Ceará pressiona STJD e quer jogo contra o Sport a 100km de Pernambuco e de portões fechados

A princípio, a partida está marcada para acontecer na Arena de Pernambuco

O Ceará apresentou nesta terça-feira (3) uma manifestação ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pedindo agilidade na decisão em retirar o mando de campo do Sport, no jogo das quartas de final da Copa do Nordeste, e que a partida aconteça a 100km de Pernambuco, e com os portões fechados.

O manifesto acontece após a Polícia Militar apresentar o esquema de segurança para a partida e recomendar que para ter “segurança absoluta”, o jogo teria que acontecer de portões fechados.

O documento é assinado pelo Diretor Jurídico do Ceará, Fred Bandeira, e o Executivo Jurídico, Ranieri Mena Barreto.

O manifesto aponta que, apesar da Federação Pernambucana de Futebol (FPF) garantir a segurança do jogo, eles não são responsáveis diretamente por isso.

“Ocorre que a FPF fala em nome do Estado de Pernambuco, numa tentativa de rebater A MANIFESTAÇÃO TÉCNICA DO COMANDO DA POLÍCIA MILITAR PERNAMBUCANA! A referida Federação não possui competência para tal”, escreveu em um parágrafo.

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O clube cita outros casos de violência em que a PM-PE não conseguiu garantir segurança. Das mais recentes, o ataque sofrido pelo Ceará na final da Copa do Nordeste, em 2023, o atentado ao ônibus do Fortaleza, no começo do ano, e a invasão de campo no duelo entre Sport e Náutico, no primeiro jogo da final do Pernambucano.

O pedido reforça que a partida não pode acontecer em Pernambuco porque, mesmo com os portões fechados, corre riscos de cenas de violência no entorno. Eles citam também que o percurso da Arena Pernambuco é realizado em uma “via rodoviária e erma”.

O Ceará diz que é preciso resolver a situação rapidamente, considerando que o Regulamento Geral de Competições da CBF prevê que qualquer mudança de local precisa obedecer o prazo de 10 dias anteriores, por questões de logística.

Por isso, o clube pede para que a decisão seja resolvida de forma imediata e que a partida das quartas de final do Nordestão aconteça a 100km de Pernambuco e com os portões fechados.

PM-PE apresenta esquema de segurança para Sport x Ceará

A Polícia Militar de Pernambuco enviou um ofício ao STJD e recomendou que a partida aconteça de portões fechados. Eles informaram ainda que só assim poderão garantir “segurança absoluta” no jogo.

Eles informaram ainda que tem um efetivo médio de 625 policiais, mas que os índices de violência caem quando não há a presença de torcedores nas arquibancadas.

“As atividades relacionadas à segurança pública levam em considerações variáveis que vão desde a estrutura do futebol e de suas organizações, até especificidades e particularidades da gestão de risco aplicada ao contexto genérico da atividade do futebol e do ambiente em que a atividade ocorre, além das partes interessadas, dos objetivos que a organização persegue, revelando e avaliando sua natureza e complexidade”, disse.

Nota do Sport sobre a resposta da PM ao STJD

O Sport Club do Recife recebeu com surpresa a recomendação da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) para que o duelo diante do Ceará, previsto para a próxima semana,  ocorra de portões fechados na Arena de Pernambuco.

O Clube compreende que os órgãos responsáveis por garantir a segurança de eventos como os carnavais de Recife e Olinda, que levam milhões de pessoas durante os dias de folia, também estão aptos a resguardar um público de 30 ou 40 mil pessoas em uma partida de futebol – conforme já ocorreu em diversas oportunidades recentes e mais longínquas, como a Copa do Mundo de 2014.

Paralelamente a isso, o Sport reforça que também emprega centenas de agentes privados contratados para ampliar a segurança no estádio e no entorno da praça esportiva dentro do raio que lhe compete, a fim de promover um ambiente pacífico e contribuir junto aos órgãos públicos, vez que, na condição de associação desportiva, bem como no que estabelece o Estatuto do Torcedor, é o que lhe cabe quanto à segurança.

O Clube entende que o motivo de existir e competir está integralmente ligado à sua torcida – razão de absolutamente tudo. Assim, portanto, perde-se o sentido do jogo e do espetáculo entrar em campo sem tê-la ao lado sem nenhum motivo aparente ou justo.

Por fim, o Sport aguarda e confia na reversão da governadora Raquel Lyra, tão imbuída em liderar o Governo de Pernambuco nas suas mais diferentes esferas, acerca deste posicionamento da corporação.

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