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A história do acesso: América-RN encerra seis anos de calvário e está de volta à Série C do Brasileirão

Série D, América-RN, RN, Últimas

Por Vítor Aguiar

Por Vítor Aguiar

Postado dia 28 de agosto de 2022

Dragão bateu na trave pelo acesso em três oportunidades

Foram seis anos de sofrimento, mas tudo acabou neste domingo. Na base da emoção, o América-RN conseguiu o acesso na Série D e está de volta à 3ª Divisão após seis longas temporadas no ingrato purgatório do Campeonato Brasileiro.

A definição do acesso veio neste domingo, com uma virada nos instantes finais sobre o Caxias, terminando a fase de quartas de final com um somatório de 3×2. Agora, o time enfrenta o São Bernardo na semifinal, com jogos nos dois próximos fins de semana.

Lance do jogo entre América-RN e Caxias no jogo do acesso na Série D
Canindé Pereira/América-RN

Os quases

A maior parte da história do Dragão acontece entre as duas primeiras divisões nacionais. Nas nove temporadas entre o início dos pontos corridos na Série B, em 2006, e o rebaixamento de 2014, o clube passou um ano na A, sete na B e apenas um na C.


Desde então, porém, a escala do América-RN é oposto. Em 2015 e 2016 foram dois anos na 3ª Divisão. O 1º teve gostinho de quase, com o time não avançando para a briga do acesso por dois pontos. O 2º teve sabor amargo, com um inédito rebaixamento à Série D.

E dali em diante começaria a sina americana. Em 2017, no mata-mata do acesso, derrota para a Juazeirense. Em 2018, queda na 2º fase para o Imperatriz, nos pênaltis. A queda de 2019 foi nas oitavas, para o Jacuipense. E em 2020, outra derrota no mata-mata do acesso, para o Floresta.

O ponto mais baixo veio na temporada 2021. Pela 3ª vez, o time foi eliminado no jogo do acesso, dessa vez pelo Campinense, nos pênaltis. Mas o risco era de nem ter calendário para 2022. A vaga só veio porque o rival ABC conseguiu subir e abriu uma vaga para o estado.

Curiosamente, aquele acesso abecedista aconteceu justamente sobre o Caxias, que agora se torna personagem também no acesso americano.

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No ano passado, Campinense eliminou o Dragão e subiu – Canindé Pereira/América

O 2022

Apesar de terminar com acesso, o ano do América-RN não foi dos mais pacíficos. Foram quatro treinadores, com Renatinho Potiguar, demitido no início do ano; Edson Vieira, demitido antes mesmo de estrear; e João Brigatti, que deixou o clube após oito jogos para treinar o Manaus.

Nesse meio, coube ao auxiliar Leandro Sena a missão de conduzir o América-RN na maior parte da temporada. Entre duas passagens à frente do time, ele treinou o time em 24 dos 40 jogos até agora na temporada e conseguiu garantir o tão sonhado acesso.

Em campo, o time começou com uma boa campanha no Campeonato Potiguar. Nos 19 jogos iniciais da temporada, foram apenas duas derrotas. Nisso, veio o vice da Copa Cidade de Natal e o título da Copa Rio Grande do Norte. Na decisão do Estadual, derrota para o ABC.

O América-RN não participou da Copa do Nordeste ou da Copa do Brasil nesta temporada. Assim, o Campeonato Potiguar foi o único preparativo para a Série D. Mas isso não teve um grande peso negativo na campanha americana no Campeonato Brasileiro.

Ao longo da 1ª fase, foram seis vitórias, seis empates e apenas duas derrotas – e os pontos fora de casa foram cruciais para garantir a classificação. A confirmação da vaga só veio na última rodada, mas o time passou em 2º no seu grupo, com a 15ª melhor campanha entre os 64 times.

Então, era hora do mata-mata, resolvido sem muitos dramas. Contra o Jacuipense, vitória na Bahia e empate em casa. Contra o Moto Club, duas vitórias. E, então, o Caxias. Derrota na ida por 1×0 e emoção até o fim na vitória na Arena das Dunas por 3×1.

Até o momento, a campanha americana tem 10 vitórias, sete empates e três derrotas, com 27 gols marcados e 10 tentos sofridos. Essa já era a 4ª melhor campanha entre os clubes das quartas e segue assim para a semifinal.

Lance do jogo entre Moto Club e América-RN na Série C
Alvirrubro eliminou o Moto Club pelo 2º ano seguido – Canindé Pereira/América

O 2023

Agora, o América-RN segue na disputa da Série D, sonhando com o título, algo que seria inédito para o clube natalense, que já foi vice-campeão da Série B e da Série C, mas nunca teve um título nacional.

Depois, será hora de pensar o 2023. Além da Série C, o América-RN joga o Campeonato Potiguar e a Copa do Brasil. A vaga na Copa do Nordeste vai depender do desempenho na fase preliminar do Regional, que pode acontecer apenas em 2023.

Na disputa do Campeonato Brasileiro, o América-RN vai se deparar com um formato inédito. Isso porque a Série C passou a ter uma 1ª fase de pontos corridos nesta temporada. O Dragão não participa de um Nacional em pontos corridos desde a queda na Série B de 2014.

Mas as expectativas e as inspirações agora são outras. O Dragão tentará beber da mesma fonte que clubes como Chapecoense, Joinville, Santa Cruz e Juventude, que conseguiram deixar a 4ª Divisão para retornar à elite do futebol nacional, onde o América-RN não aparece desde 2006.

Treinador Leandro Sena, do América-RN
Leandro Sena conduziu potiguares ao acesso – Canindé Pereira/América

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