Tentativa de consenso eleição com chapa única no Santa Cruz falhou e três chapas estão inscritas para o pleito marcado para o dia 12 de novembro
O Santa Cruz passará um processo de bate-chapa para escolher o seu novo presidente. Com as candidaturas de Bruno Rodrigues, Zé Neves e Albertino dos Anjos inscritas e confirmadas para a participação do pleito marcado para o dia 12 de novembro, os tricolores terão pouco menos de duas semanas para escolher o novo mandatário do Arruda para o triênio 2024-2026.
Contudo, a falha na tentativa do consenso para a cadeira de chefe do Executivo coral pegou o candidato Albertino dos Anjos de surpresa. Em contato com a reportagem do NE45, o ex-diretor de futebol coral afirmou que conversou com Bruno Rodrigues – apresentado como o candidato do consenso – no domingo e que acordo estava selado. Entretanto, na tarde da segunda-feira, última data para inscrição das chapas, tudo havia mudado.
“Desde o começo, quando eu coloquei a nossa candidatura à presidência do Santa Cruz, enfatizei que o nosso objetivo seria o de aprovar uma SAF. Acredito que essa é a nossa única solução, sem existir alternativa dois. Ou faz ou o Santa Cruz abre falência e fecha as portas. O clube precisa de dinheiro, precisa de investidores. É necessário juntar tudo mundo em prol de um objetivo a ser alcançado, mas dentro de um projeto, e se todos concordarem a gente fecha e vamos juntos, mas mesmo assim é preciso ter um planejamento e um plano de ação. Eu achei que seguiria assim, mas quando vi o prato já estava feito. O processo havia virado uma política partidária onde cada uma das partes queria um espaço para si. Eu não comungo com isso”, disse.
“No domingo, almoçamos juntos, eu, Bruno (Rodrigues) e Fred Magalhães, que é o meu vice. Quando conversamos, Bruno foi muito solícito, concordou que a SAF é o caminho e disse que tinha uma SAF para trazer. Nos chamou para o consenso baseado em um projeto para o Santa Cruz e aí saímos tranquilos para conversar com nossos apoiadores à noite. Conversamos novamente com Bruno na segunda-feira e o acordo é que ninguém colocaria a sua chapa. Ele disse que iria conversar com Jairo (Rocha) e me garantiu que Marino (Abreu) não seria candidato”, pontuou Albertino.
“Entretanto, à tarde, fui informado que duas chapas seriam registradas. Foi aí que me juntei junto ao pessoal (que me apoia) corremos ao Arruda e registramos a chapa. Protocolamos tudo com todos os formulários, mas não existe ao menos uma comissão eleitoral para receber e analisar essa documentação. Assim, antes das 18h (prazo de encerramento) estavam registradas a chapa de Marino e a de Bruno. Depois tudo o que foi combinado foi rasgado”, enfatizou.
Chapas “ilegais” por estarem inscritas fora do prazo
De acordo com Albertino, para que a costura feita pensando em lançar Bruno Rodrigues, de fato, como candidato único à presidência do Santa Cruz, foi necessário fazer uma reunião entre alguns dos cardeais corais. Assim, na noite da segunda-feira, portanto, após o prazo de inscrição estipulado até às 18h, uma nova chapa foi construída com o ex-presidente Antônio Luiz Neto encabeçando as negociações.
“Na noite da segunda-feira, se reuniram no Arruda, Bruno, Tininho, Romerito (Jatobá), Antônio Luiz Neto, Vitinho (Victor Pessoa de Melo), e mais ou menos umas 15 pessoas, cada um colocando membros do seu grupinho nas composições e o meu nem ao menos foi convidado. Eu não iria participar, mas não houve ao menos o respeito e consideração se era para fazer algo em comum acordo. Eles rasgaram o registro da chapa de Marino, que não existe mais, e montaram outra após às 18h”, afirmou.
“Além disso, ficamos sabendo que Antônio Luiz Neto foi que montou a chapa para ele (Bruno Rodrigues). Foi feito tudo isso e aí a chapa surgiu toda na ilegalidade. A secretária do clube recebeu após o horário e apontou que havia sido entregue no prazo. Tudo mentira. Uma chapa que é registrada após às 18h não deveria ter valor nenhum. Eles reclamaram que a chapa de Zé Neves foi registrada após o horário, mas a deles também foi. A única chapa que está totalmente legal e deveria assumir o Santa Cruz por aclamação é a nossa”, apontou.
Processo em curso, mas sem comissão eleitoral
Outro ponto abordado por Albertino na entrevista ao NE45 foi a questão do processo eleitoral seguir mesmo com a comissão eleita para fiscalizar o pleito do Santa Cruz sendo impugnada. Segundo o ex-diretor coral, a eleição deverá ser adiada devido à falta de prazo previsto no regimento do clube.
Além disso, sem o órgão fiscalizador, que teria, em tese 13 dias para analisar a legalidade das chapas submetidas para a participação da votação, o candidato alega que a isonomia do processo está comprometida.
“A nossa é a única que foi registrada dentro do horário. Mas o que vale pra um, não vale pra todos. Eu podia muito bem estar brigando dizendo que as chapas são ilegais e que só a minha foi registrada dentro do horário. Como não tem comissão eleitoral pra avaliar, todo mundo faz o que quer no clube e quem tem a caneta na mão são eles. Eles fazem o que eles querem. A gente vai, infelizmente, aguentar mais uma vez. Só quem sofre com isso é o Santa Cruz”, concluiu.
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