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Comandado por Eduardo Baptista, Sport foi campeão da Copa do Nordeste 2014, diante do Ceará. Comandado por Eduardo Baptista, Sport foi campeão da Copa do Nordeste 2014, diante do Ceará.

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Eduardo Baptista relembra bastidores, efeito Durval e Magrão, e ponto-chave do título do Sport sobre o Ceará em 2014

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De técnico interino à protagonista, Eduardo Baptista comandou título do Nordestão em 2014

Era 29 de janeiro de 2014. O Sport vinha de um péssimo início de temporada. Após quatro rodadas da primeira fase da Copa do Nordeste sem vitórias, o técnico Geninho não resistiu à sequência de resultados adversos e foi demitido, logo após uma derrota para o Guarany de Sobral.

Ainda sob o efeito da troca do treinador, o então presidente João Humberto Martorelli, convocou o vice-presidente de futebol, Sérgio Kano, e os diretores Arnaldo Barros e Gustavo Dubeux. O mercado escasso e a possibilidade de lançar um profissional com DNA campeão levou Dubeux a sugerir: “Por que não Eduardo Baptista?”.

O então futuro técnico rubro-negro era, na altura, preparador físico do Leão já com muitos anos de casa. Na bagagem, o peso de ser o filho de Nelsinho Baptista, técnico que levou o clube ao inédito título da Copa do Brasil 2008. A escolha se mostraria certa. Passados pouco mais de nove anos daquele episódio, Eduardo Baptista olha hoje para trás com um quê de orgulho e um misto de saudosismo e gratidão. Em entrevista ao NE45, o atual técnico do Novorizontino recorda a trajetória que levou o Sport à final com o Ceará – a mesma que voltará a acontecer neste ano – e ao título em plano Castelão lotado com 61 mil torcedores.

“Foi tudo muito rápido. Eu já vinha participando e ajudando em algumas coisas na parte técnica. O Geninho me deu essa liberdade. Eu fui sempre junto, acompanhando, e quando perguntado, emitia opinião. Então, tinha uma confiança tanto pelo tempo de casa e por serviços prestados, quanto na parte técnica. E na saída do Geninho, veio o convite. Tínhamos uma chance muito pequena na Copa do Nordeste, estávamos praticamente eliminados”, recorda Eduardo Baptista.

Eduardo Baptista comandou o Sport por 127 jogos, entre 2014 e 2015
Eduardo Baptista comandou o Sport por 127 jogos, entre 2014 e 2015. Foto: Lino Sultanum / Sport

De fato, as chances eram remotas. O antigo formato da Copa do Nordeste permitia a classificação de dois times por grupo. O Sport, com dois pontos, precisava vencer os dois últimos jogos, contra o Náutico e o Botafogo-PB e ainda torcer por uma difícil combinação de resultados. A estreia de Eduardo Baptista, na Arena de Pernambuco, foi a melhor possível: 3 a 0 diante do Timbu. Na rodada derradeira, 1 a 0 sobre o Belo, com a classificação garantida.

“Pediram para eu ir tocando enquanto procuravam um treinador para o Brasileiro. Só que as coisas começaram a acontecer. E eu tinha uma relação muito boa com os jogadores, tinha uma relação boa com o [Gustavo] Dubeux e o doutor Arnaldo [Barros, ali ainda futuro presidente do clube], e uma confiança muito grande e as coisas foram acontecendo. E com os jogadores, principalmente: Wendel, Durval, Magrão, que é meu ídolo até hoje. Tenho uma admiração e adoração gigante”, lembra o técnico.

“Esses caras me deram o respaldo e a gente começou a oportunizar alguns meninos, que precisavam ser acreditados. Foi o caso do Renê, que era terceiro reserva. Tinha o Érico Júnior, o Pelezinho na época. A gente começou a dar oportunidade e a resposta foi boa. De quase eliminados, a gente se viu nas finais. Eu tive muito respaldo do Dubeux, do doutor Arnaldo, do Guilherme Beltrão, que foi um cara sempre próximo, que trabalha no silêncio, mas é um cara importante, e principalmente dos jogadores. Principalmente as figuras do Durval e do Magrão, ambos muito importantes”, complementa o atual treinador do Grêmio Novorizontino.

Com três vitórias em três partidas consecutivas como interino, a terceira diante do Salgueiro (4 a 0, pelo Estadual), Baptista agradou à torcida, à imprensa e à diretoria rubro-negra. Por muitas vezes, chegou a falar publicamente que não gostaria de assumir a equipe e que só se tornaria treinador em mais cinco anos, pois ainda não se sentia preparado. A cada nova vitória, porém, a pressão foi aumentando e o pensamento de Eduardo Baptista mudando. Em 14 de fevereiro, com o pensamento renovado, foi finalmente efetivado.

A decisão com o Ceará: “O dia em que o Ailton mais correu na carreira dele”

O início de Eduardo Baptista como treinador foi meteórico. Nas quartas de final do Nordestão, eliminou o CSA. Na semifinal, atropelou o Santa Cruz com duas vitórias. Na final, lá estava o Ceará, adversário que voltará a decidir a Copa do Nordeste deste ano com o Leão. Eduardo Baptista recorda em 2014 um ponto-chave da equipe: Danilo Barcelos. Justamente, o único atleta que está hoje em lado oposto, no Vozão.

“Naquela decisão, a gente estava jogando com dois laterais esquerdos. Não tínhamos um extremo. Eu entro no campo com o Renê e o Danilo Barcelos. E fizemos um jogo espetacular contra o Ceará [o de ida, na Ilha do Retiro, vencido pelo Sport por 2 a 0], com uma das melhores equipes que eles já tiveram, com Ricardinho, Magno Alves, João Marcos de volante, uma equipe até talvez melhor que a nossa pelo tempo de trabalho, mais tempo junta”, detalha Eduardo.

“A gente com o Danilo conseguiu um equilíbrio defensivo e ofensivo, porque o Danilo tinha a capacidade de marcar e de chegar à frente. E houve um acontecimento que nos preocupou. O Danilo tinha dois cartões amarelos, faz o 2 a 0 no final e tira a camisa, tomando o terceiro amarelo e ficando de fora do último jogo. Eu ainda tinha um canhoto que era o Wendel para o jogo no Castelão. Não era tão rápido, era uma outra característica”, explica.

Eduardo Baptista começou a carreira de treinador no Sport, em 2014
Eduardo Baptista começou a carreira de treinador no Sport, em 2014. Foto: Lino Sultanum / Sport

“A gente muda, Wendel começa a trabalhar mais por dentro. Mas sana num primeiro momento. Mas no intervalo Wendel sente a coxa. E na hora que eu olho, nós só tínhamos o Igor Fernandes, um jovem vindo do Corinthians, que tinha jogado pouco com a gente e não tinha outro para colocar. Eu falei é o Igor e na hora todo mundo estranhou, ficou com medo. Era uma coisa assim: deu certo, eu fui inteligente, herói. Mas se desse errado, já sabe. Mas deu certo. Eu podia ter colocado mais um volante, mas o Ceará vencendo por 1 a 0 ia se atirar para cima da gente”, acrescenta o técnico rubro-negro em 2014.

A alteração se mostrou eficiente. Logo no início do segundo tempo, o Sport conseguiu um contra-ataque que levaria o time ao empate e, consequentemente ao título. “Fizemos um gol de contra-ataque. Roubamos a bola, o Aílton sofreu o pênalti e empatamos o jogo, praticamente decidindo o título. Esse momento foi marcante, porque ali precisamos tomar algumas decisões no mesmo certo”, contou, concluindo em tom de brincadeira, sobre o meia Aílton.

“Acho que foi o dia em que o Ailton mais correu na carreira dele. Acabou o jogo, eu falei ali para ele: vem ser o meu auxiliar aqui, encerra a carreira (risos). Foram coisas que foram dando certo. Deu tudo muito certo, o Aílton fez um jogo memorável. Eu acho que foi o melhor jogo dele pelo Sport. Foi um dos grandes jogos da carreira dele”, disse Eduardo Baptista.

De longe, Eduardo irá acompanhar as finais da Copa do Nordeste 2023, novamente entre Sport e Ceará. Os jogos, ainda com data a confirmar, deverão acontecer nos dias 19 de abril, no Castelão, e 3 de maio, na Ilha do Retiro.

O capítulo “número 1” da história de Eduardo no Sport terminaria um ano e sete meses depois, em 17 de setembro de 2015, período em que conquistou 55 vitórias, 35 empates e 37 derrotas. Além dos títulos da Copa do Nordeste e do Campeonato Pernambucano.

Comandado por Eduardo Baptista, Sport foi campeão da Copa do Nordeste 2014, diante do Ceará.
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