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Apresentado, Martelotte minimiza fase: ‘Nunca trabalhei com facilidade no Santa’

Santa Cruz, PE, Série D, Últimas

Por NE45

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Postado dia 11 de maio de 2022

Após ter o primeiro contato com os jogadores na última terça-feira, o técnico Marcelo Martelotte foi apresentado oficialmente nesta quarta no Santa Cruz. De volta ao Tricolor  para a quinta passagem como treinador, ele reconheceu a adversidade de pela primeira vez trabalhar na Série D, mas minimizou o momento atual do clube.

“Todas as vezes que passei que nunca trabalhei com facilidade no Santa Cruz, dentro de uma normalidade de chegar e está tudo certo, chegar e pensar só no futebol”, pontuou durante a entrevista coletiva. 

Durante a conversa de 25 minutos com os jornalistas que estiveram presentes no auditório do Arruda, Martelotte adotou um discurso otimista em meio aos turbulentos últimos dias do Santa Cruz. 


Depois das demissões do técnico Leston Júnior e do executivo Marcelo Segurado, no último domingo, jogadores indicaram a possibilidade de uma saída em massa do clube. Até a publicação desta matéria, no entanto, apenas o lateral Marcos Martins não faz mais parte do elenco. E Martelotte não crê em mais baixas no plantel. 

“Penso que a gente não deva ter nenhuma surpresa em relação à saída. Lógico, estamos sempre partindo de um princípio do que foi falado pelos jogadores a partir do que ocorreu domingo. E acho que isso tem sido bem conduzido de ontem para hoje, espero que todos permaneçam”, disse. “Por ora, está solucionado”, destacou o técnico.

O primeiro trabalho do treinador no campo será na tarde desta quarta, no Arruda, que marca também o início da preparação para enfrentar o Jacuipense. A partida ocorre neste domingo, às 15h, na Bahia, pela quinta rodada da Série D. Com quatro pontos, o Santa Cruz aparece em quinto no grupo D, uma posição e um ponto abaixo do Jacupa. 

A apresentação de Martelotte no Santa

Quinta passagem: é o momento mais conturbado?

“Eu não vejo nenhuma semelhança com nenhum outro momento que passei no Santa Cruz, principalmente pelo fato de assumir o desafio na Série D. É uma situação nova para mim e não consigo ver também essa relação. Em 2017 (rebaixado para a Série C) foi muito difícil, assumi na zona, dificuldade muito grande para mudar a situação. E hoje não vejo nessa situação, até porque assumo depois de uma vitória. Apesar da turbulência extracampo, dentro do campo o time conquistou uma vitória e com ela veio uma indicação de dias melhores, condições melhores. E é nisso que apostamos. É resolver os primeiros problemas que estamos a par, também faz parte do nosso trabalho. E esperamos que possamos o mais rápido possível estar focados apenas no futebol, construção de uma equipe vitoriosa. Tenho certeza que a partir de domingo teremos o grupo focado apenas no campo para buscar o melhor e conseguir o acesso que é o nosso objetivo maior”.

O primeiro contato dele e de Zé Teodoro com o elenco

“Foi um diálogo muito franco. Pela primeira vez chego em um grupo que eu conheço poucos jogadores do trabalho do Santa Cruz, conheço por já ter enfrentado em outros lugares. Mas para mim é um grupo formado recentemente, então poucos trabalharam na minha última passagem. Me apresentei, contei um pouco do que passei. E os jogadores passaram a visão deles, tudo o que tem ocorrido, tudo o que eles esperam. Acho que essa sinceridade nesse primeiro momento foi o mais importante, iremos juntos brigar sempre para solucionar todas as questões até porque tenho certeza que o grupo tem condição de dar uma resposta positiva. Então nossa conversa foi muito nesse sentido, respeitando a vontade dos jogadores. Entendo que devo trabalhar com quem realmente quer ficar, respeito quem não queira ficar. Mas também temos essa missão de trabalhar o mais rápido possível para ter um grupo completo novamente, mesmo que percamos alguns jogadores. Não acredito que teremos outras saídas, mas estamos preparados para tudo até porque entendemos bem esse momento que o clube vive”.

Em qual estágio está a saída dos jogadores?

“Gilberto é importante e tem sido discutido muito isso até pela liderança dele. Acho importante essa liderança, precisamos de jogadores assim dentro do grupo, conversei muito com ele, Macena, outros jogadores também experientes. Na verdade conversei com o grupo como um todo, tanto ontem como hoje. Hoje não subimos para o campo porque estendemos nossa conversa no vestiário e acabamos optando por trabalhar lá dentro também. Acho que isso é importante. Não adianta pensar em um início de trabalho se não tivermos solucionado essas questões, então eu penso que a gente não deva ter nenhuma surpresa em relação à saída. Temos conversado e solucionado nossa condição em relação a eles. Lógico, estamos sempre partindo de um princípio do que foi falado pelos jogadores a partir do que ocorreu domingo. E acho que isso tem sido bem conduzido de ontem para hoje, espero que todos permaneçam. E a partir daí teremos nossas avaliações em relação às nossas necessidades, não está de maneira nenhum descartada a chegada de outros jogadores. Mas se pensarmos no motivo de tudo o que ocorreu de domingo para cá, acho que essa questão, por ora, está solucionado. 

Marcos Martins nos comunicou ontem, após a nossa conversa, sobre o desejo dele. Acho que é normal, se a pessoa não se sente bem no trabalho dela não deve continuar. Ele tem os motivos dele e eu respeito, foi o que nós tivemos ontem de oficial, de quem chegou para mim e comunicou. E eu só posso falar a respeito disso. Se tem alguém em dúvida, que pode decidir por não permanecer, é um direito do jogador. Mas estamos trabalhando para resolver tudo isso. Se havia uma expectativa depois do domingo por uma debandada geral, perda de dez ou 15 jogadores, está completamente fora de cogitação. O grupo vai trabalhar pensando no jogo de domingo e contaremos com todos eles e montaremos um grupo forte a partir daí”.

É o momento mais difícil que assume o Santa Cruz? 

“Eu sempre tive cuidado em analisar isso porque costumo falar em todas as vezes que passei que nunca trabalhei com facilidade no Santa Cruz, dentro de uma normalidade de chegar e está tudo certo, chegar e pensar só no futebol. Sempre tivemos que correr atrás de alguma situação mesmo nos times que foram vitoriosos. Então, assim, sei que tem vindo muito na cabeça de vocês em 2017, mas nem acredito que ali em 2017 foi o mais difícil. Tivemos dificuldades quando vencemos, 2015 não foi fácil. Em 2013, mais curto, foi melhor. Mas tivemos outras situações de times vitoriosos que passaram por dificuldades. Tenho sempre muito cuidado de comparar porque são diferentes. Eu, mais do que ninguém, posso comparar as estruturas. Eu falei, em 2020, que foi a primeira vez que trabalhei no Santa Cruz com CT, com campo para treinar. Tínhamos muitas dificuldades para treinar no Arruda e cuidar do campo. Então, assim, tenho uma perspectiva diferente de outros profissionais porque tenho um senso de comparação muito grande com outros momentos que passei e tenho cuidado em comparar isso porque sempre sou muito otimista, sempre temos capacidade para resolver todas as dificuldades por maiores que sejam. Então não comparo, não acho que seja o pior momento. O que mais me incomoda é o fato de estar na Série D, vocês podem saber que eu vou trabalhar todo esse momento incomodado com isso. Então, por esse aspecto, é o pior momento, nunca trabalhei aqui na Série D. São dificuldades, temos sempre que trabalhar internamente para resolvê-las e melhorar a condição para todos, não só os jogadores. E trabalharemos nesse sentido. Sou otimista e acho que rapidamente iremos solucionar alguns problemas. Tenho certeza que de dentro do campo e para fora podemos ajudar muito”.

Jogos recentes na Série D 

“Os exemplos que você deu do ASA e Juazeirense, tiram a confiança. Porque quando joga-se melhor que o adversário e por algum motivo não ganha, isso muitas vezes mina o emocional, a confiança. Porque o jogador sabe que fez para ganhar, foi melhor, atuou bem e não conseguiu o resultado. Se o time joga bem é porque tem confiança. O que eu acho que mina isso é jogar bem e não ganhar. Mas não identifico isso nesse momento, acho que a virada de domingo depois de perder por 2 a 0, a reação, mostra que é um time que confia na capacidade, tem capacidade, poder de reação que foi colocado dentro do jogo e deve ser colocado na competição de forma geral. Então não identifico isso. Acho que temos tudo para a partir da vitória de domingo gerar um clima positivo para que toda vez que jogarmos melhor, consigamos transformar em vitória”.

Negociação para voltar ao Santa ocorreu com Leston ainda como treinador?

“Não. Lembrei da última vez que estive aqui, vim para o lugar de Itamar (Schulle, em 2020), eu acertei de manhã e de tarde foi anunciado tanto a saída de Itamar quanto a minha chegada. Ninguém sabia da saída de Itamar e naquele momento eu negociei porque Itamar tinha pedido para sair. Então não houve polêmica e eu negociei muito rapidamente com o Santa. Foi mais ou menos o que ocorreu agora. A diretoria entrou em contato comigo logo após a decisão da saída de Leston e mais uma vez, como praticamente todas as vezes, nós resolvemos e decidimos rápido. Acho até, e comentei isso, que não havia necessidade de divulgar naquela noite, madrugada. Mas enfim, não houve negociação antes e sempre tive essa ética de não conversar com nenhum clube enquanto esse clube não tem treinador. Mas por outro lado é o que falo: tenho essa relação com o Santa Cruz e acerto muito rapidamente as coisas quando se encaminham. E foi o que ocorreu dessa vez”.

Retorno dele e Zé Teodoro, que têm historia no Santa Cruz

“Lógico que futebol é resultado e quando falamos isso é daqui para frente. É muito bonita a minha história, a de Zé por aqui. Acho que isso nos traz um conhecimento e uma relação diferente com o clube. Mas sempre seremos cobrados pelo que faremos daqui para frente. É uma parceria nova, Zé em função nova (coordenador), eu conheço Zé há bastante tempo, jogamos junto lá atrás no Bragantino. Acho que sim, é o momento, até por toda a dificuldade, estamos na Série D, é importante que possamos unir as pessoas que conheçam o clube, tenha credibilidade, conheçam futebol. E faço desde já um apelo para todos os tricolores que estão afastados e se juntem a nós. Estamos dispostos a unificar o clube, trazer todos juntos. Acho que é muito fácil criticar um clube na situação que o Santa está hoje. O mais difícil é se propor a ajudar. Essa foi a minha ideia, de Zé, do presidente, para pensar no futuro.  Sei que sempre que venho para cá é uma responsabilidade grande e, agora, somando eu e Zé, é duplicada. Ninguém vai lembrar do que conquistamos, mas do que faremos. É com esse positivismo que começaremos o trabalho e buscaremos os resultados”.

Disputa da Série D 

“É nivelada a competição, decidida em detalhes. E ela é nivelada nem pelo poder econômico, mas porque é um mercado muito específico. Costumo dar um exemplo que o Red Bull, antes de assumir o Bragantino, com todo o poderio, jogou a Série D e não conseguiu sair dela. Com tudo o que tem. Por que? Porque é um torneio muito específico, não adianta. Não é só a questão financeira, não é só montar o melhor time. Por isso eu acho que iguala, nivela e tem que ter alguns detalhes que fazem a diferença. Dentro da Série D, somos uma camisa muito pesada e um grupo que mostrou no Pernambucano, jogando de igual para igual com Sport e principalmente Náutico, onde enfrentou times duas divisões acima. Então, assim, são situações que entendo que comprovam e mostrarm que o time tem capacidade. O que temos que buscar é tirar o máximo desses jogadores. Entendo que estamos distantes disso. E qualificar o grupo para poder fazer que o peso da camisa se reflita dentro de campo. Porque sabemos que camisa só não ganha jogo. Então precisamos usar todo o tamanho do clube e colocar a qualidade do elenco em campo para que no limite máximo possamos fazer prevalecer algumas situações favoráveis”.

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