Clube tricolor encerra ano com o principal objetivo alcançado
Com o vice-campeonato diante do Barra-SC, o Santa Cruz encerrou a temporada de 2025 conquistando seu principal objetivo: o tão sonhado retorno à Série C. O momento simboliza a retomada do protagonismo tricolor no cenário nacional. Entre a presença apaixonada de sua torcida, o processo de implantação da SAF e os altos e baixos vividos ao longo do ano, o clube protagonizou uma temporada intensa.
A presença apaixonada do torcedor durante toda a temporada foi um combustível essencial. Desde os jogos iniciais do Campeonato Pernambucano Betnacional até as partidas decisivas da Série D, o torcedor lotou estádios, vibrou, sofreu e comemorou junto com o clube.
Paralelamente, a temporada também ficou marcada pelo processo de implantação da SAF, que trouxe nova organização, segurança financeira e perspectivas de crescimento para o futuro. Entre altos e baixos, decisões administrativas importantes e momentos decisivos dentro de campo, 2025 será lembrado pelos corais como um ano de reconstrução, redenção e emoção.

Foto: Renato Gomes / RBC PRESS
Início turbulento: eliminação precoce da Pré-Copa do Nordeste
A temporada começou com um baque: o Santa Cruz foi eliminado logo na fase preliminar da Copa do Nordeste. Em 4 de janeiro de 2025, no Arruda, perdeu por 2 × 1 para o Treze-PB e pôs fim às chances de disputar a fase de grupos da competição regional.
Chegada de Thiago Galhardo no Santa Cruz
A principal contratação da temporada, o atacante de 36 anos foi oficializado pelo clube tricolor no dia 14 de fevereiro e chegou ao Santa Cruz em definitivo após rescindir seu contrato com a equipe do Fortaleza, com quem tinha contrato desde 2022.
Sua chegada contou com apoio dos membros da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Tricolor, ainda liderado por Vinícius Diniz e Márcio Cadar naquele momento e contou com forte presença da torcida do clube no Aeroporto Internacional dos Guararapes.
Thiago foi uma figura importante dentro de campo, e também nos bastidores do elenco tricolor. O atacante também se destacou em ações de carinho e aproximação com a torcida coral ao longo da temporada. Na reta final da Série D, acabou recebendo críticas da torcida coral após um rendimento abaixo do esperado.

Foto: Evelyn Victória/Santa Cruz
Pernambucano: começo forte e bons resultados
Depois do revés inicial, a equipe estreou no dia 11 de janeiro no Campeonato Pernambucano Betnacional diante do Decisão, com um empate em 1 × 1. Apesar disso, foi na competição que o clube tricolor iniciou uma série de três jogos de invencibilidade e, ao longo da primeira fase, teve como destaque a vitória diante do Sport no Estádio do Arruda.
A equipe tricolor terminou a primeira fase na liderança da competição, com 20 pontos conquistados, garantindo classificação direta para as semifinais do campeonato.
Nas semifinais, o Santa Cruz enfrentou novamente seu principal rival, o Sport, e acabou derrotado nos jogos de ida e volta, sendo eliminado do estadual. O desempenho gerou críticas à atuação do técnico Itamar Schülle.

Foto: Rafael Vieira/FPF
Demissão de Itamar Shurlle e chegada de Marcelo Cabo
Já com o início da transição para a Sociedade Anônima de Futebol (SAF), a diretoria coral anunciou, no dia 1º de abril de 2025, a saída do técnico Itamar Schülle após uma derrota diante do ASA, em amistoso de preparação para a Série D do Campeonato Brasileiro.
O clube foi rápido na reposição: apenas um dia depois, o Santa Cruz oficializou a contratação do técnico Marcelo Cabo, que assumiu o projeto do clube com foco na competição nacional.
Marcelo Cabo é o novo comandante do Santa Cruz! 🐍✍🏼
Com passagens por CRB, CSA e Atlético Goianiense — onde conquistou o título da Série B —, o treinador desembarcou hoje no Recife e já comandou seu primeiro treino à frente do elenco coral.
Bem-vindo ao Time do Povo! 💪🏼🔥 pic.twitter.com/iW4aUcKH1B
— Santa Cruz F.C. (@SantaCruzFC) April 2, 2025
Campanha do Santa Cruz na Série D
O primeiro jogo coral na competição aconteceu no dia 20 de abril de 2024, diante do Treze-PB, fora de casa. A vitória com gol de Israel marcou o início de uma série de sete jogos de invencibilidade, que garantiu ao clube a liderança momentânea do Grupo A3, composto também por América-RN, Central, Ferroviário, Horizonte, Santa Cruz-RN, Treze e Sousa.
Nos jogos de volta da primeira fase, o time coral apresentou uma queda de rendimento e perdeu a liderança do grupo, encerrando com 27 pontos – mesma pontuação do América-RN, que ficou em primeiro pelos critérios de desempate.
Com uma reta final conturbada, marcada por problemas nos bastidores e insatisfação da torcida, o Santa viu seu principal objetivo ameaçado. Ainda assim, o clima de união entre elenco, comissão técnica e diretoria ficou evidente.

Foto: Evelyn Vitória/Santa Cruz
No mata-mata, as emoções foram intensas. Na segunda fase, o Tricolor se classificou nos pênaltis diante do Sergipe, após empate no placar agregado. Nas oitavas, diante do Altos, a história se repetiu: dois empates e nova decisão nas penalidades.
As quartas de final chegaram como o último passo antes do tão sonhado acesso. Em um dos confrontos mais marcantes da história da Série D, o Santa superou o América-RN com vitória na ida e empate na volta, garantindo o retorno à Série C após 1.450 dias.
Nas semifinais, a equipe eliminou o Maranhão e avançou para a grande decisão contra o Barra-SC, clube estreante na competição, mas que ostentava estrutura sólida e campanha de destaque.
SAF do clube coral
O ano tricolor também passa pelo avanço do projeto da Sociedade Anônima do Clube por meio da Cobra Coral Participações S.A. Mesmo antes de ser totalmente concretizada, a SAF já exerceu influência direta no cotidiano do Santa Cruz e passou por situações complicadas como a saída dos investidores Marcio Cadar e Vinicius Diniz e resistência de integrantes do clube, apesar do total apoio da diretoria coral.
Apesar disso, um outro nome assumiu o destaque nas negociações e na liderança do projeto, o do empresário Iran Barbosa. Ao lado da diretoria coral, a equipe do projeto foi fundamental para tranquilidade ao elenco durante a competição e criar um ambiente de confiança que se refletiu em campo.
O impacto financeiro também foi evidente mesmo antes da oficialização. Como a chegada de nomes fortes no elenco como os de Thiago Galhardo e Felipe Alves, além de de ajuda no pagamento de salários e uma melhora na gestão do futebol.

Foto: Evelyn Victoria/Santa Cruz
Torcida presente em toda a jornada
O Santa Cruz encerrou a temporada de 2025 com recordes históricos de bilheteria como mandante. Ao todo, o clube arrecadou R$ 14,78 milhões em 19 partidas, incluindo cinco jogos consecutivos com renda acima de R$ 1 milhão durante o mata-mata da Série D.
O desempenho financeiro representa a maior receita desde 2017, ficando atrás apenas da última participação na Série A, em 2016. Após anos de arrecadações modestas e impacto da pandemia, os números refletem a força de mobilização da torcida coral.
Em termos de público, o clube ultrapassou 500 mil torcedores presentes nos estádios em 2025, com média de 26.886 por jogo. O destaque foi a final contra o Barra-SC, que registrou 45.500 torcedores, igualando a maior lotação já registrada na Arena de Pernambuco.

Foto: Evelyn Victória/SCFC
Principais nomes do clube coral na temporada
No gol, o destaque fica para Rokenedy, que, após assumir a vaga do experiente Felipe Alves na Série D, chegou questionado por parte da torcida, mas conseguiu dar a volta por cima. Foi fundamental na reta final do Tricolor, especialmente nas disputas de pênaltis que classificaram o time.
Entre os principais nomes da temporada, também se destacaram o trio de ataque Geovany, Thiaguinho e Thiago Galhardo, principalmente no início da Série D, quando concentraram a maior parte dos gols do clube.
No meio-campo, o destaque vai para o volante Wagner Balotelli, que dominou a volância do Santa Cruz e se tornou titular absoluto, entregando atuações consistentes. Balotelli marcou o gol coral no jogo de volta contra o América-RN e foi fundamental para o retorno do Tricolor à Série C.

Foto: Evelyn Victória/SCFC
Se o ataque diminuiu seu ritmo ao longo da temporada, a defesa apresentou evolução significativa. Com destaque para William Alves e Eurico, que formaram a dupla de zaga titular, os gols corais passaram a ser mais distribuídos entre os jogadores, reforçando a consistência do time como um todo.
Planejamento para 2026
A diretoria coral vira o foco para à terceira divisão e conta com parte do elenco com contratos válidos para a próxima temporada. A base do time tricolor está assegurada. Thiago Galhardo, Wagner Balotelli, Rokenedy, Willian Júnior e Nathan, por exemplo, possuem contratos mais longos e estão garantidos para a próxima temporada.
Por outro lado, alguns jogadores vivem situação indefinida. Os laterais Toty e Israel têm vínculo até o fim da atual temporada e ainda não tiveram renovação anunciada. Já o atacante Geovany, emprestado pelo Marcílio Dias, só permaneceria caso o Santa adquira seus direitos em definitivo.
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