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10 anos depois, Santa Cruz retorna à Série D; relembre a trajetória que culminou na queda

Divulgação/SCFC; Antônio Melcop/SCFC; Rafael Melo/SCFC

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O dia era 30 de outubro de 2011. Em um empate sem gols com o Treze, o Santa Cruz garantia o acesso à Série C, após três anos no dito “calvário” da Quarta Divisão. Para os tricolores, aquele era o episódio final de uma sombria história que nunca mais se repetiria para a centenária e pesada camisa do Cobra Coral. Ledo engano. Quase 10 anos depois daquilo que parecia ser o renascimento do Santa Cruz, o clube acaba de ser rebaixado novamente à Série D.

Depois daquele dia, o Santa ainda passou pelo Cuiabá, antes de perder a final para o Tupi. O título nacional só seria concretizado dois anos depois. Após uma campanha mediana na Série C de 2012, o Santa Cruz foi soberano em 2013, garantindo o retorno à Série B após sete temporadas, em um confronto com o Betim-MG, seguido por classificação sobre o Luverdense e título sobre o Sampaio Corrêa. O Tricolor também ganhou o tricampeonato pernambucano naquele ano.

Em 2014, na Série B, outra campanha mediana, seguida, em 2015, pelo retorno à Série A após uma espera de 10 temporadas. Aquela campanha, com uma grande arrancada na reta final, culminou no vice-campeonato, atrás apenas do Botafogo. O início do 2016 ainda seria mais brilhante, com um bicampeonato pernambucano e o inédito título da Copa do Nordeste.

A derrocada

Aquilo, porém, seria o pico dessa jornada que não mais voltaria a brilhar tão forte. Naquela Série A de 2016, a vice-lanterna ainda foi coroada com uma punição de seis pontos por atrasos salariais, culminando em um dos piores Campeonatos Brasileiros da história do Santa Cruz. Na Série B seguinte, o time até mostrou que poderia brigar pelo acesso, mas logo perdeu o fôlego e empacou na tabela, selando o retorno à Série C após só quatro anos daquele acesso marcante.

Na Terceira Divisão foram quatro anos, a maior sequência do Santa Cruz na mesma divisão neste século – a saída, porém, não seria por cima, como sonhavam os tricolores. Em 2018 e 2020, os corais brigaram muito presentemente pelo acesso, mas, com participações pífias na segunda fase, saiu da disputa sem a promoção. Em 2019, uma campanha fraca, sem, sequer, o avanço da fase inicial.

O capítulo final

Nesse meio tempo, nem o Pernambucano voltou a ser ganho pelo Santa Cruz, com a conquista mais recente sendo aquela de 2016. A campanha estadual deste ano, inclusive, foi o início da derrocada que culmina em um aproveitamento geral abaixo de 30%, o que já garante esta como a pior temporada do clube desde os anos 1940 e com chances reais de ser a pior da história.

Após mais de 40 contratações e vários perfis diferentes testados no comando técnico, o momento mais marcante fica sendo o desabafo de Alexandre Gallo, que deixou o clube após uma passagem de 12 dias, finalizada com críticas duras à estrutura de trabalho do clube. Muitas de suas palavras, inclusive, não eram inéditas.

E agora?

Olhando para frente, o futuro do Santa Cruz parece incógnito e sombrio. O ano ainda não acabou para o pressionado clube, que enfrenta uma fase preliminar da Copa do Nordeste precisando, desesperadamente, de uma classificação por motivos morais, técnicos e, acima de tudo, financeiros.

Por ora, a certeza é que, assim como foi entre 2008 e 2010, e como vem sendo desde 2017, a nova temporada será de reconstrução para o clube. E quem precisa voltar a se construir do zero tantas vezes só pode ter a certeza de que os planejamentos vêm completamente errados.

Agora, porém, não há margem para erro. A cada ano sem voltar à Série C, o Santa Cruz sai ainda mais de qualquer radar do futebol brasileiro e de vê mais pressionado para garantir sua vaga nacional dentro de um Pernambucano cada vez mais equilibrado. Assim, o tenebroso futuro que se desenha para o Santa passa a ser mais sombrio ainda.

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