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Futebol, pressão, elenco, base, acerto e mais: Lisca é apresentado no Sport

Sport, PE, Série B, Últimas

Por Geraldo Rodrigues

Por Geraldo Rodrigues

Postado dia 30 de junho de 2022

Após quase dez meses parado, o técnico Lisca está oficialmente de volta ao futebol. Nesta quinta-feira, ele foi apresentado no Sport e não escondeu a empolgação de trabalhar no clube, onde terá a missão de brigar pelo acesso – e chega respaldado pela torcida.

O treinador, inclusive, já havia sido procurado pela diretoria rubro-negra em março, mas esperava trabalhar fora do Brasil. Este episódio foi relembrado por ele durante a apresentação.

“Depois que não fui, disse ao meu empresário que só atenderia se um clube aparecesse, os demais não. E aconteceu a situação. Vim correndo quando me ligaram”, disse Lisca durante a entrevista coletiva.


Nos 40 minutos em que conversou com a imprensa, o treinador passou por abordagens do futebol, falou sobre o estágio atual da carreira e, claro, fez projeções acerca do trabalho no Sport. Ciente da pressão, demonstrou confiança para colocar o clube de volta à elite.

“É natural e quero transformar isso em apoio. Chamo o torcedor a vir à Ilha, curtir, vir com a família, porque é isso que fica. Então convoco os torcedores para viver momentos. Se não vencermos, tem vaia, pressão. Mas tenho certeza que o que o torcedor mais quer é gritar com a gente, gritar o cazá, cazá e, no fim, comemorar o acesso”, destacou.

Lisca assume o Sport em baixa, com apenas uma vitória nos últimos oito jogos. O Rubro-negro não vence há cinco partidas e está quatro pontos abaixo do Grêmio, que abre o G4.

“Temos que melhorar o aproveitamento significativamente, hoje está em 48%. É uma competição contra outros clubes, mas se fizermos 64 pontos, não precisamos nos preocupar muito. Temos que nos concentrar no nosso trabalho, melhorar, precisamos ser assertivos, ganhar bons números de jogos. É um grande desafio”, pontuou.

Lisca comanda o primeiro treinamento às 15h30 desta quinta, no CT. Serão três atividades até a estreia contra o Vasco, domingo, no Maracanã. Ele já foi regularizado e fica no banco de reservas. A seguir, veja outros tópicos da entrevista coletiva do novo comandante leonino.

Apresentação de Lisca no Sport

Escolhas de escalação e estrangeiros 

Sempre primei pela meritocracia e aqui não vai ser diferente. Quando chega um treinador a conta zera: quem estava jogando tem que manter o espaço, quem não estava é uma oportunidade, pelo novo modelo e ideia. Isso é importante. Não tenho problema com estrangeiro, trabalhei com vários, vai ser um prazer trabalhar com Blas, Vanegas, Parraguez, Lucas. Então a corrida está aberta, vamos ver qual jogador se adapta melhor à nossa ideia de jogo. Obviamente, no primeiro momento, temos que ter calma, não posso mudar radicalmente, principalmente para domingo. Só trabalho hoje, amanhã e sábado. Mas vamos colocar algumas ideias, mudança de posicionamento, função. O papel do treinador é fazer um coletivo forte, que potencialize e facilite os jogadores. É notório que precisamos melhorar a parte ofensiva, já chegamos a ter a melhor defesa da Série A e fomos rebaixados. Mas o que é a produção, só os atacantes? Não, começa lá atrás, com a defesa, atração dos adversários, sincronia dos movimentos, construção. O que vem primeiro: atacar ou defender? Estão muito interdependentes. Temos que atacar defendendo bem e vice-versa. Isso que vamos propor. Conheço os jogadores, pretendo potencializar o rendimento de toda a equipe e não apenas os atacantes.

Momento do Sport

Temos apenas uma vitória nos últimos oito jogos, não é o momento mais positivo. Mas estamos em quinto, claro, quem está atrás encostou e quem tá em cima desgarrou. Mas é viável, temos que melhorar o aproveitamento significativamente, hoje está em 48%. É uma competição contra outros clubes, mas se fizermos 64 pontos, não precisamos nos preocupar muito. Temos que nos concentrar no nosso trabalho, melhorar, precisamos ser assertivos, ganhar bons números de jogos. É um grande desafio.

Como Lisca se vê em relação à primeira passagem no Recife (pelo Náutico), em 2014

Mais experiente, vou fazer 50 anos, estou mais rodado, quando cheguei aqui era o meu primeiro trabalho fora do Rio Grande do Sul. Então estou mais experiente, com mais vivência, mais tranquilo, algumas vezes mais agitado. Mas mais consciente do que precisamos, tem a hora de se manifestar mais forte. Acho que a experiência e a idade nos dá isso. Então chego em um momento bom, ganhei um espaço interessante no futebol brasileiro, esse ano recebi convites para trabalhar, mas sempre em times da parte de baixo. Isso é algo que tento mudar desde o América-MG e o Sport me proporcionou isso. Estamos na parte de cima, mas sem descuidar embaixo. É fazer os 44 pontos primeiro e depois 63 ou 64. Mas me vejo em bom momento, maduro, mais preparado para trabalhar no Sport. Antes não pude atender porque estava de olho no exterior, mas isso ficou em segundo momento. Depois que não fui, disse ao meu empresário que só atenderia se um clube aparecesse, os demais não. E aconteceu a situação. Vim correndo quando me ligaram.

Intervalo de dez meses sem trabalhar

Descansei bastante, a vida é muito corrida. Tenho duas filhas, de 13 e 15 anos, desde 2015 elas não me acompanham mais, foi uma decisão minha e da minha esposa eu trabalhar sozinho. E é muito difícil, perde-se muito da vida. Então nos primeiros dois meses eu curta a minha família. Depois, fui ler, estudar, estou terminando a licença pró na CBF.

Pressão no Sport e disputa pelo G4

Somos grandes, temos muita chance de brigar (pelo acesso). Pressão é inerente ao nosso trabalho, quem não gosta tem de trabalhar com outra coisa. Trabalhei em clubes que não tinha pressão e confesso que sentia falta. No clube de massa a pressão é natural e quero transformar isso em apoio. Eu convoco o torcedor a vir à Ilha, curtir, vir com a família, porque isso que fica. A gente vive de momentos. A vida é feita disso. Então convoco os torcedores para viver momentos. Se não vencermos, tem vaia, pressão, mas tenho certeza que o que o torcedor mais quer é gritar com a gente, gritar o cazá, cazá e, no fim, comemorar o acesso. 

Trabalho com a base

Nós já temos alguns jogadores integrados, alguns já destaques, outros buscando espaço. Luciano Juba saiu (emprestado para o Confiança em 2021) e retornou, Mailson é um cara de muito potencial, goleiro que gosto demais. Não só ele, mas Carlos (Eduardo), que conheço do Brasil (de Pelotas). O Sport tem uma vantagem que a base trabalha próxima no CT, vamos fomentar demais o trabalho. Queria cumprimentar o futebol do sub-17 no Brasileirão, acompanhei, representaram muito bem, parabéns pelo trabalho, qualidade, talento. Com certeza terei muito bons olhos para a base e vou integrar demais.

Elenco

Nosso grupo é guerreiro, orgulhoso, de caráter. Isso me motivou muito para vir, a postura na final da Copa do Nordeste, na Série B, não se entrega nunca. Temos dificuldades e problemas? Sim, mas não somos apenas nós. Já trocaram dez treinadores na Série B, os times da frente o Zé Ricardo saiu pressionado (Do Vasco), Roger Machado (no Grêmio) está muito pressionado, Gilmar estava assim aqui. Então peço ao torcedor que crie a atmosfera, nos dê esse crédito. Vamos prometer muita luta, entrega e vamos brigar pelo acesso, por isso estou aqui. Vim porque acredito que posso contribuir, ajudar.

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