Pernambuco está perto de aprovar um projeto que pode gerar reversão de recursos para os clubes profissionais do estado. Ao menos é o que garante o presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Carvalho. Em entrevista ao NE45, o dirigente falou sobre o projeto de regularização de apostas esportivas e da criação loteria estadual, que pode culminar em nova fonte de receita para os clubes locais, além das sondagens que vem recebendo para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados nas eleições do ano que vem.
O projeto em questão seria em torno das loterias de apostas esportivas, cuja regularização geraria uma nova receita para o Governo de Pernambuco através da arrecadação de impostos. Outro ponto em questão é a criação de uma loteria de gestão estadual, tema que vem sendo discutido pela Secretaria de Planejamento e Gestão e está em estágio de estudos técnicos.
A FPF vem agindo como articuladora dessas pautas junto a governo e Assembleia Legislativa (Alepe), com foco na reversão de parte dos valores como subsídio aos clubes profissionais do estado. O projeto poderia, na visão de Evandro, ser um diferencial para compensar os valores que deixaram de ser recebidos em 2015, com o fim do programa Todos com a Nota.
“Isso é uma maneira de recuperar o (que foi perdido com o fim do) Todos com a Nota. Nós fomos buscar alternativas de gerar dinheiro para o estado, de modo que, recebendo dinheiro novo, ele possa ter um projeto que ajuda nossos clubes profissionais”, comentou, antes de detalhar mais.
“Para o futebol profissional, com a loteria, que já está nos últimos detalhes para aprovar, isso deve dar uma base financeira boa para os clubes profissionais”, afirmou o dirigente, que, no mês de julho, participou de reunião com deputados estaduais e representantes dos clubes do estado para ampliar o debate sobre o tema.
“Nos últimos oito anos, eu trabalhei para regularizar a situação jurídica das loterias no Brasil e isso deu certo. Hoje, nós já temos um projeto aqui em Pernambuco, que é um estado pioneiro, já passou pela Assembleia (Alepe), já fez audiência, já está bem encaminhado. Isso deve gerar uma participação financeira da receita que o estado tiver, porque é um dinheiro novo que eu trouxe para o estado e que deve gerar uma receita para os clubes profissionais”.
Otimista, Evandro também comentou que Pernambuco vive defasagem em relação a outros estados que contam com aportes governamentais aos seus clubes. “Nós estamos em ampla desvantagem com os outros estados. Do Amazonas ao Rio Grande do Sul, a maioria dos estados contemplam entre R$ 9 e 12 milhões ao ano para os clubes, e nós não temos nenhuma receita porque o estado não está em condições de oferecer. Então Pará e Amazonas têm R$ 12 milhões, a Paraíba tem R$ 9,8 milhões, a Bahia tem R$ 10 milhões e nós não temos esse diferencial”.
Projeto político
Outro assunto repercutido por Evandro, que já está na presidência da FPF há 10 anos, foi a série de sondagens que ele recebeu para concorrer ao cargo de deputado federal por Pernambuco nas eleições gerais do próximo ano. Filiado ao PSL, o dirigente disse ter tido propostas de outros dois partidos e pedidos de vários clubes de diferentes partes do estado para lançar candidatura, o que não seria impeditivo à sua sequência na Federação.
O possível projeto político de Evandro Carvalho foi antecipado pelo repórter João Victor Amorim, da Rádio Jornal, e confirmada ao NE45 pelo próprio dirigente.
Segundo Evandro, essa procura é normal ao longo de sua carreira, mas, dessa vez, ela tem maior endosso de representações do futebol ao redor do estado. “(Fui procurado pelo) partido que eu sou filiado há mais de 20 anos, que é o partido de Luciano Bivar (PSL), apesar de nunca ter disputado nenhum cargo eletivo, e outros dois que me procuraram, com propostas, que sempre ocorrem. A diferença é que está havendo uma movimentação grande do interior, já são 90 ou 91 (pedidos). Isso sensibiliza a gente, mas é um caso a se analisar, nada definitivo”.
Caso aceite, porém, isso não impediria sua sequência na FPF, ainda que, com a eleição da Federação marcada para o próximo ano, ele também não tenha tido conversas sobre candidatura à reeleição. “Não, em absoluto. Nós temos vários presidentes que foram e são deputados, como é o caso de Marcus Vicente (Progressistas), do Espírito Santo e tantos outros. Nenhum problema, nenhum impedimento. A eleição na Federação só é no próximo ano, a gente nem falou disso ainda. Ainda falta muito tempo”.
Segundo ele, a entrada na política partidária não é uma pretensão pessoal sua, mas, se acontecer, será para corresponder aos pedidos dos clubes. “Eu, pessoalmente, nunca cogitei, se acontecer, será para atender aos clubes do interior, aos amadores, que precisam de alguém que gere recursos (…) Se fosse, meu único compromisso seria de manter a cadeia produtiva do futebol, que é a segunda mais produtiva do país e está sofrendo muito”.
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