Tetracampeão mundial e ídolo tricolor, ex-zagueiro tem atuado nos bastidores em contato direto com o presidente Bruno Rodrigues
O processo da SAF do Santa Cruz tem sido aguardado com muita ansiedade e cobranças por parte da torcida. Afinal, há mais de dois anos rondam as promessas de tornar o Tricolor um clube-empresa, só que esse passo ainda não foi dado. Entretanto, mais um prazo foi dado para que essa situação siga evoluindo. É esperado que, neste mês de dezembro, seja divulgado quanto vale o Santa Cruz.
Esse processo é chamado de valuation. Ou seja, ele avalia todos os ativos de uma empresa (neste caso, o Santa Cruz ainda enquanto um clube associativo). A partir daí é determinado um valor justo para o mercado de venda do Mais Querido para um futuro investidor. Quem divulgou essa data foi o tetracampeão mundial e ídolo tricolor Ricardo Rocha, em um vídeo publicado no seu perfil no Instagram.
Ricardo Rocha tem sido peça ativa nos bastidores do Santa desde que o projeto para implementação de SAF iniciou. Entre momentos de maior presença e um pouco mais de distância, ele sempre se disponibilizou a ajudar e “fazer a ponte” entre o clube e possíveis investidores. Em um deles, inclusive, apresentou investidores junto ao ídolo coral Grafite, mas a situação não evoluiu.
Em meio à pressão e ansiedade por avanços neste sentido, o ex-zagueiro pregou calma para que o Mais Querido possa seguir o processo sem atropelos.
“Concordo com o presidente do Santa Cruz. O Vasco é um exemplo de experiência de SAF que não deu certo e isso não pode acontecer com o Santa Cruz, com a torcida apaixonante que tem. Estou tentando ajudar o Santa Cruz, como sempre. Estou conversando”, iniciou.
“As pessoas dizem ‘ah, está conversando muito’, mas tem que conversar muito. Ninguém coloca dinheiro em coisa ruim. O Santa não é uma coisa ruim, mas precisa ser claro. O presidente Bruno Rodrigues vai fazer um valuation (processo que avalia quanto vale uma empresa) e, até dezembro, vai ter os números. Então tem que começar a conversar. Não vai ser de uma hora para outra”, acrescentou.
Por último, Ricardo Rocha acrescentou que o processo de valuation será importante para definir quais tipos de investidores poderão vir a propor a compra da SAF coral. A partir daí, caberá ao clube analisar as propostas recebidas e definir qual se encaixa melhor nos parâmetros definidos para reerguer o Tricolor.
“A SAF pode existir, estou tentando ajudar e vou tentar ajudar sempre. Quando eu ver que não dá, eu vou sair. Talvez essa seja minha última tentativa de ajudar o Santa Cruz. Não depende de mim, não sou presidente. O Bruno Rodrigues é um cara inteligente, do bem, e ele está corretíssimo em não ter pressa. Eu, como torcedor, digo: Tem que realmente esperar um pouco, porque vai sair o valuation em dezembro, e ele tem uma definição sobre quem vem, ou não, para ajudar o Santa Cruz”, concluiu.
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A SAF do Santa Cruz
O Tricolor teve dois momentos onde se desenhavam propostas pela sua SAF. Primeiro, em conversas com o grupo Hype S/A, em 2022, que não andaram. O grupo depois adquiriu o América-RN, além de ter também controle do Azuriz-PR. O momento de instabilidade e a necessidade de organizar questões políticas e financeiras pesaram para que as tratativas não seguissem
Outro momento foi em 2023, onde o ex-presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, ao lado de outros investidores, teve conversas um pouco mais avançadas para iniciar tratativas pela compra da SAF coral. Porém, o momento de instabilidade política e incertezas fizeram com que a negociação fosse encerrada. O ex-mandatário do Tricolor de Aço, inclusive, acabou adquirindo a SAF do Londrina.
De lá para cá, o presidente Bruno Rodrigues – que assumiu o cargo no fim de 2023 – vem tocando o processo para o Santa Cruz se tornar uma SAF. Um passo maior em direção a isso foi dado ao contratar a consultoria Alvarez & Marsal para assessorar o clube nessa implementação.
A “fase 1” do projeto, onde o modelo de SAF do Santa Cruz é formulado e apresentado a investidores, já está em curso. Com isso, algumas mudanças ainda podem acontecer. Mas, até então, a prioridade tricolor é de vender 90% das ações do clube, num modelo onde qualquer pessoa – e mesmo torcedor coral – possa investir e comprar ações do Mais Querido.
Apesar disso, a ideia é de conseguir um investidor majoritário. Assim, há a possibilidade de que ele compre esses 90% das ações do clube e depois gere um Fundo de Investimento de Participações (FIP) para que outras pessoas, torcedores, possam comprar ações. Ou mesmo, se o investidor majoritário não quiser adquirir os 90%, o percentual menor que ficar disponível seria disponibilizado, como pretende o presidente coral.
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