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Santa Cruz em luto: Morre Dirceu Paiva, o “guardião da memória tricolor”

Santa Cruz, PE, Pernambucano, Últimas

Por Klisman Gama

Por Klisman Gama

Postado dia 24 de janeiro de 2025

Dirceu Paiva foi responsável pelos cuidados e manutenção da sala de troféus do Santa Cruz por décadas, além de ser um grande conhecedor da história coral

Uma história que se confundia com a do clube que tanto amou. Uma partida que deixa em luto o Santa Cruz. Morreu, nesta sexta-feira (24), o senhor Dirceu Paiva, o “guardião da memória tricolor”. Ele tinha 93 anos e a causa da morte não foi divulgada.

A confirmação veio através do perfil oficial do Conselho Deliberativo do Santa Cruz, que exaltou a figura de Dirceu Paiva.

“O Conselho Deliberativo do Santa Cruz lamenta, com profundo pesar, o falecimento do benemérito Dirceu Paiva. Guardião da sala de memória do clube, dedicou sua vida à preservação da história do nosso clube. Um dos maiores santacruzenses de todos os tempos. Descanse em paz”, disse em nota.


Através de suas redes sociais, o Santa anunciou que decreta oficialmente três dias de luto no clube pela partida do “guardião da memória tricolor”.

“Dirceu dedicou sua vida a preservar a história e a essência do Santa Cruz, sendo um exemplo de amor e devoção ao Time do Povo. Nossos mais profundos sentimentos aos familiares, amigos e a toda a torcida coral”, publicou o perfil oficial do Mais Querido.

Quem foi Dirceu Paiva, o guardião da memória do Santa Cruz?

Dirceu Paiva dedicou décadas da sua vida para preservar e manter viva a história do Santa Cruz. Desde o seu passado de glórias, do pentacampeonato, do Terror do Nordeste nos anos 1970 com grandes campanhas no Brasileirão, do Tri-super campeonato, da Copa do Nordeste, de diversas taças e conquistas do Tricolor.

Dirceu Paiva, o guardião da memória do Santa Cruz

Foto: Divulgação/Santa Cruz

Tamanha era a sua importância para manter viva a história coral, a sala de troféus foi batizada de “Sala de Memórias Dirceu Paiva”. Uma homenagem mais do que justa, feita em vida.

Acolhedor, o “guardião da memória tricolor” contava a história das diversas conquistas representadas pelas taças ali expostas. A icônica “excursão da morte” que o Santa Cruz fez nos anos 1940 eram uma das grandes aulas possíveis de ouvir na voz de Dirceu Paiva.

Inclusive, em texto publicado no próprio site do Santa Cruz, Dirceu falou da sua relação com o Mais Querido, ele explicou como o torcedor se sentia ao estar presente na sala de memórias do clube.

“Aqui é uma grande vitrine do Santa. O torcedor fica com uma sensação de valorização. A gente recebe, conversa, ele se sente valorizado”, explicou.

Em meio a esse sentimento que o torcedor sentia ao estar ali, vendo cada conquista dos mais de 100 anos do Tricolor materializada, uma dessas sensações era compartilhada por vários: “Chorar aqui é a coisa mais comum do mundo”, contou Dirceu.

Exemplo para família, amigos e demais torcedores do Santa Cruz

Um dos torcedores do Santa Cruz mais ligados a seu Dirceu é o historiador Esequias Pierre. Há quase 10 anos ele passou a se dedicar à sala de memórias coral, aprendendo, convivendo e trabalhando com o guardião da memória tricolor.

“A comoção que a gente enxerga nas redes sociais é proporcional ao tamanho e importância que ele tem. Ele foi uma figura fundamental na preservação da memória e da história do Santa Cruz, com o trabalho que ele vinha desenvolvendo até anterior à sala de troféus do Santa, desde a década de 1970”, iniciou Esequias.

“Ele teve uma trajetória com a diretoria do clube sendo diretor administrativo, passou pelo conselho deliberativo, contribuiu intensamente nessa segunda metade da vida do Santa Cruz, em seus 111 anos. Seu Dirceu teve uma vida muito intensa e muito ligada ao Santa Cruz. O Santa fez e faz parte da vida dele, o Santa deve muito e tem muita gratidão por tudo que ele fez e faz com o nosso clube”, acrescentou.

Dirceu Paiva e Esequias Pierre, na sala de memórias do Santa Cruz

Foto: Antonio Melcop/Santa Cruz

A relação entre seu DIrceu e Esequias cresceu e se tornou não só uma amizade, mas uma parceria de pai e filho. O historiador teve o guardião da memória tricolor entrando na sua vida e ganhando um espaço importantíssimo, sendo família para ele. Além disso, afirmou que tudo que Dirceu construiu continuará vivo, com os tricolores honrando seu legado.

“Nesses últimos tempos tive a oportunidade de conviver com ele e foram momentos de muita luta. É algo que define bastante esse homem. Tenho muita convicção que ele foi muito mais do que um professor. Foi um amigo, um irmão, era como se fosse meu pai do Santa Cruz. Ele me ensinou muito sobre família, sobre a família do coração, que a gente escolhe e somos escolhidos para ser”, afirmou.

“Só tenho a agradecer pelo legado que ele deixou para a gente, amigos, família, com toda disposição que tenho para continuar toda essa construção. A gente, muitas vezes, não pode só existir. Ele não só existiu, ele viveu e continuará vivendo quando lembrarmos dele e honrarmos o legado que ele deixou para a gente no Santa Cruz”, concluiu Esequias.

Hoje o Santa Cruz e sua torcida sente o luto. Se despedem de um dos maiores tricolores que existiram. Um exemplo de amor ao clube, de preservação do que passou, do que já foi o Santa Cruz e que um dia há de voltar a ser. O legado de Dirceu Paiva é eterno.

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