Derley critica FPF e avalia situação de Náutico e Santa Cruz em 2023: “Inadmissível”

Volante apontou que FPF precisa voltar a ser aproximar dos clubes para recuperar força do esporte no estado; Derley também criticou gestões de Náutico e Santa Cruz

Identificado com o Náutico e com três passagens pelo Santa Cruz em seu currículo, o meio-campo Derley vem se recuperando de lesão no tendão de Aquiles há mais de dois anos. Por isso, mesmo após ter encerrado sua última passagem por clubes locais em 2021, quando deixou o elenco da Cobra Coral, ele segue acompanhando a situação dos times pernambucanos e se mostrou preocupado quanto ao ano dos seus dois ex-clubes.

Em entrevista ao NE45, o atleta de 37 anos disse que os insucessos de Santa Cruz e Náutico na luta pelo acesso nas Série D e C do Campeonato Brasileiro, respectivamente, devem ser considerados inadmissíveis e mostram claramente que o futebol no estado vem perdendo sua força ao longo de alguns anos.

“Eu lamento muito. Cheguei no futebol pernambucano em 2008 e, naquela época, era muito bem jogado e tinha visibildade ampla para o cenário brasileiro. Hoje, eu fico triste por o Náutico não ter conseguido o acesso na Série C e também por conta do Santa Cruz não ter subido, e ter ficado até sem calendário para o ano que vem. Isso é inadmissível para clubes com tamanha grandeza, torcidas enormes e camisas pesadas”, apontou o volante.

De acordo com Derley, as más gestões juntamente ao afastamento da Federação Pernambucana de Futebol (FPF) do suporte aos clubes pode ser uma das causas que levaram dois dos times mais tradicionais do estado a viverem momentos que ficarão marcados na história como crises entre as mais graves já registradas.

“Hoje, o estado perdeu a notoriedade no cenário nacional. Poucas pessoas costumam acompanhar o Estadual e os times passam por situações complicadas. Gerir grandes clubes não é brincadeira. Em minha última passagem pelo Santa Cruz, tinha diretor que achava que era um parque de diversões, que podia brincar com os sentimentos do torcedor e dos atletas. O futebol é um negócio sério, precisa ser gerido com seriedade e não dar a oportunidade para que qualquer pessoa chegue de paraquedas”, pontuou.

A FPF e a recuperação do futebol pernambucano

Inclusive, um dos pontos colocados pelo jogador é que para voltar a crescer, o futebol pernambucano precisa voltar a ver a FPF como um local de apoio. Como exemplo, Derley cita a Federação Cearense, baseado em sua experiência jogando no Fortaleza, entre 2018 e 2020, período do reconstrução do Leão mediante à volta a Série B.

Segundo ele, a FCF tem um relacionamento mais próximo com seus filiados, algo que possibilitou o crescimento da modalidade como um todo, incluindo as equipes do interior. Vale lembrar que nos últimos anos, Pernambuco foi ultrapassado pelo Ceará no ranking da CBF.

“Acho que o futebol pernambucano precisa voltar àquele elo com a Federação Pernambucana de Futebol (FPF). Esse é o princípio para Pernambuco voltar a ser protagonista no futebol nordestino. Por isso, é importante destacar o apoio que a Federação Cearense dá aos seus clubes. Ela chega junto dos dois grandes – Fortaleza e Ceará – e até mesmo dos menores do interior. Ela contribuiu com os seus filiados, ajuda para melhorar a logística deles ao longo da temporada e isso falta aqui em Pernambuco”, disse Derley.

“A FPF não ajuda seus clubes como já ajudou. Agora está pensando só em si mesma. É necessário refazer esse elo, pois não se faz futebol sem dinheiro, sem torcida no estádio e sem jogos grandes que chamem o torcedor para comprar ingressos. É preciso acender novamente o fogo das torcidas”, complementou.

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