Thiago Carvalho foi contratado no início da Série C e segue confiante, apesar do momento ruim

O início da temporada do América-RN começou animado considerando as competições que ia participar. Além da Copa do Brasil, o calendário da equipe também abarcou as eliminatórias do Nordestão, Potiguar e a Série C. Após sete anos longe da Terceira Divisão, o time retornou com novos objetivos, principalmente após cair precocemente nas duas competições nacionais.

Neste contexto conturbado e de reformulação, incluindo a SAF, acontece a chegada de Thiago Carvalho. O técnico foi até o Recife fazer uma intertemporada de oito dias com a equipe no CT do Retrô. Tudo para conseguir se preparar bem para a final do Potiguar, contra o ABC, e o começo da Série C.

Com duas derrotas no Brasileiro, a equipe foi pressionada para enfrentar o grande rival no Estadual. Mas o gol de Wallace Pernambucano no primeiro jogo garantiu o título ao Mecão após quatro anos. Em contrapartida, a situação na C só complicava e a necessidade de somar três pontos se tornou uma urgência para uma equipe que quer o acesso.

Em entrevista exclusiva ao NE45, Thiago revelou que a estrutura do América-RN deve melhorar com a chegada do SAF, reforçou o quanto está fechado com a equipe e cravou que o grande objetivo do time, mesmo com as adversidades, é o título.

Entrevista com Thiago Carvalho, técnico do América-RN

NE45: Quando você foi contratado, o América-RN estava aguardando o início da Série C e a final do Potiguar. Foi mais de um mês fazendo intertemporada no Recife. Como você enxerga a importância desse tempo no grupo? Como você viu o clube quando foi contratado?

“Foram dez dias muito importantes em Recife e fizemos um trabalho intensivo em tudo: parte técnica, física e de conteúdo. Foi um momento para a gente evoluir com uma estrutura muito boa, e isso faz diferença no trabalho. Sobre o clube, o América é um time muito grande. Então, óbvio que a gente sempre viu com bons olhos. Eles estão chegando com a SAF também e tem situação da estrutura, melhorias, que é importante para o trabalho. E é o início, uma construção. O começo é difícil, tem que gerar resultado sem, talvez, todas as condições possíveis e estamos trabalhando muito para que isso aconteça.”

NE45: Você tinha chegado há pouco tempo quando conquistou o Campeonato Potiguar com a equipe. Qual a importância do título para a confiança da equipe e também para a continuidade do seu trabalho?

“O título é muito importante, primeiramente para o clube porque também tem ganho financeiro com a entrada na Copa do Nordeste. E você almeja um próximo ano importante com bons campeonatos e títulos. O América-RN tinha um tempo que não conquistava o estadual e você quebrar isso também é legal para um início. Foi muito importante naquele momento e deixa a gente na história do clube.”

NE45: Uma coisa que chamou a atenção nas suas primeiras entrevistas como treinador do América-RN foi a responsabilidade que puxou para si em relação a possíveis derrotas. Lembro que até falou que não teria “desculpas” para dar. Como você acha que isso impacta positivamente no grupo?

“Na verdade, a gente acredita em algumas coisas no futebol, mas da minha parte nunca teve desculpas para nada. Eu acredito muito no que faço e como faço e sei que não é do dia para noite. E quando chamo essa responsabilidade é porque quem está dentro de campo são os atletas e eles precisam estar tranquilos para fazer o que eu peço, colocar a qualidade deles. O meu intuito sempre é esse. Se for preciso chamar a responsabilidade para proteger os atletas e o clube, eu vou fazer porque eu acredito que é o meu papel e a melhor forma de passar confiança para os atletas. Eu sou dessa maneira é algo que eu penso e faço sempre.”

NE45: O América-RN não começou bem a Série C e está na vice-lanterna. Como continuar motivando a equipe a não se desestabilizar diante as dificuldades?

“Na verdade a gente vem de dois bons jogos e primeiramente da parte defensiva, algo que tínhamos dificuldade, e isso nos traz conforto de fazer dois jogos sem levar gols. E, naturalmente, deveria ser a primeira. A gente teve boas oportunidades contra o Náutico, mas não conseguimos colocar a bola para dentro. No jogo contra o Operário, as coisas aconteceram no final e a gente fica feliz porque há muito trabalho e dedicação. E precisávamos virar essa chave.

Então, espero que a gente dê continuidade. Sobre a motivação, estar no América já nos motiva. Vencer nos motiva ainda mais e sempre almejamos a vitória porque queremos algo grande no campeonato. Queremos classificar, ser campeão e a gente precisa somar pontos o mais rápido possível.” (A entrevista foi feita antes do empate do América-RN com o Remo fora de casa)

NE45: Nas últimas semanas o América-RN contratou 11 jogadores. Todos foram indicações suas, principalmente para o setor ofensivo?

“Na verdade, todos têm o meu aval sim. Primeiramente, eu preciso que eles se encaixem nas características do que eu gosto, mas tem várias pessoas que estão fazendo esse trabalho, trocando ideias, discutindo, pegando informação. Então, fizemos de tudo para ser o mais assertivo possível dentro do que tinha no mercado e estou muito feliz com a chegada de todos.”

NE45: O time do América-RN é bastante diverso, com jogadores mais experientes e os mais novos, que chegaram recentemente. Você acha importante ter essa mistura de experiência e juventude na equipe numa Série C?

“Sim, acho que a mistura é sempre importante. Jogadores mais jovens, com força, os mais experientes para chamar a responsabilidade quando na hora que precisa. Talvez isso seja a fórmula ideal para você estar sempre equilibrado. Tudo o que é extremo é ruim, seja só jovens ou mais experientes. Quando você monta um elenco tem que pensar nessas características, mas também nisso de idade para montar um time equilibrado.”

NE45: Sabemos da importância da torcida para apoiar o time, principalmente na Série C. O que você pode dizer aos torcedores para que eles continuem acreditando na equipe?

“A torcida do América-RN faz toda a diferença. Eu, como treinador, espero sempre que a torcida nos apoie os 90 minutos, ajude os atletas. É difícil estar ali dentro. É muita cobrança. E quando a torcida está no nosso lado, independentemente se as coisas não estão bem dentro de campo, eles conseguem reverter. Então, o que sempre peço é apoio, ajuda, para que o torcedor não vaie um atleta, que esteja no nosso lado. Claro que depois, caso as coisas não deem certo, que cobrem porque é natural. O torcedor está ali para isso.”

NE45: O objetivo do América-RN continua sendo o acesso para a Série B?

“O objetivo do América-RN é ser campeão, falo isso desde a chegada e nada mudou. Então, a gente vai correr atrás disso.”

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