A diretoria do Náutico convocou uma entrevista coletiva para esta sexta-feira (1), onde falou sobre diversos tópicos e, um deles, foi o futebol. A montagem do elenco e a busca por reforços, considerada bastante demorada, ainda mais em virtude da grande queda de desempenho do Timbu que liderou boa parte da Série B, também foram questionados, além do que é possível projetar para esta reta final da competição.
Novo zagueiro não esteve em pauta
Uma das principais reivindicações da torcida era a contratação de um novo zagueiro. Desde a saída de Wagner Leonardo, chamado de volta para o Santos, o Náutico não teve uma dupla de zaga fixa. Ao lado de Camutanga, revezaram Yago, Carlão e Rafael Ribeiro, além de haver momentos onde o Alvirrubro teve que improvisar o volante Matheus Trindade. De acordo com o vice-presidente de futebol, Diógenes Braga, a análise de que não precisaria de mais um jogador para a posição veio por parte da comissão técnica e, assim, a demanda da contratação não apareceu para a direção de futebol.
“A diretoria participa de todos os debates que participa do departamento de futebol. Alguns assuntos de natureza mais técnica e aprofundada, eles ficam realmente com o corpo técnico que o clube tem, e a diretoria confia muito na convicção e opinião que esse corpo técnico tem. Então a demanda pela contratação de um zagueiro não surgiu”, contou o dirigente.
Demora para a vinda de reforços ao Náutico
O Náutico iniciou o Campeonato Brasileiro da Série B de maneira avassaladora, liderando e ostentando uma invencibilidade de 14 jogos, a melhor largada de um clube na história da competição nos pontos corridos. Porém, aos poucos, o Timbu foi perdendo peças importantes. O atacante Erick não chegou a um acordo para renovação de contrato, além de que pertencia ao Braga-POR. Wagner Leonardo saiu, o centroavante Kieza rompeu o tendão de Aquiles e não joga mais a Segundona. Recentemente, o lateral Bryan lesionou o joelho e passará oito meses de fora, se recuperando.
De acordo com o dirigente alvirrubro, o Náutico foi atrás de peças neste período. Buscou, encontrou nomes que não agradaram, e a situação do mercado que não teria ajudado a achar as peças que melhor encaixariam dentro das condições planejadas pelo Timbu. O cenário teria mudado agora, na reta final da janela de inscrições, e isso possibilitou a chegada dos atuais reforços.
“São momentos do mercado do futebol. Nós buscamos muito atletas naquele momento, quando perdemos atletas importantes, mas o mercado não nos apresentava essas soluções. Levantamos possibilidades, debatemos internamente, mas o que se apresentava não atendia, na visão do departamento de futebol como um todo, daquilo que a gente precisava. Os reforços chegaram agora porque, naturalmente, na reta final de inscrições, passam a existir possibilidades interessantes não só tecnicamente, mas também na questão financeira. (Sobre) os jogadores que contratamos, é simples de você olhar onde estavam quando estávamos buscando contratar lá atrás. Estavam todos encaixados e inviáveis para que a gente trouxesse”, acrescentou Diógenes.
Confira outros tópicos da entrevista
Lacunas no elenco
As lacunas sempre vão existir, tanto que os clubes sempre se programam para fazer contratações para reforçar os elencos ao longo do campeonato, isso é natural, principalmente quando você acaba tendo perdas por força maior, como nós tivemos. É importante colocar que todas essas decisões e debates são feitos de forma coletiva. Nós prestigiamos muito nosso corpo técnico, de pessoas qualificadas como nosso treinador, auxiliares técnicos, executivo de futebol e analistas de desempenho. E eles participam muito em cima disso. O futebol te desafia muito, o tempo inteiro. Te exige muita criatividade e tomada de decisão. E a gente busca sempre debater para sempre minimizar os erros que possam acontecer.
Náutico luta pelo G4 ou contra o rebaixamento?
Primeiro a gente precisa encerrar o momento negativo e voltar a ter bons resultados. E aí avançar, reencontrar o caminho das vitórias sucessivas. Aí, reecontrando esse caminho, de acordo com o que a gente consiga fazer, ir jogo a jogo, e ver no final do campeonato o que é possível fazer. Nesse momento, temos que encerrar a sequência negativa, voltar a ter resultados positivos para que a gente encerre essa má fase e, mais na frente, a gente vê o que é possível. E o máximo que for possível, a gente vai lutar.
Eleições do Náutico
Nesse momento, estou muito focado em terminar da melhor forma possível o futebol do Náutico. E juntamente com o presidente, buscar os recursos para que a gente termine a gestão da forma mais exitosa possível. O assunto eleição no momento não é a nossa pauta. Estamos realmente focados no processo de um ano extremamente desafiador, com pandemia e restrições severas de receitas. Então, para nós, esse assunto não é prioridade no momento.
Críticas da torcida
A questão das críticas são naturais de um dirigente de futebol. Se você quer ser um dirigente de futebol, tem que estar preparado para as duas situações. Há quatro meses ganhamos um campeonato que foi emblemático para o clube, e os elogios foram muito exagerados. Então temos que estar preparados para não absorvê-los. E na hora das críticas, tem que estar preparado para ouvir, tirar o máximo proveito dessas críticas, melhorar, corrigir erros, e entender que faz parte do processo.
Avaliação do futebol do Náutico durante a gestão
Sobre a questão do futebol, o maior desafio que a gente tinha era fazer o futebol do Náutico voltar a ser protagonista. O Náutico voltou a ser protagonista e é o atual campeão pernambucano. E existem erros no trabalho. Naturalmente existem. O futebol vive de acertos e erros, de correção contínua de erros, mas é inegável que o Náutico voltou a ser protagonista do estado. Fomos campeões pernambucanos e, se Deus quiser, no ano que vem vamos brigar pelo bicampeonato.
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