alvirrubro.
Veja, passo a passo, a versão dos advogados para alegarem fraude na RJ do Náutico e também a defesa do clube no caso.

A acusação de fraude
Em contato com a reportagem do NE45, o advogado Thiago Rino, um dos representantes na acusação de fraude contra o Náutico, explicou o porquê da petição ter sido criada. Segundo ele, a Capibaribe Gestora, fundada em setembro de 2022, foi omitida na apresentação da Recuperação Judicial do Alvirrubro, o que, na visão do advogado, contraria o art. 51 da RJ.
“Tem uma empresa criada em setembro de 2022 chamada Capibaribe Gestora, que tem como único sócio o próprio Náutico. Esta empresa não foi informada pelo clube em seu pedido de recuperação judicial, mesmo sendo obrigado a fazer, foi omitida. Esta empresa fez diversos pagamentos de salários de funcionários do clube, funcionários registrados pelo Náutico, o que em tese não deveria acontecer”, diz o advogado.
“Quem está pedindo Recuperação Judicial tem que apresentar os documentos do artigo 51, e o clube não apresentou. Então ele fez um pedido em fraude. A (Capibaribe Gestora) está sediada dentro no mesmo lugar do clube, com o mesmo endereço, tem o mesmo presidente e ainda movimenta o dinheiro que deveria ser do clube. Essa empresa está no nome do Náutico, o único sócio dela”, completou Thiago Rino.


No processo contra o clube, onde constam alguns comprovantes de movimentações na Gestora Capibaribe, os advogados apontam o não cumprimento do artigo 51 e trazem dois pontos como argumentações do que, supostamente, não foi declarado pelo Timbu:
- II – as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de:
- e) descrição das sociedades de grupo societário, de fato ou de direito;
Ainda em contato com a reportagem, Thiago Rino afirmou que a ideia da petição foi mostrar para as autoridades sobre essas supostas irregularidades e aguardar o posicionamento do avaliador judicial, do Ministério Público e também do juiz. O advogado também revelou que deve recorrer caso a petição não seja aceita.


A resposta do Náutico sobre a acusação
O Timbu, por sua vez, respondeu ao caso em contato com a reportagem do NE45 por meio do advogado Rodrigo Cahu Beltrão, que é quem cuida da Recuperação Judicial do Náutico. Ele vê a acusação de fraude como frágil do ponto de vista jurídico e diz estar tranquilo sobre o caso, afirmando que essa não deve ser a primeira e nem a última petição com esse intuito.
“Essa empresa (Capibaribe Gestora) existe, ela cuidava de algumas receitas e despesas do clube antes da Recuperação Judicial. É natural que alguns credores, antes mesmo do processo de RJ, fiquem tentando penhorar. E, às vezes, uma conta como essa está mais livre, porque o clube precisa viver e funcionar. Do ponto de vista da RJ, essa petição não gera nenhuma preocupação. O Náutico não omite e nem sonega nenhuma informação na recuperação. A gente está muito tranquilo”, disse Rodrigo.
“Ela geriu contas a pagar e a receber do Náutico. Ela não foi citada (na RJ) porque ela não tem relevância, sobretudo quando o Náutico está com a conta protegida de penhoras, porque todas as execuções estão suspensas. O Náutico precisava dela quando estava sujeito a penhoras para além dos 20% (que ficavam retidos na Justiça do Trabalho)”, explicou o advogado.
Segundo Rodrigo, a Capibaribe Gestora não possui nenhum credor ou vínculo com nenhum funcionário do Náutico. A empresa funcionava, de acordo com o advogado, como um gerenciamento do “contas a pagar e receber do clube” antes da Recuperação Judicial, na tentativa de evitar bloqueios para além dos 20% já destinados à Justiça do Trabalho.
Ainda de acordo com o advogado, esta não deve ser a primeira petição neste sentido, mas o clube está tranquilo no processo, pois foi transparente em suas contas.
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