Em algumas posições, disputas equilibradíssimas e a sensação de que – qualquer que fosse a escolha – geraria uma dose de injustiça. Em outras, no entanto, absoluta escassez de nomes que mereçam um maior destaque. Unanimidades? Tendem a ser raras. Arriscaria dizer que apenas o trio de sustentação do Ceará – Charles, Fernando Sobral e Vina – esteja presente em todas as listas. Não por acaso são os três principais jogadores do futebol do Nordeste na temporada. Na formação do meu time, optei por privilegiar os melhores desempenhos no 1º turno – assim abri mão de um centroavante para ter um terceiro zagueiro. Se há uma certeza absoluta é que Paulão, Adryelson e Maidana estão entre os melhores da região nesta Série A. O perfil mais defensivo dos meus 11 titulares se completa com a opção por utilizar Sobral e Mugni como volantes que também fazem a função de ponta. Na frente, o meu “falso 9” – que não funcionou efetivamente em nenhum dos times da região que tentou utilizá-lo – foi David. Pelo forte poder de marcação, essa minha equipe cairia como uma luva nas mãos de Jair Ventura e não teria qualquer constrangimento em segurar um 0 x 0 sem finalizações contra o Flamengo no Maracanã, o Inter no Beira Rio ou o Atlético no Mineirão…

Goleiro 

Uma disputa equilibrada entre a consistência e tranquilidade de Felipe Alves e as defesas espetaculares de Luan Polli. O goleiro rubro-negro saiu da reserva apenas na sétima rodada e conseguiu um desempenho acima do esperado. Porém, na divida, ainda escolho a maior segurança de Alves.

Lateral direito

Peça fundamental da competitividade do Sport, Patric teve participação direta em várias jogadas de gol, seja com assistência, sofrendo pênalti ou mesmo finalizando. Jogou todas as partidas e sentiu o desgaste na maratona de jogos, mas já mostrou recuperação com a volta das partidas semanais.

Zagueiros

Considero a escolha mais difícil de todas. A estabilidade em alto nível de Paulão obriga sua escalação, até por ser a defesa menos vazada do Nordeste. Restaria então uma vaga para uma decisão impossível entre Maidana e Adryelson. Ambos fazem uma série A irretocável desde a sexta rodada e formam o pilar de sustentação rubro-negro. Como há uma escassez de qualidade (e regularidade) na frente, meu time terá três zagueiros.  

Lateral esquerdo

Posição extremamente carente na região. Juninho Capixaba foi o que apresentou melhor trabalho ofensivo, mas o número alto de erros defensivos inviabiliza sua escolha – sobretudo diante da regularidade de Bruno Pacheco. Entra na seleção com nota 6.

Volante

Charles conseguiu levar para a Série A o nível de desempenho mostrado na Série B de 2019 e, assim, muda de patamar na carreira. Melhor contratação do futebol do Nordeste na temporada e – disparado – o melhor volante da região. Até pela inesperada queda de desempenho de Gregore…

Volante/meia

Transitando em pelo menos três funções, Fernando Sobral faz uma Série A para mudar de patamar no futebol. A intensidade impressiona e é o seu maior diferencial. Seria titular em todos os times do Nordeste.

Volante/meia  

Talvez o nome mais surpreendente da lista, mas seria uma enorme injustiça não colocá-lo. Mugni se tornou uma espécie de “Sobral” do Sport. Faz três funções com alta intensidade, tem um bom senso de marcação, uma distribuição de bola consciente e muita dedicação.

Meia

A regularidade nunca atingida em sua carreira enfim apareceu. Vinícius virou Vina e pela primeira vez conseguiu encaixar uma longa sequência em alto nível. É o melhor e mais decisivo jogador da região na Série A e na temporada.

Atacante

Escassez completa de opções. Tanto dos que atuam pelos lados, como dos centroavantes. Poderia fazer três escolhas, mas reduzi para uma – projetando Sobral apoiando pela direita e Mugni pela esquerda – e ainda assim não tenho segurança na decisão. Fico entre Cléber e David. Pelo desenho tático do meu time, faria mais sentido ir com o segundo. 

Treinador

Aqui uma disputa muito difícil. De um lado, a continuidade, solidez e amplitude do trabalho de Rogério Ceni no Fortaleza. Do outro, o famoso “tirar leite de pedra” de Jair Ventura no Sport – implantando um sistema defensivo que transformou um cenário de terra arrasada em um time competitivo. A escolha é pelo trabalho mais concreto e de maior potencial de desenvolvimento: Ceni.