As discussões sobre a acusação de racismo sofrido pelo meia Gerson, do Flamengo, vindo de Indio Ramírez, do Bahia, ainda têm os seus desdobramentos. Na noite desta segunda-feira (21), o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, concedeu entrevista ao canal Globo News e se posicionou sobre a acusação, do contexto de relações sociais no futebol em torno de casos de racismo, mas também esclareceu sobre a demissão do técnico Mano Menezes, confirmada após a partida.
Questionado na entrevista, Bellintani afirma que não tinha ciência da acusação ao conversar com o treinador sobre a demissão. Sendo assim, alega que a demissão não se deu pela atitude contestável do treinador, ao apontar ‘malandragem’ de Gerson no caso em questão. Em defesa própria, o treinador emitiu uma nota em seguida, alegando não apoiar injúria racial.
“Não (foi o motivo). Quando conversei com o Mano sobre o desligamento dele, ainda não tinha as informações do jogo. Assisti ao jogo no Maracanã de um camarote muito distante, muito de cima. Quando desci e encontrei com o Mano no corredor, conversei com ele sobre os resultados, e não tinha conhecimento do que foi relatado na súmula”, afirmou o presidente do Bahia, sem aprofundar em qual seria a sua decisão caso soubesse da acusação antes da demissão.
“Não quero ficar medindo qual seria a nossa atitude se soubesse disso nessa conversa, mas não teve vínculo com o que aconteceu na beira do campo. Para deixar isso afirmado. Meu dever é falar a verdade”, reiterou.
Apesar disso Bellintani se colocou como contrário à postura de Mano Menezes à beira do gramado. “O fato da demissão não ser originada pelo que aconteceu não quer dizer que está de acordo com o que o Bahia pensa. Vejo como mais um fato do racismo no futebol e esse explicitado, colocado e discutido.”
Para completar a opinião, o presidente do clube ainda reforçou que reconhece a queixa e a importância do relato da vítima, mas também reitera a negativa do meia Ramírez sobre a acusação. O meia foi afastado das atividades no Bahia enquanto acontece a apuração do caso. A CBF solicitou ao STJD uma investigação sobre assunto. Além disso, Ramírez e Mano Menezes devem prestar depoimento em Delegacia de Crimes Raciais.
“Apesar da força que a gente dá à voz da vitima, que é preponderante e importante, eu tenho ouvido o meu jogador, que nega veementemente. Tem que ser dado esse direito, sem dar juízo de valor definitivo sem que sejam apurados todos os fatos.”
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