Treinador foi questionado porque usava o meia como titular e explicou o motivo
Ex-técnico do Náutico, Mazola Júnior falou pela primeira vez após a saída do clube. Em entrevista ao programa Fórum Esportivo, da Rádio Jornal, o comandante se disse frustrado com os resultados, avaliou o trabalho e respondeu a questionamentos específicos. Um deles sobre o meia Thiago Lopes, que segundo o comandante tem um dos maiores salários do Timbu.
Mazola não quis falar sobre valores, mas disse que o salário de Thiago Lopes é idêntico ao de Leandro Barcia, que deixou o clube recentemente. O ex-treinador alvirrubro ainda falou que não se pode ter atletas com alto salário no banco de reservas. “Ou joga ou manda embora”, disse o treinador.
Thiago Lopes foi titular no Náutico na derrota contra o Caxias-RS e teve atuação ruim, sendo questionado pela torcida.
“Thiago Lopes: um dos maiores salários do clube, idêntico a Barcia. Não entro nessa questão (de valores). Entro na questão que é o seguinte: um dos maiores salários do clube ou joga ou tem que ser mandado embora. Não pode ficar no banco com um salário desse. Mesma conduta tivemos com o Barcia. É de se lembrar que o Thiago Lopes foi contratado com quatro meses de inatividade. O Thiago teve uma lesão grave, mas já está recuperado, mas foi uma lesão grave no Sport. O Thiago teve tempo suficiente para entrar em forma, ganhar ritmo”, afirmou o treinador.
“Ele foi titular contra Ferroviária e Volta Redonda, mas não rendeu. É banco contra o Remo e não entra. Contra o São José, na minha opinião, foi um dos poucos que tentou. E da forma que iríamos jogar contra o Caxias, sabemos que não teria espaço para velocistas, então optamos por Thiago, e não o Patrick, porque já tinha Andrey de canhoto”, explicou Mazola.
O treinador ainda falou sobre Andrey, reafirmando que foi sua indicação, e também de Patrick Allan, a quem Mazola diz “não ter nada contra”, mas que tem características distintas do modelo de jogo do treinador.

Mazola se diz frustrado com a saída do Náutico
Questionado se ficou chateado com a demissão, Mazola afirmou que se sente frustrado com os resultados, já que estava confiante no projeto. Ele também agradeceu a oportunidade de trabalhar no clube e reconheceu que os resultados foram ruins – o Timbu somou apenas oito pontos em sete jogos.
“Na realidade nem sei se a palavra é chateado, mas sim frustrado. Apostei muito nesse projeto do Náutico. Foram dois meses de muito trabalho. Dei o que eu podia e mais alguma coisa para que a bola entrasse, para que o Náutico fizesse um campeonato melhor a essa altura. Mas infelizmente algumas coisas aconteceram dentro do campo e a gente não conseguiu os resultados tão necessários quanto precisava ser”, disse o treinador.
“A gente entrou numa competição que, na sétima rodada, o Náutico deveria ter mais uns seis pontos. Quando falei em trabalho sensacional, o trabalho da comissão técnica, que estava escanteado, foi sensacional. Nós montamos processos em outras áreas e tudo num bloco só. Você viu o que tem de gente saindo do departamento médico. Eu já fiquei sem cinco titulares de um jogo para o outro. O resultado foi péssimo, mas o trabalho foi sensacional. Sei separar bem as duas situações. O ambiente do muro do CT para dentro era sensacional, do mais humilde funcionário ao presidente. Infelizmente o resultado demorou a tardar. E, quando é assim, cai no treinador, como foi contra o Allan (Aal)”, completou.

Sobre a demissão, Mazola disse que ouviu de que o Náutico ficaria ingovernável caso o treinador continuasse. O comandante ainda chegou a citar que há “facções políticas” que elevam a pressão no clube.
Mazola disse que foi demitido em conversa com o executivo de futebol Léo Franco e com Ítalo Braga, que oficialmente havia deixado o departamento de futebol, mas segue como um diretor do clube.
“A palavra do Ítalo para mim foi o seguinte: professor, se a gente não te tirar o Náutico vai ficar ingovernável. Não vou pedir demissão porque não tenho medo de ninguém. E aí falei: ‘então me manda embora'”, finalizou o treinador.
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