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Wilians Araújo, Mizael Conrado (presidente do CPB) e Carol Santiago no Prêmio Paralímpicos Wilians Araújo, Mizael Conrado (presidente do CPB) e Carol Santiago no Prêmio Paralímpicos

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Melhores paratletas de 2022, Carol Santiago e Wilians Araújo comemoram desenvolvimento paralímpico no Nordeste

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Judoca paraibano Wilians Araújo e nadadora pernambucana Carol Santiago foram os grandes vencedores no Prêmio Paralímpicos

O Prêmio Paralímpicos celebrou os melhores paratletas brasileiros de 2022 no último dia 9 e o destaque ficou para os atletas nordestinos: o judoca paraibano Wilians Araújo e a nadadora pernambucana Carol Santiago levaram os principais troféus da noite.

Assim, o NE45 conversou com a dupla para entender suas leituras sobre o desenvolvimento do paradesporto no Brasil e, principalmente, no Nordeste. Ao Jogo Hoje, eles também falaram das carreiras. Enquanto Carol Santiago vem de um ano com sete medalhas no Mundial, Wilians Araújo se tornou campeão mundial e terminou o ano vencendo todas suas 24 lutas.

Nadadora Carol Santiago com medalhas paralímpicas de Tóquio-2020
Carol Santiago é dona de cinco medalhas paralímpicas em Tóquio – Foto: Ale Cabral/CPB

“Não é como no Rio ou São Paulo”

Na leitura dos dois atletas, o paradesporto vem evoluindo bastante no Nordeste e no Brasil, e isso passa por uma série de suportes e investimentos. Wilians Araújo apontou que ainda há caminho a ser percorrido, mas que há novas estruturas importantes.

“Claro que não é como no Rio ou São Paulo. Aqui (Rio) está realmente mais desenvolvido, mas a gente está caminhando lá (Nordeste). O CPB lançou a escola paralímpica (em SP), os núcleos paralímpicos. Em todo estado tem um núcleo ou um centro de referência”, apontou o judoca.

Para ele, o suporte dessas estruturas lançadas nos últimos anos vai ajudar a desenvolver o paradesporto em todas as regiões do país. Hoje, são sete centros de referência no Nordeste, em Aracaju, Campina Grande-PB, João Pessoa, Natal, Pilar-AL, Recife e Salvador. Além disso, o Festival Paralímpico leva núcleos para todos os estados anualmente.

Carol Santiago aponta os investimentos como ponto crucial para o crescimento que o paradesporto vem tendo. “Acredito que o grande investimento no esporte paralímpico no Brasil é o que permitiu que atletas que se dedicam e tem possibilidade, possam chegar lá. Acredito que o esporte paralímpico num todo acabou se desenvolvendo”.

Com isso, ela sente mais espaço para que os atletas alcancem o alto nível no paradesporto nacional. “Muitos jovens aparecendo e bastante margem para melhorar ainda mais. Antigamente, a gente tinha os multimedalistas e apenas isso. Hoje, a gente tem pessoas que medalham bastante, mas tem também muitos atletas medalhando”.

Wilians Araújo, judoca medalhista de prata na Paralimpíada Rio-2016
Wilians Araújo foi medalhista de prata na Rio-2016 – Foto: Cleber Mendes/MPIX/CPB

“Se ela foi, por que que eu não posso também?”

E isso tudo pode ser um passo para um futuro ainda mais brilhante para o movimento paralímpico no Nordeste. Para Carol Santiago, a visibilidade que ela e outros atletas da região vem tendo pode servir de inspiração para uma nova geração do paradesporto brasileiro.

“Quando a gente investe no esporte, a gente ajuda a desenvolver o esporte. Os atletas, tendo acesso ao resultado que hoje os atletas paralímpicos eles estão alcançando, isso ajuda a plantar a sementinha nas pessoas que tenham deficiência e talvez nunca tenham pensado fazer um esporte. A informação é muito importante, e, depois, com certeza, o investimento”.

Ela relatou que já se sente nesse papel de inspiração. “Eu conheço atletas novos, jovens que, sempre quando eu estou em Pernambuco, por exemplo, chegam para dizer que querem ser e chegar onde a gente chegou. Eu vejo isso também como um exemplo de possível, de o atleta olhar e dizer: se ela foi, se ela chegou, por que que eu não posso chegar também?”

Wilians Araújo reforçou esse papel de inspiração e mostrou confiança nas entidades que gerem o paradesporto brasileiro no trabalho de captação e desenvolvimento. “Esse trabalho é muito bem feito pelo CPB, pelas confederações. Essa parte está em ótimas mãos e pessoas que tem conhecimento da causa e que estão desenvolvendo o esporte paralímpico a nível nacional.

O paraibano reforçou que o trabalho dessas entidades, com apoio do Ministério do Esporte, é dar o suporte para que os paratletas possam se tornar “novos Wilians, novos Tenórios, novas Alanas”, em referência a outros judocas de sucesso: Antônio Tenório e Alana Maldonado.

“Levar o nome do meu estado”

Entre Recife, cidade natal de Carol Santiago, e Riachão do Poço, onde nasceu Wilians Araújo, são apenas 150km. Mas a relação dos dois atletas com a região Nordeste é bem mais diferente que essa pequena distância dá a entender. Ele mora no Rio de Janeiro desde a juventude, ela, mesmo defendendo o Grêmio Náutico União, de Porto Alegre, segue muito ligada ao Recife.

“Eu faço questão de levar o nome do meu estado, o nome do meu Pernambuco, para todos os lugares. Eu faço questão de ser ‘Time Pernambuco’ para poder estar levando e mostrando que a gente veio de lá. Eu fico muito feliz que outras pessoas também, outros nordestinos, de lá da minha terra, possam vir e conquistar prêmios”.

Mesmo distante, o judoca também mostrou proximidade com o paradesporto paraibano. “Eu treino no Rio, moro no Rio, mas sempre que estou lá, tenho um contato com o movimento paralímpico da Paraíba. Eu tenho pessoas maravilhosas lá, que abrem as portas do Dojô, do tatame, para que eu possa estar sempre treinando”.

Independentemente disso, o sentimento de felicidade pelo sucesso dos paratletas nordestinos é unânime. “O Nordeste está em estava em peso, né? A Paraíba também. Tivemos aí a Silvana (Fernandes, do taekwondo), o Petrucio (Ferreira, do atletismo), eu. Minha experiência é boa”, afirmou Wilians, citando outros paraibanos premiados como melhores em suas modalidades.

Carol também demostrou felicidade com essas conquistas. “Eu fico muito feliz que os atletas da minha região, do Nordeste, estão aproveitando isso e podendo desenvolver suas capacidades, chegar a conquistar prêmios como esse”. Ao todo, dois baianos, duas pernambucanas e três paraíbanos conseguiram troféus no Prêmio Paralímpicos.

Everaldo Marques, Raíssa Machado e Yohansson Nascimento no palco do Prêmio Paralímpicos
Lançadora de dardos baiana Raíssa Machado, medalhista em Tóquio, foi eleita no voto popular como Atleta da Galera, prêmio entregue pelo ex-velocista alagoano Yohansson Nascimento, medalhista em Pequim, Londres e Rio – Foto: Ale Cabral/CPB

A história nordestina na Paralimpíada é rica. Há umano e meio, 50 atletas da região estiveram nos Jogos de Tóquio e 26 voltaram com medalha, na melhor participação da região em Paralimpíada. Mas Paris é logo ali e, em entrevistas ao Jogo Hoje, Carol Santiago e Wilians Araújo já garantiram foco total em melhorar esse desempenho em 2024.

As conquistas nordestinas no Prêmio Paralímpicos

  • Melhor atleta (masculino) – Wilians Araújo (Riachão do Poço/PB – judô)
  • Melhor atleta (feminino) – Carol Santiago (Recife/PE – natação)
  • Atleta da galera – Raíssa Machado (Ibipeba/BA – atletismo)
  • Melhor do atletismo – Petrúcio Ferreira (São José do Brejo do Cruz/PB)
  • Melhor da bocha – Andreza Vitória (Recife/PE)
  • Melhor do futebol de cegos – Maicon Mendes (Maraú/BA)
  • Melhor do judô – Wilians Araújo (Riachão do Poço/PB)
  • Melhor da natação – Carol Santiago (Recife/PE)
  • Melhor do taekwondo – Silvana Fernandes (São Bento/PB)

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