O Sport teve o rebaixamento consumado à Série B na noite da última terça-feira, restando ainda três rodadas para o término do Brasileirão. Entretanto, pode-se dizer que a queda de divisão do Rubro-negro veio se desenhando há muito tempo, com sucessivos erros extracampo e a inevitável criação de um ambiente tumultuado.
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Nesta matéria, o NE45 relembra e enumera os principais pontos que, juntos, culminaram no descenso do Sport durante toda a temporada, e mostra também que a raiz dos erros apareceu ainda em 2020. Confira, tópico por tópico, abaixo.
Caos político
A crise política começou em novembro do ano passado, quando o Conselho Deliberativo (CD) deu o aval para o adiamento da eleição do Rubro-negro – que só veio ocorrer cinco meses depois, em abril. Ali, o Sport deu início a uma marca negativa e que dificilmente será superada na história: o fato de ter tido cinco presidentes em 2021.
O ano começou com Carlos Frederico, vice-presidente da antiga gestão, na direção do executivo. Quando o clube, finalmente, passou por eleição, Milton Bivar voltou da licença e reassumiu o comando do Rubro-negro. Mas durou pouco.
Pouco mais de dois meses depois reeleito, ambos anunciaram renúncia e o Rubro-negro passou por novo pleito, desta vez suplementar. Assim, entrou em cena o terceiro presidente do ano: Pedro Lacerda, que também preside o CD, foi escolhido pelos conselheiros para dirigir o poder executivo por 30 dias.
Convocada a nova eleição, 84% dos sócios decidiram por Leonardo Lopes como novo presidente – o quarto, não perca as contas – em julho. Porém, ele também ficou um curto período à frente do clube: pouco mais de dois meses depois de eleito, pediu licença do mandato e o Sport passou a ser comandado pelo vice, Yuri Romão.
As diversas mudanças trouxeram uma instabilidade institucional que, como não poderia deixar de ser, comprometeram também o time dentro de campo. Como as próximas linhas irão mostrar.
Crises
O vácuo de um mês entre a saída de Milton Bivar e a entrada de Leonardo Lopes, período em que o Sport foi comandado por Pedro Lacerda, culminou em crises para o clube.
Fora de campo
Nos bastidores, foi controversa a decisão pelo modelo da eleição que o Sport iria passar – inicialmente, a ideia era de que fosse indireta, apenas entre conselheiros, mas acabou sendo direta. O período de indefinição sobre o tema exaltou os ânimos do clube entre então situacionistas (o Conselho), a oposição e a torcida, que, inclusive, mobilizou-se em idas até a Ilha do Retiro para se posicionar acerca do assunto.
Ambiente tumultuado
Além disso, ainda durante o período de 30 dias em que não teve presidente, o Sport viu surgir casos de indisciplinas, como o do lateral Patric e do atacante Mikael, além de um grave atrito entre a direção e o responsável de forma interina pelo clube, Pedro Lacerda.
Em 6 de julho, ele anunciou, em entrevista à Rádio Jornal, que o salário do mês de abril dos jogadores haviam sido quitados naquela manhã. Porém, não tinha sido bem assim. Não na ótica dos atletas, que, horas depois da declaração, juntaram-se e posicionaram-se com a hashtag “mentira” nas redes sociais negando a informação dada por Pedro Lacerda. O episódio, contudo, não parou por aí.
De noite, o presidente provisório do Sport deu nova entrevista e reiterou que havia pago o vencimento mensal do elenco. Como se não bastasse o atrito público, ainda chamou os jogadores de “canalha”.
Sem resultado
Neste período, o rendimento do Sport foi afetado. A equipe disputou oito partidas e venceu apenas uma – justamente a primeira do recorte, contra o Grêmio – e entrou na zona de rebaixamento. Na ocasião, os jogadores e o então técnico Umberto Louzer admitiram em entrevistas que o ambiente conturbado atrapalhava o desempenho.
Curiosamente, na primeira sequência de partidas quando voltou a ter gestão, o clube viveu um dos melhores momentos na má campanha do Brasileirão, com oito pontos de 12 disputados.
Erros graves e novo caos
Assim que a nova gestão assumiu, criou-se uma expectativa de melhora na Ilha do Retiro, especialmente pela esperança de um ambiente ameno. E o início foi bom, com duas vitórias e dois empates nos dois primeiros jogos, como já citado acima, além de uma aparente transparência do clube, que passou por reformulação do elenco, com várias saídas em um mês.
Até a troca de comando, com a saída de Umberto Louzer e chegada de Gustavo Florentín renovou os ânimos da torcida, desgastada com o questionável ruim do antecessor. Entretanto, novos – e graves – erros desestabilizaram novamente o clube.
No fim de setembro, o Rubro-negro não inscreveu três reforços (Saulo, Nicolas Aguirre e Vander) e não registrou outro no BID (Jefferson), todos com contratos assinados e oficialmente apresentados pelo clube.
Tudo isso, como não poderia ser diferente, resultou em toda a destituição do departamento de futebol, que havia assumido há pouco mais de dois meses. Estruturas da Ilha do Retiro novamente abaladas, tanto politicamente quanto no futebol, uma vez que os jogadores, depois, admitiram preocupação e atenção ao caso, além de Florentín ter revelado que a comissão técnica dele pensou em deixar o Recife.
Melhora tardia
O Sport demorou mais de um turno, mas deu sinais de vida no campeonato. Pela primeira vez, conseguiu emendar uma sequência de vitórias – três seguidas -, a partir da 23ª rodada, diante do Grêmio. Além dos triunfos, houve uma nítida melhora de rendimento e padrão de jogo com Florentín, que deu ao time a perspectiva de manter-se na elite. O buraco, entretanto, era muito fundo.
Depois da série de vitórias, o Rubro-negro voltou a ter resultados ruins, ainda que tenha mantido desempenhos aceitáveis, e sofreu com o elenco curto – resultado da reformulação que o clube precisou passar, além dos reforços que não foram inscritos.
O preço dos 17 jogos com Umberto Louzer, que em nenhum momento convenceu – perdeu um tabu de 51 anos em finais contra o rival Náutico e marcou somente oito gols na Série A – e poderia ter caído antes, caso o Sport tivesse tido uma linearidade nas gestões, acabou caro demais.
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