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Punição ao Brusque por racismo deixa Vitória mais perto de sair do Z4 da Série B

Pietro Carpi/EC Vitória

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Um caso de injúria racial de grande repercussão nacional gerou uma punição inédita no futebol brasileiro, mas, para além do marco histórico que representou a decisão tomada pelo STJD nesta sexta-feira, o Vitória pode se dizer indiretamente beneficiado pelos pontos tirados do Brusque na tabela da Série B, que o deixam mais próximo de uma saída da zona de rebaixamento.

Por causa das injúrias raciais proferidas contra o meia Celsinho, do Londrina, no mês passado, o Brusque foi punido e perdeu três pontos na tabela da Série B. Ainda cabe recurso à decisão e outras instâncias do STJD ainda podem reverter essa pontuação, mas a decisão em vigor indica a perda de pontuação para o clube catarinense, que cairia uma posição na tabela, indo para 16º com 26 pontos.

Essa situação deixa o clube apenas uma colocação à frente do Vitória, que tem 25 pontos, mas precisaria de dois pontos para conseguir ultrapassar o Brusque, uma vez que perde no número de triunfos, primeiro critério de desempate.

Antes, o Vitória aparecia a quatro pontos dos catarinenses e não conseguiria tirar essa diferença em menos de duas rodadas, estando, apenas, na zona de alcance do Vila Nova nesta rodada. Os goianos têm 27 pontos e, também pelo critério de desempate, forçam o Vitória a somar três pontos para buscar a ultrapassagem.

Assim, em caso de resultado positivo sobre o Londrina neste sábado, no Paraná, junto a uma derrota do Vila Nova para o Goiás e um tropeço do Brusque contra o Vasco da Gama, ambos ainda nesta sexta-feira, o Leão poderá não apenas sair do Z4, mas subir à 15ª posição.

Entenda o caso

No dia 28 de agosto, Brusque e Londrina se enfrentaram em Santa Catarina, em jogo válido pela 21ª rodada da Série B. No fim do primeiro tempo da partida, o conselheiro do Brusque, Júlio Antônio Petermann, cometeu injúrias raciais contra o meio-campista Celsinho, da equipe paranaense.

Na súmula, o árbitro Fábio Augusto Santos Sá Júnior relatou que: “Por volta dos 45 minutos do 1º tempo, o atleta do Londrina, sr. Celso Luis Honorato Junior, informou ao quarto árbitro que foi ofendido com as seguintes palavras: “vai cortar esse cabelo seu cachopa de abelha”, por um homem na arquibancada, que foi identificado pelo coordenador da CBF, sr. Ricardo Luiz, como Julio Antônio Petermann, staff da equipe do Brusque”.

O jogador e o Londrina denunciaram o caso e a postura do dirigente catarinense, no que foi respondido por uma nota do Brusque que gerou ampla repercussão negativa ao afirmar que o jogador seria “conhecido por se envolver neste tipo de episódio”. Este não foi o primeiro ataque sofrido pelo meia neste ano.

Depois desse posicionamento, o departamento jurídico do Londrina decidiu entrar com uma queixa no STJD, pedindo a punição do clube catarinense pelas falas racistas. A entrada do Tubarão aconteceu no dia 10 deste mês, quando o clube também se pronunciou, por meio de nota oficial.

“A notícia de infração disciplinar foi embasada com documentos, vídeos e dossiê midiático sobre o caso, que demonstra de modo incontroverso a infração praticada pela equipe catarinense e seus dirigentes, esperando-se que haja a denúncia pela Procuradoria e severa punição conforme prevê o Estatuto da FIFA, Estatuto da CBF e Código Brasileiro de Justiça Desportiva”.

Hoje, duas semanas depois, a pauta foi julgada e, além dos três pontos perdidos na tabela da Série B, o Brusque também foi condenado a uma multa de R$ 60 mil. O dirigente, por sua vez, foi suspenso por 360 dias e condenado a uma multa de R$ 30 mil. À decisão, ainda cabe recurso.

A expectativa de especialistas é que a decisão abra precedente para medidas mais contundentes no combate ao preconceito no futebol.

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