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CEO do Fortaleza, Marcelo Paz dá entrevista ao ex-jogador Casagrande CEO do Fortaleza, Marcelo Paz dá entrevista ao ex-jogador Casagrande

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Três semanas após ataque ao ônibus do Fortaleza, Marcelo Paz ressalta sentimento de impunidade: “Ninguém foi preso e isso me espanta”

Foto: Reprodução/Youtube

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CEO do Fortaleza apontou esperar que ataque sirva como virada de chave para endurecimento das punições à violência de organizadas

Três semanas após o atentado protagonizado por uma facção uniformizada contra o ônibus do Fortaleza, o CEO do Leão do Pici, Marcelo Paz, afirmou estar espantado com a impunidade dos responsáveis pelas bombas e pedras atiradas contra a delegação tricolor, uma vez que, até o momento, ninguém foi responsabilizado criminalmente pelo ocorrido.

Em entrevista ao ex-jogador Walter Casagrande Júnior, no podcast Casão Pod Tudo, o dirigente do Fortaleza narrou as cenas de terror vividas na madrugada do dia 23 de fevereiro, cobrou punições ao “pessoal que veste amarelo” e colocou em cheque a segurança pública de Pernambuco.

“Eu sempre viajo na frente e estavámos viajando em uma velocidade de uns 50km/h quando eu vi do lado um movimento de uma das organizadas do Sport. Foi o pessoal que veste amarelo, para ser bem específico e não falarem que estou generalizando toda a torcida do Sport. Foi o pessoal que veste amarelo. Eu os vi correndo, mas pensei que era uma briga entre eles e que a polícia estivesse dispersando. Nosso ônibus passou e tinha um dos ônibus deles mais à frente, do nosso lado direito. Na hora que passamos por esse ônibus, veio a pancada e o desespero, pois não se sabia o que tinha acontecido. Começaram os gritos de “É pedra” e “É bomba”, quando teve a explosão”, relembrou.

Lateral-esquerdo Gonzalo Escobar ficou entre os mais feridos em ataque a ônibus do Fortaleza
Escobar foi um dos feridos no ataque ao ônibus do Fortaleza – Foto: Reprodução/Instagram

“Chamamos o médico, que foi cuidando dos feridos e paramos mais à frente. Falamos com a escolta da Polícia Militar, que muita gente diz que não tinha, mas tinha uma escolta com uma viatura e seis motos. Quando paramos, os mais feridos entraram na viatura e já foram direto para o hospital mais próximo e depois seguiram os trâmites. Até o momento da gravação desta entrevista, não há nenhum culpado. Ninguém foi preso e isso me espanta. Que força é essa que essa torcida tem? Não foram punidos pelo clube, pois não deixaram de ser reconhecidos ou de terem ingresso. Não é punida pelo Estado, pois ninguém foi preso, ninguém foi identificado, os líderes não foram convocados para depor, quando todo mundo sabe quem foi. Eles mesmos assumiram em um vídeo posteriormente. Me espanta esse movimento, para não chamar de pacto, para que ninguém seja punido. Sofremos um atentado a bomba, uma tentativa de homícidio e isso é tudo muito grave. Esse evento coloca em cheque a segurança pública de Pernambuco, pois quem vai lá visitar está sujeito a isso e nada acontece”, desabafou.

O CEO do Fortaleza ainda apontou o desejo de que o ocorrido seja um divisor de águas no combate à violência protagonizada pelas organizadas, mesmo que isto se volte contra o clube depois, uma vez que reconheceu que a torcida tricolor não tem só “santos”, em referência a grupos que brigaram em jogo de futsal na capital cearense e foram prontamente punidos pelo clube.

“Espero que esse episódio seja um divisor de águas do futebol brasileiro, que se tenha uma legislação que seja ainda mais forte nesse sentido, mesmo sabendo que um dia o próprio Fortaleza pode ser vítima disso, pois não estou dizendo que só tem santo na nossa torcida. Sabemos que nossa torcida também arruma briga, também fazem coisas erradas. Nós punimos eles e essa é uma diferença. A diretoria do Fortaleza já cortou relações com eles duas vezes“, apóntou Marcelo Paz.

“Por muito pouco não teve gente que morreu (no atentado). Temos o laudo dos peritos que fizeram o exame corpo-delito nos atletas, que afirma que em dois atletas, se a lesão tivesse mudado de local por 1,5 centímetro, poderia ter sido algo fatal. Então, não dá para achar que isso é algo comum”, finalizou.

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Confira, o relato de Marcelo Paz, na íntegra:

A noite do ataque ao ônibus do Fortaleza

“Foi um trauma, uma situação completamente fora do padrão. A gente foi jogar futebol em Pernambuco diante de um grande adversário, que é o Sport. Tem uma disputa regional entre as entre o Fortaleza e o Sport, que é natural, mas as duas diretorias não alimentam em nada no sentido de rivalidade, brigas ou algo nesse sentido. O jogo foi tranquilo. Empatamos em 1 x 1, conosco marcando primeiro e eles empatando no final, inclusive, um resultado merecido. Terminou o jogo, estávamos voltando para o hotel totalmente relaxados, mesmo sabendo que a distância era grande, pois a Arena de Pernambuco fica distante do Recife, e cada um estava fazendo suas coisas. Uns no celular, outros dormindo… Eu sempre viajo na frente e estavámos viajando em uma velocidade de uns 50km/h quando eu vi do lado um movimento de uma das organizadas do Sport, o pessoal que veste amarelo, para ser bem específico e não falarem que estou generalizando toda a torcida do Sport. Foi o pessoal que veste amarelo. Eu os vi correndo, mas pensei que era uma briga entre eles, que a polícia estivesse dispersando. Nosso ônibus passou e tinha um dos ônibus deles mais à frente, do nosso lado direito. Na hora que passamos por esse ônibus, veio a pancada e o desespero, pois não se sabia o que tinha acontecido. Começaram os gritos de “É pedra” e “É bomba”, quando explodiu. Foi quando o (Lucas) Sasha veio para minha frente sangrando e dizendo: “Presidente, eu estou bem”. Ele queria que eu dissesse que ele estava bem. Ele estava com um corte grande na cabeça e aí começa a loucura dentro do ônibus com cada um dizendo uma coisa. Teve gente pedindo para parar o ônibus, outros para ligar para a polícia e outros para ligar para o presidente do Sport. Naquele momento, eu também estava impactado com tudo que estava ocorrendo, mas eu tinha de tomar a decisão. Eu ouvi o que estavam falando, mas meu primeiro impulso foi dizer para que cuidássemos dos feridos. Chamamos o médico, que foi cuidando dos feridos e paramos mais à frente. Falamos com a escolta da Polícia Militar, que muita gente diz que não tinha, mas tinha uma escolta com uma viatura e seis motos. Quando paramos, os mais feridos entraram na viatura e já foram direto para o hospital mais próximo e depois seguiram os trâmites”, contou.

Ônibus do Fortaleza foi alvo de pedras e bombas na saída da Arena de Pernambuco
Ônibus do Fortaleza foi alvo de pedras e bombas na saída da Arena de Pernambuco – Foto: Reprodução

A impunidade após o atentado

“Até o momento, não há nenhum culpado. Ninguém foi preso e isso me espanta. Que força é essa que essa torcida tem? Não foram punidos pelo clube, pois não deixaram de ser reconhecidos pelo clube ou de terem ingresso, não é punida pelo Estado, pois ninguém foi preso, ninguém foi identificado, os líderes não foram convocados para depor, quando todo mundo sabe quem foi. Eles mesmos assumiram em um vídeo posteriormente. Me espanta esse movimento, para não chamar de pacto, para que ninguém seja punido. Sofremos um atentado a bomba, uma tentativa de homícidio e isso é tudo muito grave. Esse evento coloca em cheque a segurança pública de Pernambuco, pois quem vai lá visitar está sujeito a isso e nada acontece”, salientou.

Os desdobramentos esperados

“Espero que esse episódio seja um divisor de águas do futebol brasileiro, que se tenha uma legislação que seja ainda mais forte nesse sentido, mesmo sabendo que um dia o próprio Fortaleza pode ser vítima disso, pois não estou dizendo que só tem santo na nossa torcida. Sabemos que nossa torcida também arruma briga, também fazem coisas erradas. Nós punimos eles e essa é uma diferença. A nossa diretoria já cortou relações com eles duas vezes. Espero que esse caso seja um divisor de águas, pois por muito pouco não teve gente que morreu. Temos o laudo dos peritos que fizeram o exame corpo-delito nos atletas, que afirma que em dois atletas, se a lesão tivesse mudado de local por 1,5 centímetro, poderia ter sido algo fatal. Então, não dá para achar que isso é algo comum”, ponderou.

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