Presidente do departamento tricolor afirmou que gramado do Arruda estará pronto para duelo contra o Treze, pela pré-Copa do Nordeste
O Santa Cruz cancelou dois amistosos, contra CSA e Nacional de Patos-PB, que aconteceriam no estádio do Arruda. O motivo? A reforma do gramado, que não ficaria pronta a tempo para as partidas. Essa mudança nos planos do departamento de futebol coral gerou muito descontentamento. O próprio técnico Itamar Schulle falou que estava decepcionado e que isso afetou a pré-temporada coral.
Esse assunto, porém, teve panos quentes colocados nesta terça-feira (17) em entrevista coletiva concedida por Adriano Lucena, presidente da comissão patrimonial do Santa Cruz. O dirigente falou sobre as obras que têm sido realizadas no Arruda, assim como o gramado, que parou de ser utilizado para eventos no dia 9 de novembro. Só a partir daí é que houve uma pausa para que as obras iniciassem.
Foto: Rafael Melo/Santa Cruz
Sobre o cancelamento dos amistosos por causa da manutenção do campo, ele afirmou que não houve falha de comunicação entre os setores do clube. Adriano Lucena disse que existe uma “sintonia total” entre os departamentos do Santa Cruz e que era preciso criar uma “cultura da valorização”, pois mesmo com o cancelamento do amistoso no Arruda, haverá um jogo-treino contra o América-RN, adversário que também jogará a Série D, no CT Ninho das Cobras.
“Na verdade, a reforma veio de forma contínua, nunca parou. Viemos até dia 9 de novembro utilizando o campo de forma muito intensa. Então tudo isso deixamos muito claro. Hoje, temos um jogo sexta contra o América-RN no CT. Não vou dizer que houve uma falha de comunicação, até porque teremos um jogo no CT, era contra o Nacional de Patos, mas será contra o América-RN. Então vamos valorizar esse jogo, essa recuperação”, disse o dirigente.
“Vamos fazer com que o torcedor participe, incentive o clube para vencer o América-RN. Temos que criar essa cultura da valorização. Existe uma sintonia total entre os departamentos, com o presidente Bruno Rodrigues coordenando todo esse processo, tanto do conselho (deliberativo), da patrimonial, como do executivo. Teremos esses encontros de forma mais frequente para ficar de forma mais fácil de vocês (jornalistas) entenderem, e assim comunicar melhor ao torcedor”, acrescentou.
Foto: Evelyn Victória/Santa Cruz
Adriano Lucena também afirmou que a estreia do Santa Cruz na classificatória da Copa do Nordeste, diante do Treze (no dia 4 ou 5 de janeiro), será no Arruda, com o gramado liberado para o jogo. O dirigente coral afirmou que as obras de recuperação do campo foram custeadas com o valor arrecadado de aluguel para eventos e outras fontes de renda da diretoria patrimonial, resultando num total aproximado de R$ 250 mil.
“O jogo contra o Treze será no Arruda, com o gramado em totais condições. A federação já esteve aqui, no dia 9 de dezembro, já visitou todo o gramado, e ele está aprovado. Estamos finalizando esse processo de recuperação. Podemos ter a certeza que, no início de janeiro, vamos fazer o jogo aqui”, explicou.
“Fizemos alugueis para eventos maiores, alguns menores, e conseguimos arrecadar algo em torno de R$ 250 mil. Com isso, junto a outras formas de arrecadação da patrimonial, como as cadeiras e camarotes, conseguimos pagar (a reforma do gramado)”, concluiu Adriano Lucena.
Estádio do Arruda. Foto: Rafael Vieira/FPF
Confira outros trechos da coletiva sobre as obras realizadas no estádio do Santa Cruz
Obras na fachada da sede do Santa Cruz
Na obra da fachada, demos início a pintura, e quando praticamente concluímos, apareceu um problema no reboco, que começou a cair, e fomos pensando o que iríamos fazer. Então fizemos o planejamento do que iríamos fazer dentro daquilo que havíamos iniciado. Daí passa um transeunte, um curioso, tira foto, faz vídeo, diz que não tem ninguém, diz que o Santa Cruz está abandonado.
Aqui não tem enganação nem abandono. Paramos para pensar o que iríamos fazer. Contratamos uma empresa para fazer aqui o serviço, para ver qual era a melhor alternativa em relação a custo e tempo, e começamos a fazer. Estive aqui no final da manhã, olhei e comecei a pensar em outro paradigma, se a gente poderia fazer outra alternativa para reduzir custos e acelerar o tempo, porque queremos entregar a fachada e vamos entregá-la.
Foto: Divulgação/Santa Cruz
Obras nos banheiros do Arruda
Fizemos a campanha dos banheiros, onde os torcedores faziam o aporte financeiro. Esse dinheiro ficou lá, sem mexermos por muito tempo. Foi arrecadado um valor de cerca de R$ 48 mil, que foi uma quantia significativa, porque o modelo que nós pensamos era o seguinte: temos 52 banheiros e o aporte que imaginamos receber seria de R$ 12 mil (por banheiro) e isso daria algo em torno de R$ 600 mil.
Então precisaríamos de uma campanha de marketing com empresas parceiras do Santa Cruz, para desenvolvermos um projeto e essas empresas associassem suas marcas para essa transformação do espaço dos banheiros, para que estivéssemos entrando nos banheiros do estádio como se tivéssemos entrando num banheiro de aeroporto, de shopping.
Vamos fazer para o torcedor do Santa Cruz, que merece vir com todo conforto e segurança. Demos início e após a conclusão desses primeiros banheiros, que vai ter um custo muito maior que os R$ 12 mil, vamos disponibilizar centavo por centavo para que toda a sociedade pernambucana saiba onde está cada centavo que a gente arrecadou do torcedor, diretamente, e de outros recursos que vieram.
Foto: Divulgação/Santa Cruz
Torres de iluminação do estádio
Em 2024, a gente teve uma exigência para que pudéssemos isolar as quatro torres de iluminação. Estudamos várias possibilidades. Uma delas de retirar as torres, até para aumentar o fluxo e segurança na entrada e saída dos torcedores, e fomos atrás de empresas. Desenhamos um modelo na casa dos R$ 2,2 milhões nessa mudança de iluminação, mudando para LED, com a retirada das torres.
A retirada das torres num primeiro momento seriam as duas que estão do lado do portão 3 e do antigo (restaurante) colosso, e deixar a torre do ginásio e do portão 6. Essa do portão 6 é uma agressão à cidade e às pessoas que moram nas redondezas. Quando você isola em dia de jogo, o cidadão não pode passar pela calçada, tem que passar pela rua.
Então estamos desenhando um projeto para que possamos dividir isso em cotas e trazer patrocinadores com nosso marketing para trocar nossa iluminação. Não é coisa de outro mundo, podemos fazer, e é algo que estamos encaminhando.
Arruda passou por apagão em clássico do Santa Cruz contra o Sport, no Pernambucano de 2024. Foto: Paulo Paiva/Sport Recife
Laudos para liberação da capacidade de público do Arruda em jogos do Santa Cruz
A gente precisa de laudos. Temos o serviço de toda proteção da arquibancada inferior, na arquibancada superior estamos fazendo serviços, como os de extintores, que trouxemos uma quantidade significativa, e teremos, talvez na próxima terça-feira, uma visita dos bombeiros. Depois que tirarmos os demais laudos com a polícia, SDS, vigilância sanitária e demais instituições.
Então essa primeira ação estamos fazendo, depois tem toda a parte de iluminação, e estamos com algo em torno de 90% a 95% (adiantados). Reduzimos a quantidade de camarotes para fazer (mais saídas de emergência). Vamos posicionar a saída do torcedor visitante para que possa sair na Rua das Moças, sem um conflito na saída do portão 3 e 4, fazendo com que ele saia com mais segurança.
Foto: Rafael Vieira/FPF
Estamos fazendo um estudo para o que fizemos no portão 10, com a saída do torcedor na arquibancada, de fazer uma praça de alimentação e a construção de mais dois banheiros, da mesma forma no portão 11, de fazer mais dois banheiros. Então iremos para 56 banheiros, que está dentro do nosso projeto, sendo quatro deles novos.
Temos 34 câmeras de monitoramento no Arruda e vamos adicionar mais 81, chegando a 115 e podendo acrescentar para ir a 120. Contratamos uma empresa para fazer toda essa distribuição e vamos melhorar essa questão do conforto e segurança do estádio. Contratamos uma nova empresa para uma operação na distribuição de alimentos e bebidas no clube, que se adequa às novas exigências de consumo do torcedor.
Foto: Matheus Epitacio/Cortesia
Por que a demora para iniciar a recuperação no gramado?
Usamos mais o estádio nesse período do que no que jogamos até março. Tivemos que alugar para fazer renda. Se estivéssemos acompanhando o Santa Cruz no dia a dia, poderíamos entender que o gramado estivesse sendo utilizado. O clube Santa Cruz estava fazendo renda, precisava fazer receita. E nós alugamos o estádio até o dia 9 de novembro. Até essa data, decidimos que iríamos fazer dinheiro. O clube não parou. Utilizamos o gramado e agora está na fase de recuperação.
Qual a capacidade atual de público no Arruda?
A capacidade do estádio hoje está muito mais voltada à segurança para entrar e sair. Se fizermos uma comparação com a Arena, com a área para entrar e sair, ela é gigantesca. Aqui, quando você sai do estádio, você está numa avenida. A legislação foi se modificando. No portão 6, temos uma torre que agride a cidade. Hoje ela não passaria.
Estamos trabalhando para que possamos ter a maior capacidade do estádio, mas aí vai ser definido com o Corpo de Bombeiros. O que for possível fazer dentro do nosso teto financeiro, vamos fazer. Tivemos em 2024 o ano mais difícil do ano do Santa Cruz. Não estávamos aqui choramingando, estávamos trabalhando para fazer um 2025 muito melhor que 2024. Queremos fazer um 2025 vitorioso. Dentro do que está na responsabilidade da patrimonial, nós vamos fazer.
Foto: Evelyn Victoria/Santa Cruz
Não dá para “chutar” um número exato. Neste ano, tivemos um laudo de 50 mil em janeiro, depois surgiu outro de 43 mil em agosto, setembro, se nem jogo a gente tinha. Não fazia sentido isso. Tínhamos outra coisa pra poder nos preocupar e fazer. Se for liberado 43 mil, vamos jogar com isso.
Na arquibancada superior, temos o trabalho no lado do canal até próximo do escudo. A arquibancada inferior, as cadeiras e o que liberamos ano passado, trabalhamos para liderar do mesmo jeito. A arquibancada superior do visitante, precisamos de um investimento financeiro significativo, então vai levar mais um tempo. Mas do que liberamos ano passado, vamos trabalhar para conseguir o mesmo.
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