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Leston pede desculpas à torcida por goleada e blinda defesa: ‘Covardia atribuir derrota a um sistema’

Foto: Rafael Melo/Santa Cruz

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Em uma tarde para esquecer, o Santa Cruz jogou mal e perdeu de goleada por 4 a 0 para o Retrô, no Arruda. Resultado que fez o técnico Leston Júnior pedir desculpas à torcida, mas que também fez o treinador rechaçar críticas ao sistema defensivo do time no duelo contra a Fênix. Veja a coletiva abaixo, na íntegra.

A derrota colocou o Santa Cruz na segunda posição do Campeonato Pernambucano, perdendo a liderança justamente para o rival desta tarde. O time coral, agora, está em segundo lugar com 13 pontos conquistados.

Desculpas à torcida

– Primeiro, gostaria de me dirigir ao torcedor, a razão de ser de um clube de futebol, em forma de, juntamente com todo grupo de atletas e comissão, pedir desculpas pelo resultado. Obviamente que o torcedor deve estar muito triste, chateado, revoltado com o resultado, e obviamente a gente compartilha desse sentimento também, e não tem nada que eu diga aqui que vá diminuir o amenizar a chateação do torcedor. Então eu gostaria de dizer a ele que assim como ele está, nós estamos muito chateados e obviamente com o sentimento muito ruim no sentido de ter a obrigação de dar um resultado melhor ou uma resposta melhor ao torcedor, principalmente em um ano tão importante para o clube.

O que fez o Santa Cruz ser goleado?

– Nós temos que analisar o jogo como um todo e eu acredito que o que mais causou impacto da derrota tenham sido os erros em dar ao Retrô aquilo que o Retrô tem de melhor. É um time bem treinado, que tem uma ideia de jogo bem definida, com uma transição muito rápida, aguda, eles chegam muito rápido no gol após recuperar a bola, e nós sabíamos que precisávamos fazer com que esse jogo deles não entrasse. E a gente acabou, mesmo tendo todas essas situações mapeadas, acabamos errando e eles tiveram uma felicidade muito grande porque foram muito efetivos. E faltou força para que a gente pudesse se reestabelecer no jogo e isso acarretou num resultado elástico, que incomoda a todos nós.

Nível de competitividade da equipe

– Nós temos uma equipe que está sendo construída e enfrentando várias dificuldades, porque é muito difícil quando você está construindo um time, você perder jogadores dentro desse processo e a gente vem quase que toda semana perdendo alguns jogadores, ainda que momentaneamente, mas perdendo a condição de repetir determinadas situações. Mas eu entendo que, no nível que a gente poderia montar e tendo um entendimento suficiente para fazer um campeonato estadual brigando pelos objetivos, não é à toa que até hoje éramos lideres da competição. Não vamos atribuir um resultado de jogo para o elenco, assim como em vários momentos que nós vencemos nós nunca dizemos que estávamos prontos em condição de conquistar todos os objetivos. Nós estamos trabalhando, caminhando para achar soluções.

O que faltou à defesa do Santa Cruz no jogo?

– Uma das coisas que mais condeno no futebol é a covardia. Existem em muitas análises e uma disposição, que às vezes eu chamo de covardia, porque você não pode atribuir uma derrota a um sistema. O sistema defensivo compreende laterais, zagueiro e goleiro, mas o jogo é coletivo, é de onze contra onze, e quando você sofre gol, nem sempre na maioria das vezes o início da jogada, o início de um erro, seja em uma perda de bola, seja um não encaixe de marcação, ela começa de frente para trás. Então o Retrô teve facilidade porque nós erramos em ações técnicas, nós erramos no posicionamento para coibir os contra-ataques, mas isso foi um erro coletivo, e não um erro setorizado. E eu, na condição de comandante, não posso ser covarde e permitir que esse tipo de análise seja feita, porque quando você faz gols fica parecendo que só é bom seu setor ofensivo, quando na maioria das vezes os laterais chegam no acabamento de um cruzamento, o zagueiro inicia bem a jogada com o passe. Então o futebol é um esporte coletivo e nós hoje perdemos coletivo para um time que foi melhor do que a gente nos 90 minutos.

Qual o peso do resultado para a sequência do trabalho

– Ele pode ter consequências e não sequelas. Consequência que chama a gente para alerta em vários aspectos, nos faz cada vez mais resilientes para continuar o trabalho mesmo após um revés desse. Mas a sequela a gente não vai permitir que deixe, assim como se fosse o contrário. Se a gente tivesse ganho o jogo a gente teria consequências positivas da vitória e não poderíamos ter sequela de já acharmos que já éramos o primeiro ou o melhor do time do campeonato, a gente precisa ter equilíbrio, tem que digerir o resultado, tem que sentir o resultado, mas a partir de segunda a gente tem que ser grande, tem que ser forte e estar aqui novamente trabalhando para que no final de semana a gente possa ter oportunidade de fazer melhor e com mais inteligência.

Por que voltar com a mesma equipe no 2T?

– Porque não passava pela escalação. O problema do 3 a 0 não passava por escalação, assim como não passou por escalação o primeiro tempo que a gente foi mais conservador lá contra o Sport. Eu entendo o papel dos analistas, mas eu não posso analisar um time de futebol em função do resultado, e naquele momento do intervalo, não existia uma peça única que não estava cumprindo uma determinada função que deveria sair do time, então nesse momento você precisa ser frio o suficiente e não se deixar levar pelo resultado do jogo, porque senão você acaba criando vilão em cima de uma derrota e isso não pode acontecer.

O que você pôde extrair de definitivo nessa derrota?

– Futebol não tem nada definitivo. Aliás, eu acho que a vida não tem nada definitivo. O resultado de um jogo decisivo traz para gente lições, aprendizagens e acima de tudo a certeza e a convicção de que a gente precisa trabalhar cada vez mais e é isso que vai ser feito.

Como vai trabalhar a cabeça dos atletas?

– Mostrá-los o que representa uma derrota dessa proporção e ao mesmo tempo gerar confiança, gerar um ambiente positivo para que a gente trabalhe uma semana e no sábado a gente possa fazer melhor e mais eficiente aquilo que a gente tem que fazer.

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