Jaime Fortunato contou em entrevista ao NE45 que foi ameçado através de ligação telefônica, mas que seguirá em busca de convocar a Assembleia Geral Extraordinária (AGE)
O contexto político do Santa Cruz segue cada vez mais conturbado. Enquanto os desenhos de uma futura Sociedade Anônima do Futebol continuam a ser traçados no clube, os conselheiros do clube segue trabalhando para que seja convocada uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para que as decisões sobre uma possível venda do clube seja descentralizada das mãos do Executivo.
Entretanto, os rumos da AGE coral se tornaram, nesta terça-feira, caso de polícia, pois o conselheiro Jaime Fortunato, um dos cabeças do processo, recebeu ameaças de morte via telefonema anônimo e, por isso, prestou queixa em uma Delegacia de Polícia na Zona Sul do Recife.
A informação foi dada em primeira mão pela Rádio Clube em entrevista ao radialista Jorge Soares. Em contato com a reportagem do NE45, Jaime contou como ocorreu o contato, explicando que além das ameaças dirigidas a ele mesmo, também foram citados sua esposa e seus dois filhos.
“Hoje, pela manhã, eu recebi uma ligação de um número VoIP e quando eu atendi, me ameaçaram de morte e disseram que eu tinha de cancelar esse procedimento da AGE no Santa Cruz, pois, caso contrário, eu ia ver a bronca que viria para mim. Citaram o nome da minha esposa e dos meus filhos, disseram que sabiam onde era a minha empresa e afirmaram que se tinham feito com um (depredação do escritório de André Frutuoso) era fácil fazer de novo. Também falaram que era fácil acabar com a minha vida, pois conheciam o meu roteiro do dia a dia”, revelou.
“Eu prontamente desliguei a ligação e pedi para a minha esposa sair de casa. Liguei para o Conselho, falei com Marino e ele confirmou que era a mesma coisa que acontecia com eles. Falei com meu advogado e fomos para a Delegacia prestar depoimento à tarde. O caso irá para a Delegacia de Crimes Cibernéticos, pois fugiria da alçada deles na instância criminal”, complementou.
Conselheiros são alvos constantes de ameaça no Santa Cruz
De acordo com o conselheiro, esta não é a primeira vez que um representante do órgão é coagiado. Aliás, segundo Fortunato, as ameaças vêm ocorrendo de maneira corriqueira até mesmo dentro do estádio do Arruda e se direcionam até mesmo ao presidente do Conselho, Marino Abreu.
“Hoje tem alguns boletins de ocorrência registrados nos nomes de Marino (Abreu), Lozymayer (Renato) e Eduardo (Cavalcanti). Quando descemos da tribuna em dias de jogo, têm pessoas que ficam hostilizando, ameaçando. Eu nunca tinha sido ameaçado, mas já estive presente, bem perto do ocorrido. Nestas oportunidades, estava com meus filhos e passei direto”, relembrou.

“Existem várias pessoas que fazer muitas indiretas sobre não aceitarem o Conselho, sobre ser um ‘pega na rua’. Hoje, o Santa Cruz tem o Conselho mais plural possível de sua história. Desses, tem gente com passagem na polícia, que tem envolvimento em depredação do escritório do André Frutuoso… Sempre são as mesmas pessoas. Nunca muda”, contou Fortunato.
Por fim, Jaime Fortunato aproveitou para ilustrar um caso ocorrido na época em que houveram as eleições indiretas que reconduziram Antônio Luiz Neto à presidência do clube. Segundo ele, o formulário de inscrição da chapa que seria composta juntamente com Albertino dos Anjos foi rasgado por pessoas dentro do Conselho. Posteriomente, o presidenciável desistiria do pleito.
“As ameaças acontecem constantemente. Para se ter uma ideia, no dia em que fomos apresentar uma chapa para concorrer com o presidente Antônio Luiz Neto, antes da reunião que efetivou a eleição indireta, foi rasgada a chapa composta por mim e Albertino (dos Anjos). São estas mesmas pessoas, que estavam dentro do Conselho Deliberativo, que seguem coagindo, ameaçando… É uma realidade complicada demais e de lá para cá vem acontecendo direto.
O futuro da AGE do Santa Cruz
Apesar das ameaças, Fortunato aponta que não irá recuar no intuito de realizar a AGE. Segundo ele, a reunião deve ser realizada já no próximo dia 17 de junho e o edital publicado ainda esta semana. Entretanto, o conselheiro afirma que irá tomar maiores cuidados no seu dia a dia com a família e no trabalho.
“Eu não vou me abater. Vou continuar lutando pelo Santa Cruz. Esse não é o ambiente que eu quero. Apesar de ter ideias, não tenho certeza de quem foi me ligou. A partir de agora pretendo ter mais cuidados. Vou passar a modificar meus horários e ter mais atenção na rua. Os meus funcionários já foram avisados para se resguardarem e manter sempre os portões fechados. Não vou contratar segurança ainda, pois acredito que não vale a pena. Prefiro continuar pensando que cão que late não morde, mas pelo que já vimos acontecer, realmente, ficamos com medo”, finalizou.

Blog de Cassio: Pesquisa de torcida da Atlas aponta Bahia e Sport entre as 14 maiores do Brasil
0 comentários