Após o vazamento de uma fala homofóbica do advogado Flávio Koury contra o ex-integrante do Big Brother Brasil, Gilberto, parte da torcida do Sport foi às redes sociais para pedir a exclusão do conselheiro do quadro atual do Deliberativo Rubro-negro. Algo que pode vir a acontecer, segundo o presidente do órgão, Pedro Lacerda.
No entanto, em entrevista ao NE45, o dirigente leonino explicou que, para isso, será preciso que haja uma representação oficial por escrito contra Flávio Koury na secretaria do próprio CD, feito por outro conselheiro do clube. Atualmente, o Sport conta com 200. Após isso, será instaurada uma comissão de ética para avaliar se houve ou não infração cometida, com punição que pode variar de uma advertência a exclusão do quadro.
“Essa manifestação não foi feita dentro do ambiente do clube, nem físico nem virtual. O próprio Conselho não tem grupo em Whatsapp para debate. O único grupo que existe é para a mesa diretora informar as pautas das reuniões e outros assuntos de respeito à instituição, sem abertura para debate. As declarações do conselheiro foram feitas fora do Conselho e fora do Sport, em uma discussão com outro conselheiro. Do meu ponto de vista foi uma infeliz declaração, mas o Conselho não tem poder de polícia, nem de pautar a liberdade de expressão de um conselheiro fora do ambiente do clube. Se essa declaração fosse dada em uma sessão solene, eu cortaria na hora”, pontuou.
Desta forma, segundo Pedro Lacerda, para que haja um debate sobre uma possível punição a Flávio Koury pela declaração preconceituosa, o assunto precisa ser levado para dentro do Conselho Deliberativo. O que poderá ser feito por qualquer outro conselheiro. Ainda segundo o presidente do órgão, caso isso seja feito, não haverá engavetamento e o processo seguirá para debate.
“Se houver uma ação de outro conselheiro sobre esse fato, com base no estatuto do clube, irá se instaurar uma comissão para avaliar a postura desse conselheiro (Flávio Koury) fora do ambiente do Sport. Tem que haver uma representação por escrito, protocolada pela secretaria do conselho, pedindo providência ao conselho de ética”, reforçou.
“Não vou me furtar a abrir a dar prosseguimento à comissão, com base no estatuto do clube e no contraditório, garantida todas as prerrogativas de defesa, para apurar se houve um desvio ético do conselheiro. Se for constatada infração de ética conforme o estatuto, ele pode sofrer desde a penalidade de censura a exclusão”, completou Pedro Lacerda.
O que diz o estatuto?
Vale ressaltar que pelo estatuto atual do Sport, um sócio ou conselheiro só poderá ser excluído do quadro, entre outras coisas, caso “seja condenado em ação penal transitada em julgado, com pena de exclusão por ato desabonador” ou cometa “faltas graves contra interesses superiores ao Sport como: a) faltar com decoro social no recinto do clube ou do estádio. b) atentar contra a imagem do Sport, ou membros de sua administração, da sua equipe técnica, ou dos seus atletas. c) ser judicialmente condenado mais de uma vez, no espaço de cinco anos, por infração praticada na Ilha do Retiro, tipificada como tumulto, porte ou tráfico de drogas proibidas.
Por fim, o presidente do Conselho Deliberativo rubro-negro também deu sua opinião pessoal sobre o ocorrido. E reforçou que o Sport é um clube de todos. “O Sport é uma instituição de uma multiplicidade de pessoas, crença, cores, religião, sem religião e opção sexual. O que interessa é o amor pelo Sport. E se uma pessoa ama o Sport ela é bem vinda no clube”, finalizou.
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