Com a aprovação do Conselho Deliberativo, uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) será convocada para os sócios votarem sobre o novo estatuto do Sport
O Conselho Deliberativo do Sport aprovou, na última quarta-feira (17), o texto sobre o novo estatuto do clube, que agora depende apenas da aprovação dos sócios para sair do papel. Entretanto, algumas alterações propostas no documento não agradaram parte dos conselheiros do clube, que votaram contra a reforma estatutária.
O NE45 teve acesso ao documento aprovado pelo conselho rubro-negro e destaca algumas das principais mudanças sugeridas pelo texto do novo estatuto:
- Autorização para a criação de uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF)
- Fim do cargo de presidente do executivo
- Criação do “Conselho de Administração”, que terá um mandato de três anos
- Criação do “Chefe Executivo Oficial (CEO)”, que será escolhido pelo Conselho de Administração
- Sócios-torcedores não terão direito a voto
- Implementação de urnas eletrônicas nas eleições
- Consulados passarão a fazer parte do estatuto
O Conselho de Administração, aliás, será composto por cinco membros (presidente, vice-presidente e cinco conselheiros) que serão eleitos pelos sócios para um mandato de três anos. Esses, inclusive, vão indicar o CEO, que terá um cargo remunerado.
Quais mudanças são contestadas por parte dos conselheiros?
Em contato com o NE45, Hugo Henriques e Aerson Zamboni, membros da comissão de conselheiros do clube, detalharam os principais pontos de crítica ao texto do novo estatuto. Ambos foram contra o documento que passou por votação nominal no Conselho Deliberativo – aprovado por 65 votos a favor versus cinco contra.
“Não somos oposição a gestão, não nos colocamos assim. Estamos lá pelo Sport e sempre ajudaremos no que entendemos ser o melhor para o clube. Quanto aos pontos que somos contra, citamos o fato do sócio torcedor não poder votar. Também somos contra o modelo de composição do Conselho de Administração. Achamos que seria melhor para o clube um presidente remunerado com dedicação exclusiva”, disse Zamboni.
Outro ponto de discordância citado pelos conselheiros são sobre as eleições do clube. Conforme dito por Hugo Henriques, houve um movimento para que os pleitos – que tradicionalmente ocorrem em dias de semana – passassem a acontecer nos finais de semana. No entanto, o pedido foi negado.
“O estatuto que está em vigor diz que a eleição do clube tem que ser na primeira quinzena de dezembro, mas ele não especifica se será no fim de semana ou em dia de semana. Historicamente, todas as eleições do Sport são em dia de semana, e com voto presencial”, iniciou Hugo.
“Então a gente brigou muito pra tentar colocar a eleição no final de semana, para facilitar a galera e democratizar a eleição. Da forma que está, trabalhador não consegue votar. Uma das nossas críticas era essa, e não foi aceita”, complementou.
O direito de voto ao sócio-torcedor do Sport foi outro pedido realizado pelos conselheiros. No entanto, assim como a alteração da data da eleição, a solicitação foi negada e não consta no texto do novo estatuto.
Apesar das críticas, os conselheiros se mostraram a favor de algumas mudanças propostas pelo novo estatuto, como a implementação de urnas eletrônicas nas eleições do clube e a inclusão dos consulados no estatuto.
A reportagem do NE45 entrou em contato com o presidente do Conselho Deliberativo do Sport, assim como outros representantes da comissão que votaram a favor do texto. Contudo, não quiseram se posicionar sobre as discordâncias.
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