O técnico Hélio dos Anjos desembarcou no Recife e seguiu direto para o CT Wilson Campos para iniciar o trabalho no Náutico. Logo no primeiro dia, nesta quinta-feira (19), o treinador alvirrubro comandou um trabalho com foco na parte defensiva. O setor é o que mais preocupa pelo número de gols sofridos. Em 21 jogos, o Timbu foi vazado 29 vezes com dez gols apenas nos últimos quatro jogos.
“Dei ênfase na parte defensiva por causa do alto número de gols que estamos tomando. Claro, não tentei colocar milhões de situações para os jogadores. Procuramos introduzir coisas simples para acrescentar ao grupo e eliminar pequenos erros. Assim, condicionar a nossa equipe a não perder os jogos”, afirmou Hélio dos Anjos, apresentado oficialmente após o treinamento.
O primeiro compromisso do treinador no Náutico será a partida contra o CRB, no sábado (21), às 19h, no Rei Pelé. Com apenas dois dias de treinos, Hélio dos Anjos ainda não conseguirá implementar o seu modelo de jogo na equipe. Porém, espera aproveitar este tempo para iniciar uma mudança de comportamento na equipe.
“Uma identidade de jogo não se adquire em poucos dias. Conheci a identidade dessa equipe ano passado criando muita dificuldade. Foi um time que brigou e dificultou para os adversários para conquistar aquilo (acesso). Mas temos de saber que essa identidade passa por muito sacrifício, dor e comprometimento maior do que o normal. Quando se está em uma posição ruim, precisa ter todos esses ingredientes 100% a mais”, ressaltou.
O comportamento dos atletas também passa pelas atitudes no extracampo E com a pandemia da Covid-19, o treinador cobrará do elenco e da comissão técnica os devidos cuidados fora do clube para que o Timbu não tenha novas dificuldades com jogadores infectados com o novo coronavírus.
“O comportamento é a grande problemática da pandemia. De acordo com o estudo da CBF, os jogadores estão se infectando entre si. São os que saem, visitam amigos, estão lugares fechados e pegam a doença. E eu não posso admitir num momento como esse que eles se coloquem em risco. É preciso ter envolvimento maior dos jogadores e da comissão técnica. O clube cria toda uma situação para diminuir o risco e o risco não pode vir de fora para dentro. Eu não vou aceitar isso de forma nenhuma”, ressaltou o técnico.
Confira abaixo outros trechos da coletiva de apresentação de Hélio dos Anjos:
Jean Carlos
– É uma questão momentânea. Ele é um garoto que se cobra muito e tenho que entender esse lado. Trabalhar a cabeça dele e condicioná-lo. Porque tecnicamente, Jean Carlos estava fazendo uma temporada sensacional e ele não vai perder o restante do ano por falta de desempenho. Aposto na qualidade dele para definir muita coisa para a gente.
Goiás 2017
– Dá para trazer, sim, o que foi feito com o Goiás em 2017 para o momento do Náutico. Mas tudo é momentâneo e tem as suas circunstâncias. Acredito que esse grupo é mais equilibrado que o do Goiás de 2017. Não apenas na questão física e técnica, como de leitura e de comportamento. Saber que acima de você tem uma entidade e que é preciso ter engajamento para buscar os resultados. No Goiás, tínhamos essa dificuldade. No Náutico, esse grupo já tem uma identidade boa e tem condições de dar uma resposta positiva.
Anderson
– Acompanhei ele no Santa Cruz ano passado, inclusive no jogo contra o Náutico. Ele tem muita qualidade. Temos de levar em consideração que 2019 foi o primeiro ano dele como profissional e, em 2020, atuou pouco até pela qualidade do elenco do Athletico e o número de atletas. Ele foi uma referência como goleiro em Pernambuco e é um belo goleiro. Quando fui contatado pela diretoria, a situação já estava bem definida e faltavam poucas coisas. Mas ainda não foi passado se já está definido. Contudo, fico tranquilo porque ele acrescenta muito.
Desempenho nos Aflitos
– Isso mostra a força que a torcida tem e como está sendo difícil sem esse apoio. Por isso, tem de guerrear mais e se determinar mais. Em todas as competições do futebol brasileiro, os mandantes estão tendo um número de vitórias baixo. Então, a solução é fazer mais, se envolver psicologicamente com o jogo e mentalizar que a dificuldade é para todos. Não é questão técnica ou tática, mas sim de desenvolvimento emocional de não ter a torcida presente.
Náutico x Paysandu
– O comportamento do Hélio dos Anjos nas equipes que trabalha é de sempre colocar a cara pra bater. Defendo as minhas cores e não tenho problema em me expor. No fundo, quem me conhece, sabe que eu faria de tudo para ganhar em qualquer equipe que comando. No Paysandu foi isso e o objetivo não foi alcançado, mas sei que é o futebol. Não tive nada contra o Náutico, apenas com a circunstância do jogo. É natural. Em 2006, briguei pelo Náutico. Em 1993, briguei pelo Náutico. Assim como briguei, no bom sentido, por todas as equipes que passei.
Foto: Caio Falcão/CNC
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