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Candidato à reeleição no Sport, Yuri Romão descarta ser CEO em SAF, fala sobre racha político e diz que clube mudou de patamar; confira a entrevista completa

Sport, PE, Últimas

Por Pedro Maranhão

Por Pedro Maranhão

Postado dia 4 de dezembro de 2024

O atual presidente busca a permanência para o biênio 2025/2026

Yuri Romão, atual presidente do Sport, tenta sua reeleição em pleito marcado para o dia 16 de dezembro, na sede da Ilha do Retiro. No cargo desde 2021, quando assumiu interinamente após o então presidente Leonardo Lopes pedir afastamento, o mandatário Rubro-negro buscar dar continuidade em projetos montados ao longo dos últimos anos.

Durante o período, foram dois Campeonato Pernambucanos conquistados, duas finais da Copa do Nordeste disputadas, e em 2024 tão sonhado acesso finalmente saiu. Além disso, uma grande reforma aconteceu para viabilizar a utilização da Ilha durante a Série B. Prometendo, inclusive, um grande Retrofit para os próximos anos.

Em contato exclusivo com a reportagem do NE45, Yuri Romão enfatizou que jamais seria CEO de uma possível SAF do do Leão no futuro. Falou sobre o “racha” político com João Humberto Martorelli e Gustavo Dubeux, confirmou mudanças no departamento de futebol para 2025 e prometeu mais investimentos para o futebol feminino.


Yuri Romão, Sport, Daniel Coelho - Foto: Fotos: Arthur de Souza

Yuri Romão, Sport, Daniel Coelho – Foto: Fotos: Arthur de Souza

Sabatina com o pré-candidato a presidência Yuri Romão:

Yuri, eu queria que você fizesse um balanço da temporada. O Sport foi campeão Estadual, chegou na semifinal do Nordestão, avançou na Copa do Brasil e garantiu o acesso. Na sua opinião, foi um bom ano?

Acho que o 2024 é consequência do que foi feito em 2022, 2023, os aprendizados, os investimentos, enfim. Na realidade, 2024 começou a se consolidar em algo que a gente já vinha planejando, tentando, buscando, através de inovação, de muita dedicação também, de horas trabalhadas. E, graças a Deus, fomos agraciados com o acesso, que era o grande objetivo do ano, e que nunca deixou de ser. Foi um ano, eu diria, exitoso em vários aspectos, do ponto de vista administrativo, principalmente. 

Nós avançamos muito nas pautas internas. São pautas que normalmente não são de interesse da grande massa, do nosso torcedor. O nosso torcedor quer a bola na rede, né? Mas, a bola não entra por acaso, está certo? Se faz necessário que você tenha um alicerce para que as coisas fluam. Então, foi um ano extremamente exitoso no campo administrativo, com vários avanços.

Não posso deixar de mencionar a questão da modernização do Estatuto, ou seja, para um novo biênio. O novo Estatuto vai poder, também, ajudar para que outras pautas sejam tiradas do papel. Além disso, a própria performance dentro de campo. Se a gente for olhar o número de partidas, vitórias, empates e derrotas, gols sofridos e gols pró, notadamente a gente vai ver que tivemos um êxito muito grande. Isso falando do futebol.

Mas a gente não pode também esquecer, por exemplo, um ano de trabalho com relação ao projeto de reforma da Ilha do Retiro. Ou seja, não é fácil você fazer um projeto para aprovação na prefeitura, isso demanda muito tempo. Então, foi um ano nessa questão, de setembro a setembro, com várias consultorias envolvidas, vários rubro-negros envolvidos nesse processo.

Então, diria que dentro do campo, das quatro linhas, tivemos êxito, como você bem colocou, ganhamos o Pernambucano, chegamos nas semifinais da Copa do Nordeste, avançamos na Copa do Brasil e conseguimos o acesso. Mas tivemos outras situações, como a compra da área do CT que é um avanço fenomenal para o clube nesse ano. O protagonismo que o clube teve ao longo de 2024, junto à CBF, junto à Liga Forte União, quando participei de várias negociações, enfim. Então, todo esse contexto que estou falando, torna o ano muito exitoso. 

Sport comemora o título do Pernambucano 2024 contra o Náutico na Arena de Pernambuco

Foto: Paulo Paiva/Sport

Em relação do futebol. Em 2024 você criou o comitê gestor, além das presenças do executivo André Figueiredo, e de Ricardo Drubscky, que deixou o clube durante a Série B. Como ficará a configuração do setor para 2025?

O Sport voltou a ter a credibilidade necessária para dar sequência nos próximos anos. Sem credibilidade, como encontramos o clube em 2021, era impossível dar sequência, impossível. Então, a credibilidade foi resgatada. Com relação à nova configuração, ainda não me debrucei sobre isso, mas posso lhe adiantar o seguinte.

Possivelmente, teremos um único diretor, com a chegada de mais um executivo. Isso faz parte daquela profissionalização que a gente tentou desde o início do ano. Possivelmente teremos mais um diretor com uma configuração mais administrativa. E o que é administrativo dentro de um departamento de futebol? Cuidar da logística, cuidar do CT.

Uma pessoa com um olhar mais voltado para o ambiente. E André Figueiredo continua como está hoje, ou seja, mais voltado para o campo, junto à comissão técnica, junto ao coordenador de performance. Não tem mais comitê. Não estou falando em nomes, sobre quem fica ou sai, estou dizendo que permanece um diretor e mais dois executivos.

Como está a situação de Pepa para 2025? Vocês estão alinhados com ele? A oposição também diz que é um nome que interessa, mas segundo informações de bastidores, ele só ficaria no cargo caso você seja reeleito. Procede?

Na conversa que tivemos com Pepa na quarta-feira passada, antes dele viajar para Portugal, que foi muito elegante, de alto nível, ele nos apresentou um relatório das suas observações dos 90 dias que esteve aqui conosco e manifestou, de fato, o interesse de permanecer junto a gente. Obviamente, não quero usar isso como handicap eleitoral. Quero deixar isso bem claro, inclusive.

Mas ele manifestou o interesse em ficar, desde que a gestão permaneça. Houve, de fato, uma empatia de lado a lado. Isso não quer dizer que, caso nós percamos, a gente possa interceder para ele continuar. Porém, não sei se ele vai querer. Estou sendo honesto, como gosto de ser. Essa é a verdade. Não estou usando isso como moeda eleitoral. Estou sendo honesto.

Presidente Yuri Romão e o técnico Pepa no CT do Sport

Foto: Paulo Paiva/SCR

Como está a questão do Retrofit? Nas últimas semanas vimos que o projeto foi apresentado em uma audiência pública. Ainda haverá alguma mudança no projeto original? Em que pé estamos com isso para 2025?

Primeiro, o projeto, de fato, foi feito, está bem elaborado, passou por várias mãos, por com consultorias renomadas. Não houve economia com relação a isso, ou seja, a gente realmente quis trazer os melhores para que pudessem. Fizemos um estudo de impacto na vizinhança, estudo de impacto do trânsito, a pesquisa dos imóveis que podem ser construídos ali, que têm aderência à região.

Foi uma pesquisa muito bem elaborada. Fiquei impressionado, inclusive, com o nível de detalhamento da pesquisa. Eu não imaginava que era daquela forma. A própria modelagem financeira, que foi feita pela última consultoria a ser contratada, que fez a modelagem, nos apresentou como é que esse projeto será coloca de pé. Foi importantíssimo, inclusive. Precisamos fazer algumas alterações no próprio projeto arquitetônico para que essa modelagem se tornasse viável.

Enfim, tudo isso foi feito ao longo de um ano e conversamos duas ou três vezes com a própria prefeitura. Em duas das ocasiões, o próprio prefeito João Campos participou da apresentação, fez algumas solicitações de mudança também. Ou seja, nós estamos muito esperançosos de que, terça ou quarta, após as eleições, esse projeto vá para o CDU para ser analisado. Estamos esperançosos de que seja aprovado, porque não foi um projeto que a gente bateu o martelo logo de casa. Não, nós conversamos durante muito tempo. 

Tiveram mudanças ao longo desse período de um ano para que, de fato, ele fosse exequível do ponto de vista financeiro e também que pudesse ser aprovado de forma rápida dentro do próprio CDU. Então, existe uma esperança nossa de que a coisa vai andar, porque fizemos a coisa como deveria ser feita, de forma muito transparente. Estivemos na Secretaria do Meio Ambiente, apresentamos. Tem alguma coisa que vocês queiram que a gente faça? “Não, está tudo ok.” Fomos para outras secretarias também. Então, se aparecer alguma coisa de diferente, é novidade que a gente realmente não está sabendo.

Em caso de Retrofit, o Sport terá que voltar a jogar na Arena de Pernambuco. Como melhorar a relação entre Arena, torcida e clube? Levando em consideração os problemas de mobilidade, dentre outros.

Primeiro eu queria dizer que a Arena de Pernambuco é um belíssimo equipamento. Todos nós gostamos de estar ali, e não estou inventando. Porém, temos um problema de mobilidade, a distância, o trânsito. Às vezes, falta sensibilidade por parte da entidade maior do futebol, a CBF no horário de marcação das partidas. Por exemplo, uma partida numa sexta-feira, 19h30, o cidadão para chegar na Arena precisa sair de casa 12h30 da tarde.

Me lembro bem, por exemplo, no dia do jogo da semifinal contra o Santa Cruz, que eu autorizei os atletas trocaram de roupa dentro do ônibus. Porque a gente não ia chegar a tempo. Agora, é importante dizer que todo mundo tem que fazer um pouquinho de sacrifício. Todos, todos. Inclusive o nosso sócio, o nosso conselheiro, precisa dar uma contribuição de ter um pouquinho de paciência e aceitar esse período de reformas, que eu estimo ao entorno de dois anos de obras.

O mais importante é a gente requalificar o nosso estádio. Lembrando, nós estamos mudando de patamar. Estamos voltando a ser um clube de Série A, um clube que quer permanecer na Série A, que precisa de renda de Série A. E para que a gente possa ter tudo isso, é necessário fazer essa requalificação. E, fazendo essa requalificação, obviamente vai ter um impacto na mobilidade, vai ter um impacto em alguns custos. Então, é algo inerente à modernização que vamos passar.

Arena de Pernambuco, Sport x Fortaleza - Foto: Rafael Aroeira/FPF

Arena de Pernambuco – Foto: Rafael Aroeira/FPF

Como está a questão da Recuperação Judicial, e da diminuição das dívidas do clube? Em uma entrevista recente, você confirmou que pagou metade do que o clube devia, caindo para algo em torno de R$ 150 milhões.

Era de R$ 330 milhões, agora deu uma caída. Devemos fechar o ano com algo em torno de R$ 150 milhões. Tudo isso vai estar no balanço que sai agora no final do ano. O Sport voltou a ser um ativo. Você começa a ter um ativo em que o valor dele, de face, no valor intangível do clube, seja maior do que a dívida. Porque se você pegar dezembro de 2021 e dezembro de 2024, o ativo intangível é muito maior do que o endividamento do clube. 

E essa era uma preocupação minha. Eu tinha várias preocupações quando a gente assumiu em 2021, era o tempo todo apagando incêndio. Não teve gestão. Teve muita entrega, mas gestão mesmo não teve. Mas, de 2022 em diante, qual era a nossa preocupação? Primeiro, a base documental, que era um desastre. Contratos sem assinatura, a gente não tinha noção a quem devia, inclusive. Todo dia chegava um e dizia que tinha tal coisa para receber. 

Quando a gente olhava, tinha lá um contrato. Quando você ia olhar o arquivo do clube, onde deveria estar também uma cópia, não tinha. Eu tinha que acreditar naquilo que o cidadão me trouxe. Foram vários processos. Então, faltava, vamos dizer assim, a gestão mesmo. Digo gestão primária mesmo, aquela coisa do dia a dia. Nesse sentido, a minha preocupação, vindo do mercado financeiro e tal, o que a gente necessitava? Primeiro, fazer um balanço. E me lembro da orientação que foi dada.

Quero um balanço, e não é para uso político, é um balanço para saber onde nós estamos. Daqui para frente, a gente começa a organizar. Então, aquele balanço de 2021 para 2022 foi importantíssimo para que a gente pudesse nos nortear para qual caminho seguir. E fomos, de forma muito disciplinada, fazendo essas mudanças. A maioria não entendia por que a gente não pegava o dinheiro da venda de Gustavo, Mikael, ou Maílson para trazer mais jogador.

Mas a gente sabia que era importante investir, primeiro, na liquidação de vários débitos que nós tínhamos. E manter o pagamento em dia. Porque a intranquilidade que traz o fato de você não pagar em dia, drena todas as suas energias. Quando digo as suas, é realmente no plural, porque é desde o roupeiro, passando pelo vigilante, pela tia da cozinha CT, pelo pessoal que fica na sede, todos preocupado se vão receber ou não.

Ou seja, a gente tinha que dar essa segurança aos nossos soldados, que são os funcionários, os atletas, enfim, todo mundo que está inserido nesse contexto do clube. Então, a minha preocupação naquele momento era organizar a casa nesse sentido. E, pouco a pouco, com muita disciplina, com muita dedicação, todos nós, pouco a pouco, fomos fazendo o dever de casa e chegou onde chegou.

Mais uma vez, o resultado de 2024 tem muito a ver com as decisões tomadas em 2022. É muito frio dizer que 2024 foi maravilhoso porque a gente subiu. E lá? Como é que foi lá atrás? Quando você não tinha o dinheiro para botar o diesel no  gerador do CT. Não tinha dinheiro nem para isso. Então conquistamos a melhoria com muita luta. Essa era a grande verdade. 

Como anda a questão da Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Com a reforma do estatuto, vocês estão prontos para receber novos investidores. E muito se fala que você poderia ser o CEO. Procede?

Vou dar o título da sua matéria, tá? Não há força humana na terra, não existe essa força física ou quântica, ou o que você quiser, que me faça ser CEO de uma SAF do Sport. Segundo ponto, não acredito que um investidor que venha colocar o seu recurso dentro do clube, não queira indicar um executivo dele para tomar conta do investimento dele. Não acredito, e isso não existe. Eu, obviamente, sou um observador privilegiado.

Dada as mesas com que sento, as pessoas com que converso, onde chego, tento obter o máximo de informação sobre isso. Tenho amizade com o Gabriel Lima, do Curitiba. Tenho amizade com a modelo do Vasco. Tenho amizade com o Thairo Arruda, do Botafogo. Todos são meus amigos. Tenho pessoas que estão vivendo ou vivenciando momentos que, mais à frente, serão muito importantes ouvi-los novamente e depurar o que há de melhor nessas SAFs.

Tenho esse entendimento que já tem uns dois ou três profissionais que realmente estão afinados com o modelo de SAF. Tudo isso, no momento oportuno, se a nossa chapa for eleita, vamos sentar, constituir uma comissão de pessoas do Executivo e do Conselho Deliberativo e, por que não dizer, alguém de fora também que não esteja dentro desse contexto, para elaborar o melhor modelo e colocar essas pessoas diante desses Executivos.

Pessoas que passaram por momentos difíceis. É muito importante você aprender com quem passou por momentos difíceis. Muito importante para você não incorrer no mesmo erro. Isso tem a ver, inclusive, com as outras perguntas. O fato do ano ter sido muito exitoso nesse aspecto de relacionamento, de voltar a ter protagonismo, vai ajudar a partir de janeiro a gente ter essa comissão e abrir portas para que a comissão possa conversar. 

A partir dai, quando o investidor que chegar para fazer um acordo conosco, vai encontrar um modelo pré-pronto. Você também não pode dizer assim, “se você não entrar aqui dessa forma, eu não quero.” Isso não é negociar, é imposição. Assim não faz sentido. Essas são as situações que a gente não abre mão, então quando formos conversar, já tem uma base. O clube já não está mais vendendo o almoço para comprar a janta. Isso é um bom sinal. 

O clube tem boa imagem externa. Outro bom sinal. Tem uma torcida maravilhosa, tem um projeto em andamento de reforma do seu estádio. Tudo isso, colocado dentro de uma cesta, vai ser negociado com o investidor. Fazer romantismo, dizendo que vai fazer SAF, sem essas prévias, sem esse processo, para mim não passa de conversa eleitoral.

Yuri Romão, André Figueiredo, Pepa, Guilherme Falcão, Sport - Foto: Pedro Maranhão/NE45

Yuri Romão, André Figueiredo, Pepa, Guilherme Falcão, Sport – Foto: Pedro Maranhão/NE45

Como você analisa os acontecimentos políticos no clube envolvendo seu nome? Rompimento com João Humberto Martorelli e Gustavo Dubeux, questão de legitimidade ou não em relação a reeleição…

Da nossa parte, do nosso grupo, ninguém nunca quis briga. Todos sabem que eu não queria, não estava querendo mais ser o candidato. Infelizmente, aconteceu essa questão de inviabilidade. Entendemos que o ex-presidente Gustavo Dubeux tem muitos serviços prestados ao Sport. Sendo assim, é legítimo da parte dele querer influir numa chapa, por todo o histórico dele. Mas nem sempre, nem sempre a sua vontade própria se sobrepõe à vontade de um grupo.

Principalmente um grupo, aí eu remeto ao início da entrevista. Um grupo que trabalhou tanto, se dedicou para tirar o clube da situação que se encontrava, ai chegar onde está hoje, e esse mesmo grupo não ser ouvido? Ninguém está: “Ah, vamos exigir que seja…”. Não, esqueça isso, não vou ouvir isso. Tem, sim, uma vontade por parte do ex-presidente Gustavo Dubeux, do ex-presidente Leonardo Lopes, de continuar influindo nas coisas, em detrimento daqueles que estão no dia a dia.

Mas isso é complicado. Com relação à questão jurídica, já tem jurisprudência sobre isso. É uma tese, eu diria, até para desestabilizar a campanha, ou me desestimular, alguma coisa desse tipo. Não sei, realmente não sei. O mais importante é o seguinte, tanto o nosso grupo, como o grupo de Gustavo Dubeux, de Martorelli, de Arnaldo Barros, todo mundo quer o bem do Sport. Todo mundo. Não vai haver briga, está certo? A gente não quer briga. A gente quer apresentar as propostas.

Como está seu pensamento em relação ao futebol feminino, que assim com o masculino, estará na elite do futebol nacional em 2025? E também sobre os esportes olímpicos, que às vezes acabam ficando um pouco de lado.

Em relação ao futebol feminino, tenho conversado internamente sobre isso, inclusive desde o acesso. Há uma necessidade grande em relação a gente ter uma diretoria exclusiva do futebol feminino. Hoje não tem. Tem uma figura extraordinária que merece todas as honras, que é a Nira Ricardo, coordenadora do futebol feminino. Ela é tão extraordinária, que inclusive ganhou o prêmio do Confut. Fiquei sensibilizado, porque ela mandou um agradecimento especial para mim.

A gente precisa de uma diretoria feminina que esteja próximo da diretoria de futebol profissional e amadora, ou seja, dentro desse contexto do CT, porque o futebol feminino está indo todo para o CT, mas não vai ter mais nada de futebol na Ilha do Retiro. Então eu tenho que buscar isso, um profissional, ou uma profissional, pois hoje não temos isso no clube. Se for necessário, talvez até ir ao mercado mesmo, para trazer essa pessoa.

No momento não seria o ideal, mas se não tiver jeito, vamos atrás de um profissional que possa dar voz ao que Nira faz. O comando gerencial de Nira é perfeito, o que falta agora é dar voz a ela. E a gente precisa de uma pessoa acima, do ponto de vista organizacional, uma caixinha, como a gente costuma dizer na administração, uma caixinha para que dê voz e força a ela, para que ela possa dar sequência a esse trabalho lindo, maravilhoso que ela faz. Isso é em relação ao feminino.

Com a construção que vai ser feita no CT, o feminino vai ter o seu campo exclusivo, de boa qualidade, vai ter a construção de vestiários para as meninas, tudo isso vai ser muito bom. É uma primeira promessa de campanha aqui nossa, estruturar o futebol feminino, até em relação a parte física mesmo, melhorando os equipamentos. Com relação ao material esportivo, vou trazer uma informação. No jogo contra o Bahia pela semifinal, fui assistir e vi a roupa do Bahia, depois vi a nossa.

E fui para cima do meu pessoal, de almoxarife e disse: “Por que a nossa roupa não é mais ajustadinha?” A resposta foi: “As meninas preferem jogar com aquela.” Então não vou me meter nisso. Com relação ao nosso fornecedor, a Umbro nos fornece um número razoável de material. Até diminuí, porque isso custa dinheiro. Ela tira também dos nossos royalties. Antes você via vários perfis do Instagram vendendo nossas camisas. Hoje não tem mais, muito por conta disso.

Então isso foi diminuído. O argumento foi esse excesso de material que está chegando e não está indo para a ponta. Pelo contrário, está saindo pelo futebol profissional, se dando muita camisa, e não está chegando onde a gente quer que chegue. Com a organização do clube, a parte fiscal, a gente agora já pode pleitear a Lei do Iniciativo ao Esporte, para que possamos, de fato, começar a investir nos esportes amadores.

Não é me justificando, até porque não gosto de fazer isso. Mas nesse período fizemos alguns apoios pontuais. O futsal agora, o hóquei que viajou. Enfim, algumas coisas muito pontuais, porque a gente precisava escolher as guerras que tínhamos à frente. A grande guerra nossa era a estruturação, inclusive, financeira do clube. Não era nem o futebol. Estou dizendo da parte financeira para dentro do clube. Agora temos condições de sermos mais engenhosos, inovadores.

Com relação também aos esportes amadores, quando eu fui VP, a gente tinha projetos aprovados em Brasília. Estive várias vezes lá com o Ricardo Cappelli, que na época era secretário executivo do Ministério dos Esportes. Aprovamos dois projetos. E com esses recursos, a gente fez tanta coisa, teve o basquete, superliga feminina de vôlei, campeonato sul-americano de hóquei, a ascensão extraordinária da natação, que foi o primeiro lugar do ranking Norte/Nordeste. É isso que queremos voltar.

Complexo - Ilha do Retiro - Sport

Foto: Rafael Bandeira/Sport

Você planeja fazer mudanças nos setores de marketing e comunicação para 2025?

Vejo que, na parte de comunicação, com a chegada de Lucas Liausu, a gente melhorou muito. Já tinha melhorado bastante com a chegada de Marcelo Bandeira, mas com a chegada de Lucas, começamos a ter uma comunicação mais estratégica. Ou seja, o departamento foi organizado. Era o que faltava. Do nível de profissionalismo, tanto Marcelo, como Marciel Júnior, ou os outros que lá estão, são todos muito bons. Mas faltava alguém que pensasse o departamento do ponto de vista gerencial. 

No que diz respeito ao marketing, eu diria a você que é uma área que, de fato, está no meu radar. Melhorar o departamento de marketing e comercial. São duas coisas distintas. Às vezes, as pessoas confundem, achando que marketing e comercial são a mesma coisa, mas não é. Mas a gente precisa melhorar isso. Acho que a gente perde muitos recursos pelo fato de não ter um departamento estruturado para a parte comercial e um departamento de marketing ainda maior.

Ou seja, com mais designers, com mais gente pensando o que a gente vai fazer. Vou repetir algumas palavras. Nós precisamos ser inovadores, inventivos. E o marketing está para isso. Auxiliar o departamento comercial, mas também pensar em coisas novas. De fato, é algo que tenho pensado. Existem algumas lacunas dentro do departamento que eu já tenho enxergado e que iriei tratar.

Acho que o mais importante é que o marketing tem que fazer a entrega principal, que é melhorar a experiência do nosso torcedor em vários aspectos. Seja na Ilha do Retiro, ou fora dela. O marketing tem que estar atrelado ao comercial, atrelado à alta direção, ou seja, à presidência, para a gente estar sempre pensando em algo propositivo e em algo que venha, de fato, a melhorar a vida do torcedor.

Para finalizar, gostaria que você mandasse um recado para o torcedor. O famoso “Pede voto”.

Vou falar de coração, está certo? Por que Yuri é candidato novamente? Por que Yuri Romão quer tirar do papel projetos estruturadores que a gente elaborou. Não é fácil fazer projetos. Acho que a grande massa do Sport não tem noção do trabalho que é elaborar um projeto, e tirar do papel é ainda pior. A gente mudou de patamar. Precisamos de gente qualificada, de gente disposta a fazer esse trabalho.

Eu e a nossa equipe toda, junto com Rafael Campos, com Ademar Rigueira, com César Caúla, e toda nessa chapa que está posta, nós nos julgamos aptos a dar sequência a tudo que está sendo feito até agora. Estamos motivados. Estamos querendo fazer isso, que é o mais importante.

Depois de feito, ao final desse novo biênio, acho que o clube estará estruturado de forma consolidada, de forma sustentável para seguir. Se é o nosso grupo, se não vai ser o nosso grupo, vai ser outra coisa. Mas, nesse momento, acho que a permanência dessas pessoas é importante para a consolidação do trabalho.

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