O Sport divulgou, nesta quarta-feira (31), o pedido ao Governo do Estado de Pernambuco para que a sua eleição, marcada para o dia 9 de abril, seja realizada no sistema de drive-thru, na Ilha do Retiro. A decisão pelo formato foi criticada pelo candidato a presidência pela chapa “Sport Na Raça”, Nelo Campos. O ex-diretor de futebol do Leão questionou a opção por realizar o pleito dessa forma, em vez de ser de maneira virtual, pela situação da pandemia em Pernambuco.
“Realmente não entendo, se temos uma pandemia numa situação tão grave como está e o governo tem que chega praticamente a um lockdown, e a gente fica evitando eleição virtual, e eu gostaria de entender o porquê. Eles falam que a eleição virtual não tem (permissão) no estatuto, mas a drive-thru também não tem. E aí?”, falou o candidato de oposição ao NE45.
Além disso, Nelo afirmou que soube do pedido do clube ao governo pela imprensa. Segundo ele, não houve nenhum contato do Sport com ele ou os demais candidatos de oposição para se discutir a questão. “Mais uma vez, ficamos sabendo da situação pela imprensa. Eu acho um desrespeito a um candidato, por sabermos das informações somente pela imprensa e não termos o direito de participar de umas decisões. Infelizmente, como soubemos há pouco tempo, estamos estudando para saber”, pontuou.
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Após conjecturas de adiamento para janeiro e até antecipação para novembro, o clube havia conseguido liberação do Corpo de Bombeiros e confirmado o pleito para a segunda quinzena de dezembro, como prega o estatuto, inclusive com divulgação da lista de sócios e Comissão Eleitoral.
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Porém, no dia 30 de novembro, o Conselho Deliberativo (CD) convocou uma reunião extraordinária para discutir a possibilidade de adiamento da eleição após solicitação feita pelos Conselheiros Natos – composto por ex-presidentes – com manifestação da Diretoria Executiva.
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A justificativa, na ocasião, foi de que seria importante manter o ambiente do clube ameno sem interferência política para não atrapalhar a equipe no Brasileirão, além da questão sanitária por conta da Covid-19. E, por ampla maioria, o CD aceitou e postergou o pleito para após o fim da Série A, cuja última rodada ocorre apenas no dia 24 de fevereiro.
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Porém, o assunto estava longe de ser encerrado.
Pouco depois, no início de dezembro, os opositores Eduardo Carvalho e Nelo Campos ingressaram com pedidos de liminar e, apesar de o Sport ter entrado com petição para evitá-las, a Justiça aceitou – curiosamente, foi o mesmo juiz, Dario Rodrigues Leite de Oliveira, em ambos os casos.
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Na decisão, o magistrado determinou que o pleito ocorresse conforme anunciado pelo clube em edital, ou seja, no dia 18 de dezembro, das 8h às 18h, respeitando os protocolos preventivos ao coronavírus e podendo até ser feito de forma virtual. Além disso, afirmou, em caso de descumprimento, que o Sport está sujeito a multa diária de R$ 1 mil, limitada a R$ 100 mil.
Em seguida, o Sport emitiu uma nota afirmando que vai entrar com um recurso contra as liminares, objetivando que o pleito ocorra ao fim do Brasileirão. De acordo com o comunicado do clube, na ocasião, não é prudente a realização da assembleia presencialmente, enquanto a votação online tem um alto custo, além do banco de dados “ser frágil e sem preparo para este tipo de operação”.
Só uma liminar é derrubada
No TJPE, apenas a liminar do candidato da oposição, Nelo Campos, foi derrubada e por embargos de declaração, o que durou poucos dias. A do opositor Eduardo Carvalho seguiu o tempo todo de pé, assim como a de Nelo voltou a vigorar logo em seguida, mas sem novas atualizações no processo.
Adiamentos
Marcada anteriormente para 5 de março, o pleito não ocorreu por conta da Covid-19. Remarcado para dia 18 de março no mesmo contexto, voltou a ser suspensa novamente pela questão sanitária. Agora, fica a expectativa pelo dia 9 do próximo mês.
Chapas
Sport de Primeira (situação): Milton Bivar (presidente) e Carlos Frederico (vice)
Juntos pelo Sport: Delmiro Gouveia (presidente) e Marcos Cabral (vice)
Sport na Raça: Nelo Campos (presidente) e Leonardo Lopes (vice)
Uma razão para viver: Eduardo Carvalho (presidente) e Aracy Bibiano (vice)
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