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Vítima de racismo, Gerson se posiciona: ‘Não vou calar minha boca’

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O volante Gerson, do Flamengo, se posicionou nas suas redes sociais após ter denunciado o ato de racismo por parte do meia colombiano Índio Ramírez, do Bahia, no jogo deste domingo, no Maracanã. No texto, publicado minutos depois da partida no Instagram, o jogador rubro-negro reforça o seu relato do que aconteceu, garante que não vai se calar e cobra uma mudança de postura de pessoas que “estavam dentro do campo e minimizaram o ato”.

Ao final do jogo, já na saída de campo, Gerson relatou ao jornalista Fernando Saraiva, do Premiere, que após o segundo gol do Bahia, em uma discussão com Ramirez, o colombiano se dirigiu para ele dizendo: “Cala a boca, negro”. O Flamengo, através do vice-presidente de futebol, Marcos Braz, pediu uma “profunda apuração” do caso. A CBF também pediu à Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva a abertura imediata de uma investigação.

Confira o texto, na íntegra

O “cala boca, negro” é justamente o que não vai mais acontecer. Seguiremos lutando por igualdade e respeito no futebol – o que faltou hoje do lado contrário. Desde os meus 8 anos, quando iniciei minha trajetória no futebol, ouço, as vezes só por olhares, o “cala a boca, negro”. E eles não conseguiram. Não será agora.

“Não basta não ser racista, é preciso ser antirracista”. Não adianta ter o discurso, fazer campanha, e não colocar em prática em todos os aspectos da vida, inclusive dentro de campo. O futebol não é algo fora da sociedade e um ambiente onde barbaridades como o “cala a boca, negro” podem ser aceitas.

É uma pena nós, negros, termos que falar sobre isso semanalmente e nenhuma atitude no esporte ser tomada a respeito. E é mais triste ainda ver a conivência de outras pessoas que estão dentro de campo e que minimizaram e diminuíram o peso do ato de hoje no Maracanã. É nojento conviver com o racismo e ainda mais com os que minimizam esse crime.

Não vou “calar a minha boca”. A minha luta, a luta dos negros, não vai parar. E repito: é chato sempre termos que falar sobre racismo e nada ser feito pelas autoridades.

Racismo é crime. E deve ser tratado desta maneira em todos os ambientes, inclusive no futebol.

Não me calaram na vida, não me calaram em campo e jamais vão diminuir a nossa cor.”

Foto: Reprodução/Instagram

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