Em entrevista ao NE45, Pablo falou sobre o que considera como importante para o Timbu e o que o motivou a se candidatar

Com a definição de bate-chapa pelo cargo de presidente executivo do Náutico para o biênio 2026/2027, o NE45 entrevistou o candidato de oposição, Pablo Vitório, para conhecer suas pautas para o clube.

Tabelião em Petrolina, associado do Náutico há décadas e também conselheiro, o candidato teceu críticas à gestão atual do Timbu. Por outro lado, apontou questões que trata como primordiais para o Alvirrubro nos próximos anos, além de destacar a necessidade de investir para melhorar a estrutura do clube. 

O candidato também já afirmou que pretende contar com Hélio dos Anjos na próxima temporada e que não tem um “plano B” em caso de saída do treinador. Além disso, desmentiu que houvesse um acerto com Lisca para assumir o Timbu e que sequer conversou com o ex-técnico alvirrubro.

Foto: Gabriel França/CNC

Leia toda a entrevista de Pablo Vitório, candidato a presidente do Náutico, ao NE45

Repercussão da candidatura

As primeiras horas depois do registro da chapa, depois que que a imprensa começou a a noticiar o registro de nossa chapa, foram de muita alegria. Porque a gente começou a sentir o através de mensagens, de ligações, um apoio muito grande de sócios e de conselheiros, de de ex-presidentes, de pessoas ligadas ao Náutico. Até me surpreendeu a a aceitação do nosso nome, sabe?

Porque não havia nenhuma ventilação anterior ao nosso nome. Mas assim, pelo menos na imprensa para o grande público, a gente estava trabalhando essa chapa internamente. E quando surgiu a notícia do registro da chapa, a gente teve um um apoio muito grande que me deixa muito feliz e confiante para para a eleição.

Participação e contribuição dentro do clube, e o motivo de se candidatar

Eu sou sou sócio do Náutico e, para ser sincero, eu não sei precisar quantos anos porque, infelizmente, os cadastros do do Náutico após as mudanças de sistemas e gestores foram perdidos. Mas eu tenho muito tempo de de associação há algumas décadas, também tenho vários anos de atuação junto ao Conselho Deliberativo, já participei de muitos movimentos dentro do Náutico.

Participei de comissão eleitoral, presidimos a comissão da reforma estatutária, ocupamos o cargo de vice-presidente do Conselho Deliberativo. Temos um histórico grande de serviços prestados ao clube e essa candidatura tem uma base sólida, não se trata de de um aventureiro.

Trata-se de uma pessoa que conhece bem o clube, que já está há muitos anos trabalhando em pautas sensíveis do clube, que tem um conhecimento e um apoio que tornam a a candidatura sólida.

A gente colocou nosso nome à disposição em virtude de um descontentamento, principalmente no quadro associativo, em relação à gestão de  Bruno Becker. Apesar de ter conseguido um feito muito importante para o clube, e isso é preciso reconhecer por justiça, porque entrega o Náutico na Série B e é uma importante para o clube e seu futuro. Mas a gestão, durante os dois anos, pecou por demais em diversos aspectos. A forma como a gestão entrega o clube hoje é uma forma muito aquém das promessas de campanha.

Foto: Gabriel França/CNC

Críticas à atual gestão

Nós tivemos uma promessa de um futebol feminino forte, através dessa dessa gestão, de que esse setor iria ter uma uma resposta positiva. Nas gestões anteriores, o futebol feminino conseguiu ser bicampeão pernambucano.

Inclusive nós conseguimos esse feito, ali no início de 2022, em que éramos bicampeões do profissional masculino, éramos bicampeões sub-20 e éramos bicampeões no futebol feminino. Infelizmente essa gestão atual teve um desempenho pífio.

É, nosso patrimônio, a questão dos demonstrativos contábeis, descumprimentos de diversos artigos estatutários, de descumprimentos inclusive de decisões do Conselho Deliberativo, antecipações exageradas de receita.

Enfim, tivemos muita coisa ruim, como o desempenho do futebol mesmo, no primeiro ano e no início do segundo ano até a chegada de Hélio dos Anjos. E nós estamos hoje sem calendário nacional no primeiro semestre. Só temos o Campeonato Pernambucano por causa desse desempenho péssimo do Pernambucano anterior e nas competições do início do ano.

Foto: Arquivo Pessoal e Gabriel França/Náutico

Então a gestão a longe de ter sido exemplar, embora eu reconheça a importância do acesso, mas principalmente do trabalho que foi realizado por por Hélio dos Anjos.

Além disso, o Náutico descumpriu, com essa gestão, uma quantidade incrível de disposições estatutárias no que se refere aos demonstrativos contábeis, que desagrada a todo mundo. O Náutico hoje é uma caixa preta, ninguém sabe a real situação do clube. Isso não pode acontecer.

Essa realidade precisa mudar. É uma das bandeiras da nossa candidatura, a transparência, para proporcionar ao Conselho Fiscal e ao Conselho Deliberativo, meios para que eles cumpram as suas suas missões estatutárias.

Entrando nas pautas da recuperação judicial, da SAF, no contrato com a Arena, na possibilidade de filiação a uma das ligas, essas pautas são pautas de estado, não são pautas de governo. E uma das grandes preocupa ocupações nossas e de boa parte do quadro associativo, é permitir por uma aclamação, sem nenhum debate e apresentação de projetos, sem nada consistente, apenas uma aclamação dessa gestão.

Essa gestão que se mostrou tão falha em diversos pontos. Toquei nessas pautas tão importantes para o clube. Tem a insatisfação com a gestão, pela maneira como tratou a recuperação judicial. É algo que todo mundo percebe, inclusive nas recentes decisões aí em relação à nossa recuperação judicial, nós temos um uma assembleia que se avizinha, um cenário complicado.

Temos a sorte de ter o doutor Rodrigo Cahu cuidando do nosso processo, mas ele precisa de um apoio mais efetivo e eficaz da gestão, no sentido de ir atrás das dos credores para proporcionar um ambiente mais tranquilo para nossa RJ.

Ligação com ala política de ex-presidentes

inclusive, faço aqui um um esclarecimento público. O primeiro é que nós somos uma chapa de oposição, porque qualquer chapa que seja registrada, que não seja a chapa de Bruno Becker, vai ser considerado da oposição.

Mas nós não somos absolutamente a continuação de nenhuma outra gestão que tenha passado pelo Náutico, absolutamente. Não somos a continuidade da gestão de Edno (Melo), não somos a continuidade da gestão de Diógenes (Braga), nós estamos propondo uma inovação, uma oxigenação.

Foto: Léo Lemos/Náutico

Nós estamos propondo uma mudança naquilo que a gente entende que precisa mudar. Aquilo que deu certo, as decisões corretas, elas precisam continuar para o bem do clube, para o bem do Náutico. Um exemplo é o candidato a vice-presidente na chapa de Bruno Becker. Ricardo Malta. É uma pessoa que a gente tem o maior respeito, a maior admiração.

É uma pessoa que eu tenho mais absoluto respeito. E não tenha nenhuma dúvida de que, caso a gente vença a eleição, ele será a a pessoa que nós iremos convidar para para ser vice-presidente do CT, porque o Náutico precisa muito do trabalho que ele realiza lá.

E também para para responder o temor de de algumas pessoas que a gente tem percebido, vou ser muito claro que não há a mínima possibilidade de haver uma troca dessa chapa por quem quer que seja.

O candidato à presidência do Clube Náutico Capibaribe é Pablo Vitório até o dia 30 de novembro, e terá a companhia Gilberto Kabbaz até a data de 30 de novembro, data do pleito. Então que nosso associado fique tranquilo em relação a isso, porque nós estamos com seriedade, compromisso, responsabilidade, nos propondo a gerir o Náutico e oferecer mais transparência, mais competência. A nossa intenção é exatamente essa.

Mudanças no futebol do Náutico e a importância de Hélio dos Anjos

O futebol em 2026 vai precisar de uma profissionalização. Essa é a palavra-chave. Eu acho que não cabe mais uma uma diretoria unicamente estatutária. É preciso mesmo que a gente traga pessoas profissionais, que sejam do ramo, que conheçam do assunto. E nós precisamos da ajuda de Hélio dos Anjos.

Ele é, no nosso planejamento, uma peça chave nessa nessa montagem. Tudo vai ser construído ou  deve ser construído ouvindo o Hélio. Mas nós temos um desafio enorme em 2026, que é uma Série B que se apresenta bem difícil. Então nós precisamos trabalhar com urgência, com rapidez na na melhoria da estrutura do clube. A gente precisa melhorar a a estrutura disponível aos nossos atletas.

Foto: Gabriel França/Nautico

Melhorias na estrutura do Náutico

Nós precisamos realizar as melhorias que os Aflitos precisa para os jogos de uma Série B como, exemplo a iluminação do estádio. Nós precisamos melhorar essa essa iluminação e teremos algumas receitas extras que, sem dúvida nenhuma, precisam ter uma parte considerável destinada para essas coisas.

A gente precisa entender que a venda do percentual dos direitos televisivos do Náutico a qualquer uma das ligas tem que ser revertido, uma boa parte, para a questão estrutural do clube. Não podemos esquecer do legado que esse contrato pode e deve deixar para o Clube Náutico Capibaribe.

A outra bandeira é a recuperação do nosso patrimônio. Nós vamos para um pleito agora no dia 30 em que o sócio vai ver o estado da nossa quadra como está. O clube, quando você chega no Náutico hoje, na parte da noite, por exemplo, você percebe um clube morto, sem vida. É, infelizmente, a realidade do Náutico. A piscina, os banheiros, a quadra, enfim. Nós precisamos cuidar do nosso patrimônio.

Foto: Gabriel França/CNC

Diálogo com lideranças do Náutico

Temos que ouvir todos os alvirrubros que possam e tenham condições de ajudar. A nossa intenção é sempre procurar pessoas que tem experiência no futebol do Náutico, que tem conquistas no futebol do Náutico.

Entendo que nomes como Emerson Barbosa, Giba, Alexandre Homem de Melo, Diogenes Braga, são pessoas que tem essa experiência, que tem essa vivência. Sobretudo Paulo Pontes, ex-presidentes como o André Campos, Sérgio Aquino. Essas pessoas elas precisam ser ouvidas. O doutor Américo Pereira, o Ricardo Breno, são pessoas que a gente não pode esquecer, são pessoas que a gente precisa ouvir sempre.

Esse foi sem dúvida nenhuma, um dos um dos grandes defeitos da gestão Bruno Becker. Ele, muitas vezes, se fechou a críticas, não ouviu quem deveria ouvir, isolou-se em um determinado do momento. Uma instituição como o Náutico não pode ser gerida dessa forma, principalmente quando a gente fala naquelas “pautas de estado”.

E a opinião geral é que a gestão foi muito falha nisso. E outra coisa que sobretudo nós, eu e Kabbaz, que viemos do conselho deliberativo, que foi um erro muito grande da gestão, é a forma como ela se fechou em relação aos demonstrativos financeiros. Nós nos propomos a fazer mais e melhor pelo Náutico. É isso que que a gente quer, é isso que a gente propõe.

Foto: Tiago Caldas/CNC

Estruturação nas finanças 

Eu acho que a primeira coisa que precisa acontecer é uma estruturação do departamento financeiro. Nós precisamos ter sistemas contábeis que, de alguma forma, controlem esse fluxo de caixa e nos dê, de forma inequívoca, relatórios exatos, que facilitem futuras auditorias, com documentos que sirvam de comprovação, porque nosso setor é muito amador.

Não temos hoje, no departamento financeiro, nada parecido com isso. Nós temos algumas pessoas já em vista que podem nos ajudar em relação a isso. Tudo que entra no Náutico, de dinheiro ou qualquer tipo de verba, precisa ser registrado, contabilizada. 

Não há mais espaço para falta de transparência no Náutico. Então antes de pensar o que fazer com o dinheiro, precisamos contabilizar muito bem tudo que entra no Náutico, com sistemas que só funcionem ou proíbam determinadas práticas, travando-as. Um sistema que venha a proporcionar, ao gestor, trabalhar de forma estruturada financeiramente.

Essa é a minha primeira preocupação. A segunda é da gente utilizar parte dessas verbas para onde o Náutico é mais carente hoje, com uma urgência maior, de uma melhoria urgente na estrutura. A base do Náutico precisa de uma academia, de equipamentos no setor de fisioterapia, fisiologia, o departamento médico.

Foto: Gabriel França/CNC