Nas vésperas da finalíssima da Copa do Nordeste, o técnico Dado Cavalcanti concedeu entrevista coletiva promovida pela CBF, nesta sexta-feira, em Fortaleza, onde o Bahia entra em campo diante do Ceará, na tarde deste sábado, no estádio Castelão.
Dentre os temas abordados, o treinador falou sobre como trabalhar o psicológico dos jogadores precisando vencer o Alvinegro (a ida foi 1 a 0 para o Ceará) – algo que não ocorre há oito partidas, com o Vozão tendo vencido os últimos cinco jogos do recorte.
Fora isso, Dado avaliou a preparação da equipe em meio aos três importantes desfalques (Nino Paraíba, Luiz Otávio e Patrick de Lucca estão suspensos) e sobre a postura do time, além de ter falado também sobre o próprio momento da carreira. Confira, na íntegra, abaixo.
Como trabalhar o elenco já que a parte psicológica pode pesar bastante pelo jejum contra os cearenses?
“Essa condição não entra em campo, não nos oferece nenhum tipo de desconforto por entendermos que é algo a médio ou longo prazo. O que conta para a gente é o último jogo que nós não conseguimos êxito. O Ceará seguiu na frente para a vantagem na decisão, mas teremos 90 minutos para reverter esse placar. Esse é o entendimento interno nosso, essa é a conversa que nós temos. Sabemos da dificuldade, da qualidade do nosso adversário, mas o título está em aberto”.
Nas duas últimas finais que o Bahia chegou (2020 e 2018), não venceu nenhuma vez. O que fazer para tornar o Bahia o time que vira o jogo?
“Primeiro esquecendo isso (o retrospecto). É o primeiro passo a ser dado. E penso que os outros passos serão abordar o jogo amanhã”.
A ofensividade é o que você vai utilizar para anular os planos táticos de Guto?
“Essa talvez seja a estratégia natural do Bahia, da forma que o Bahia vem enfrentando os adversários, fazendo os jogos. Em um confronto como esse a margem de erro é muito menor. Mas vencer os jogos significa fazer mais gols que o adversário. Não adianta só pensar no ataque e estar desguarnecido, desequilibrado, vulnerável defensivamente, ainda mais jogando contra uma equipe como o Ceará que além de uma grande defesa, tem peças importantes que decidem jogo. Então é ter tranquilidade, continuar tendo nosso modelo agressivo, mas com as cautelas possíveis por um jogo equilibrado sem perder ofensividade”.
Qual ausência você aponta que fará mais falta?
“São três ausências. Costumo falar muito que quem entra não pode tentar substituir os que saem. Cada atleta tem sua característica, o perfil, forma de abordar o jogo. Então serão três atletas diferentes do primeiro jogo, da nossa composição. Entendo que todos eles têm boa capacidade de fazer o melhor. Vamos, talvez, em alguns momentos, descaracterizar um pouco em relação ao jogo anterior por características, mas o entendimento é que temos capacidade de suprir as ausências”.
Como não perder poder ofensivo na saída de bola?
“É a condição que principalmente Patrick nos traz, um jogador extremamente lúcido, inteligente na construção baixa. E, como citei anteriormente, não busco um substituto ao Patrick porque provavelmente não encontrarei. Eu busco adaptação que o outro atleta foi trazer aos nossos jogadores. Então vai mudar um pouco de desenho, a mesma coisa acontece em relação ao Nino. Ele tem uma vitalidade, embora não pareça, e o que Nino promovia de agressividade e ter o poder de recomposição de defesa, não posso comprar do substituto essas variáveis. Então nossa condição é de buscar adaptações”.
Como tá Dado para a final? É o melhor momento da carreira?
“Eu confesso que não tenho respondido perguntas parecidas a essa, acho que estamos sempre acostumados a responder perguntas pelos outros, pela equipe, por terceiros, por jogadores. E respondendo por mim, estou bem, tranquilo, confiante, tenho dormido bem por entender que tudo o que era para ser feito está sendo feito. Visualizo como um excelente momento, tive outros bons momentos, de conquistas, confiança, reciprocidade com elencos e clubes, estou vivendo sim uma sintonia bacana com o Bahia e minha expectativa é que tenhamos êxitos, conquistas”.
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