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Sport revela que dívida não foi paga na saída de Adryelson e se posiciona sobre ação judicial Sport revela que dívida não foi paga na saída de Adryelson e se posiciona sobre ação judicial

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Sport revela que dívida não foi quitada na saída de Adryelson e se posiciona sobre processo

Clube fez longo posicionamento sobre ação; entenda e leia íntegra

Foto: Anderson Stevnes/ Sport Recife

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Depois da ação ingressada pelo zagueiro Adryelson, que pede rescisão indireta de contrato e cobra R$ 3,4 milhões na Justiça do Trabalho ao Sport, a diretoria rubro-negra se pronunciou em vídeo de 18 minutos, publicado nas redes sociais.

Nele, estiveram o presidente Yuri Romão e o vice de futebol Augusto Carreras, que detalharam os números e traçaram uma linha do tempo das tratativas em relação ao futuro do jogador. Eles também demonstraram surpresa e decepção com o rumo que as conversas tomaram.

Os encontros, aliás, começaram há três semanas, depois de o Al Wasl-EAU informar que não exerceria a opção de compra pelos valores previstos em contrato (1,5 milhão de dólares).

Além disso, os dirigentes revelaram que não houve qualquer pagamento ao Sport pela transferência, no ano passado, ou perdão das dívidas por parte de Adryelson no momento da saída dele para os Emirados Árabes. Algo que vai de encontro ao que havia sido sugerido pela antiga gestão, responsável pelo acordo, na época.

“Será um empréstimo no qual conseguimos uma compensação financeira para o Sport neste início e uma opção de compra ao final”, indicou em maio de 2021 o então presidente Milton Bivar ao globo esporte (ge).

E é com base nesses débitos (salários, direitos de imagem, FGTS, 13º e férias em aberto entre 2019 e a metade de 2021) que o jogador entrou com o processo. O montante total é de aproximadamente R$ 1 milhão.

“Não foi negociado ou ao menos não se encontra no acervo financeiro ou na pasta de documentos do atleta nenhuma negociação desse débito antigo. Isso permaneceu em aberto, congelado, durante o empréstimo que foi feito do jogador”, explicou Carreras nesta sexta-feira.

O restante da cobrança de Adryelson diz respeito à cláusula compensatória, isto é, os salários referentes do presente até o fim do contrato, em julho de 2023. O salário do zagueiro é de R$ 136 mil, que será aumentado automaticamente a partir de janeiro do ano que vem para R$ 200 mil, conforme previsto em cláusula.

“O Sport corre o risco não só de não receber nada, como ter uma dívida de quase R$ 4 milhões. Então é preciso que a verdade seja dita, que os fatos sejam esclarecidos. Todos os contratos abertos, à disposição, para que quem acompanha o clube saiba a clareza que temos tido. Volto a dizer, sem fazer nenhum juízo de valor, apenas narrando os fatos que estão acontecendo”, reforçou o vice de futebol.

Abertura para negociar Adryelson de forma agradável à todas as partes

Durante o pronunciamento, Yuri Romão e Augusto Carreras reforçaram que não colocaram dificuldades para definir o futuro de Adryelson, seja no Sport ou fora dele. A ideia, no entanto, é que o clube não saísse de mãos abanadas.

Inclusive, eles revelaram três reuniões com os agentes do jogador, além de tentativa de composição junto ao Coimbra, que detém 35% dos direitos econômicos do defensor.

“Colocamos aos empresários que poderiam buscar outras negociações com atletas que o Sport não criaria dificuldades para Adryelson sair, desde que fosse bom para o Sport do ponto de vista financeiro. Isso para qualquer clube do mundo ou do Brasil, sem empecilho”, pontuou Carreras.

Busca por acordo para saída amena

Yuri Romão reforçou também que segue disponível para se reunir com o zagueiro e os empresários em busca de uma saída pacífica, sem necessidade de via judicial. Onde o Rubro-negro também não corra o risco de pagar R$ 3,4 milhões, e Adryelson também deixe o clube pela porta da frente.

“Vejo que há espaço para que possamos conversar, tentar um acordo e que as partes possam sair com algo que seja justo: nem o Sport seja penalizado, nem o atleta saia sem receber o que ele tem de direito”, disse o presidente.

Pronunciamento da diretoria do Sport sobre Adryelson

Presidente Yuri Romão

A informação de que o atleta entrou com uma ação contra o clube nos trouxe uma surpresa porque estávamos tratando de negociação com os empresários, Eduardo e Ítalo. Recentemente a nossa direção esteve três vezes com eles e avançamos em alguns aspectos da negociação, já que havia sido nos dito que o atleta gostaria de permanecer no clube em que estava (Al Wasl).

E foi dito por mim a eles que de nossa parte não haveria problema para isso, desde que fosse honrado o valor que estava no contrato. Foi pedido um favor a mim para que eu intercedesse com o Coimbra, assim o fiz e a negociação saiu melhor do que o esperado.

Mas fui pego de surpresa com a notificação de que havia uma cobrança em relação à atrasados. Todos os esforços foram no sentido de que não houvesse prejuízo para o atleta ou o clube, mas não podemos que o clube seja prejudicado neste momento.

Vice de futebol Augusto Carreras

Vamos tentar se ater apenas aos fatos, sem fazer juízo de valor do contrato ou do mérito do empréstimo que foi feito pela gestão passada. Não cabe a nós fazer isso, apenas cumprir um contrato que foi assinado pelo Sport.

O jogador tinha contrato com o clube até 31 de dezembro de 2021, em maio daquele ano foi procurado pela gestão para prorrogar o vínculo com o Sport. O que foi feito: o vínculo foi estendido até 30 de julho de 2023. Esse contrato foi reajustado em termos de valores, o Sport detinha 65% dos direitos econômicos, os outros 35% era de um parceiro do Sport, o Coimbra.

A partir dessa prorrogação, feita em 15 de maio de 2021, o Sport abriu mão de 40% do que tinha direito de Adryelson, passando a ter 25%. Com a renovação do contrato, naquele momento o Sport devia alto em torno de R$ 1 milhão, valores da época, entre salários, imagens, premiação, FGTS.

Isso tudo era devido. Não foi negociado ou ao menos não se encontra no acervo financeiro ou na pasta de documentos do atleta nenhuma negociação desse débito antigo. Isso permaneceu em aberto, congelado, durante o empréstimo que foi feito do jogador.

Porque ato contínuo à prorrogação, ele foi emprestado ao Al Wasl-EAU, de junho de 2021 até junho de 2022. Ou seja, esse empréstimo está por terminar, o atleta está emprestado. Existia nesse contrato a fixação dos direitos econômicos pelo valor de R$ 1,5 milhão de dólares, caso o clube dos Emirados Árabes resolvesse exercer essa opção teria que notificar o Sport até o final de maio para exercer a cláusula. Algo que não foi feito.

Na realidade em 12 de maio recebemos um comunicado oficial do Al Wasl informando que não iria exercer a compra. E fazia naquele documento uma contraproposta para cessão de 100% dos direitos econômicos de Adryelson gratuitamente ao clube árabe. Em contrapartida o Sport continuaria com o condicionamento de 15% de uma venda futura do atleta durante o novo contrato dele no mundo árabe.

Lógico que, de imediato, rejeitamos e comunicamos a eles que aguardaríamos o término do empréstimo para que ele pudesse se apresentar ao Sport no dia 1º de julho de 2022.

Depois disso, fomos procurados pessoalmente pelo representante do atleta, Eduardo Cornacini, acompanhado do sócio, Ítalo, colocando que havia tido uma mudança na direção do clube dos Emirados Árabes e que esse clube tinha interesse em seguir com Adryelson, mas não poderia pagar o que estava estabelecido no contrato vigente. Ou seja, R$ 1,5 milhão de dólares. E queria renegociar essa dívida.

Colocamos naquele momento que o Sport detinha apenas 20%, então não seria prudente ao Sport abrir mão disso, que corresponde a 300 mil dólares. Tentamos intermediar isso, também com o Coimbra, onde o agente no segundo dia de reunião nos cobrou um documento para que fizéssemos uma contraproposta, onde já tínhamos negado a oferta feita pelo Al Wasl, para ceder gratuitamente o atleta e ficar com a venda futura em 15%.

Portanto, se o clube quisesse continuar com o atleta, que nos fizesse uma nova proposta, já que havíamos negado a primeira. Então aguardaríamos essa nova proposta, o que não foi feito. Então foi marcada uma reunião em 31 de maio, já com o presidente Yuri Romão, onde participaram Eduard e Ítalo, além de Jorge Andrade, eu e o vice-jurídico, Rodrigo Guedes.

Colocamos a posição do Sport com bastante clareza que não poderíamos abrir mão dos nossos 20%, algo insignificante pelo valor comercial que o jogador tem no mercado do futebol. Mas que se chegassem a um entendimento com as outras partes, o próprio atleta abrir mão, algo colocado pelo agente, para o negócio poder ser concretizado com o clube árabe.

Encerrada a reunião, procuramos o Coimbra, que preferiu seguir com um percentual de Adryelson em vez de receber a parcela em dinheiro. Foi até uma negociação melhor do que o esperado porque se o Al Wasl não tinha condições de pagar o valor, mas se tem um atleta disposto a abrir mão, segundo o representante, e o Coimbra topou em não receber dinheiro mas manter o percentual, facilitaria muito mais a negociação.

Concluímos e ficamos no aguardo da resposta do agente do atleta. Naquele momento, inclusive, colocamos com muita clareza que não queríamos zagueiro, temos outras prioridades, embora Adryelson fosse se apresentar e disputar normalmente. Mas a posição não é uma carência nossa nesse momento.

Então colocamos aos empresários inclusive que poderiam buscar outras negociações com atletas, que o Sport não criaria dificuldades para Adryelson sair, desde que fosse bom para o Sport do ponto de vista financeiro. Isso para qualquer clube do mundo ou do Brasil, sem empecilho.

Ocorre que no dia 3 de junho, pouco após nossa última reunião, fomos surpreendidos com uma notificação extrajudicial, apresentada por Adryelson, representado por um escritório de São Paulo, nos dando 48 horas para quitar toda a dívida do Sport com ele, que como eu disse no início era algo em torno de R$ 1 milhão, valores de 2021 sem atualização.

Todos sabem da nossa dificuldade financeira, seria quase impossível levantar aquele recurso em 48 horas para quitação. Nesse mesmo dia da notificação, falei com o agente do atleta da nossa decepção em receber uma notificação extrajudicial durante uma negociação que em nenhum momento foi trazido esses valores que o Sport devia.

Estávamos vendo apenas questões sobre negociação, clubes, direitos federativos. Em nenhum momento isso foi discutido, apenas foi colocado de maneira muito rápida da existência desse débito. Mas todo o processo de negociação nas três vezes que nos reunimos com Eduardo foi no sentido de buscar uma negociação para esse atleta.

Então fomos surpreendidos mais uma vez quando no dia 9 de junho tivemos a notícia de que o atleta ingressou com uma ação no TRT, distribuída no mesmo dia, onde o atleta requer o pagamento do atrasado, além de todas as multas indenizatórias, o que faz com que a dívida saia de R$ 1 milhão para algo perto de R$ 4 milhões, além da rescisão unilateral para ele ficar e jogar em qualquer clube sem que isso traga nenhuma vantagem para o Sport.

Isso nos causa uma grande surpresa porque o discurso levantado lá atrás é que o atleta é formado na base e ele mesmo dizia achar injusto sair sem o clube ganhar nada. Mas ao invés disso o que acontece agora, não só o Sport corre o risco de não receber nada, como ter uma dívida de quase R$ 4 milhões.

Então é preciso que a verdade seja dita, que os fatos sejam esclarecidos. Todos os contratos abertos, à disposição, para que quem acompanha o clube saiba a clareza que temos tido. Volto a dizer, sem fazer nenhum juízo de valor, apenas narrando os fatos que estão acontecendo.

O que Adryelson cobra do passado ao Sport

  • 5 meses de salário
  • 13º salário de 2019 e 2020
  • Férias + 1/3 de 2021
  • 9 meses de direitos de imagem
  • 21 meses de FGTST

Total: cerca de R$ 1 milhão

Valor referente à cláusula compensatória

Adryelson no Sport

Cria do Sport, Adryelson tem 24 anos. Ele estreou entre os profissionais do Leão ainda em 2015. Mas foram apenas quatro jogos até 2018, quando ele assumiu a titularidade. Nesse meio tempo, ele ainda teve uma passagem por empréstimo na base do Palmeiras.

Ao todo, ele fez 129 jogos pelo Sport – o último foi em 23 de maio do ano passado, na finalíssima do Estadual contra o Náutico, nos Aflitos. Além disso, ele também tem cinco gols marcados com a camisa rubro-negra. Há um ano nos Emirados Árabes, Adryelson fez 29 jogos e marcou dois gols pelo Al Wasl.

O defensor também tem passagens nas bases da Seleção Brasileira. Ele foi campeão Sul-Americano Sub-17 em 2015, e do Torneio de Toulon, em 2019. Pelo Sport, ele é bicampeão pernambucano, com títulos em 2017 e 2019.

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